Fabinho Soldado fala sobre saída do Corinthians e negociação com Inter

O cenário nos bastidores do Parque São Jorge ganha novos contornos após as recentes declarações de Fabinho Soldado. Pouco tempo depois de oficializar seu desligamento do cargo de diretor executivo de futebol, o profissional decidiu se manifestar publicamente. Em uma postura que mescla a exaltação do trabalho realizado com críticas veladas à gestão política, Fabinho indicou que o seu futuro profissional pode estar ligado ao Beira-Rio.

O ex-dirigente não escondeu que o Internacional, clube onde possui história como atleta, é o destino mais provável. A relação estreita com figuras como Abel Braga e o reconhecimento de sua trajetória recente no mercado de transferências pesam na balança. Soldado fez questão de pontuar que o interesse gaúcho não é meramente emocional, mas fruto de uma evolução técnica em sua carreira como gestor esportivo.

?É um momento que a gente precisa ser verdadeiro: claro que a gente tem consultas de outros clubes, respeito muito, respeitei enquanto estava no Corinthians, nunca tinha acertado nada, minha decisão foi comunicada até há algum tempo para que não houvesse interferência sobre a decisão. O Inter é um clube que procura, sempre teve aproximação grande por eu ter jogado lá, conhecer o Abel Braga, mas não é só por isso. A procura existe pela competência, o profissional que sou, não só no Internacional?, afirmou o executivo.

O interesse do Internacional e a conexão com Abel Braga

A possível ida de Fabinho para o Colorado parece ser um movimento planejado. Ele destacou que sua qualificação vai além das quatro linhas, embora o carinho pelo clube gaúcho e a admiração por Abel Braga sejam pilares fundamentais nessa transição. A mística de um possível retorno após duas décadas da conquista mundial também foi mencionada pelo dirigente.

?O que me credencia para estar na posição não é ter sido atleta, é tudo o que vivenciei, tudo que aprendi, tive que entender que era necessário para exercer com excelência. Existe, sim, um carinho pelo Inter e uma admiração enorme pelo Abel. É uma pessoa que contribuiu e muito para nosso futebol, meu carinho por ele é enorme, foi campeão comigo da Libertadores e do mundo. Já faz praticamente 20 anos... quem sabe seja uma data emblemática e um histórico?, completou Fabinho.

Abaixo, os números e conquistas que marcam a passagem do executivo pelo Timão, iniciada no começo de 2024:

Legado técnico versus interferência política no Corinthians

Apesar do sucesso esportivo recente, com a conquista de dois títulos importantes na atual temporada, o ambiente interno foi o estopim para a ruptura. Fabinho Soldado já demonstrava desconforto com a ingerência política no departamento de futebol há mais de trinta dias. Para um colunista atento, fica claro que a estrutura profissional que ele tentou implementar colidiu com interesses que fogem ao campo e bola.

Ao comentar sobre sua saída, ele preferiu manter a elegância, mas deixou um recado direto sobre a necessidade de profissionalismo e o combate às vaidades que muitas vezes emperram o crescimento do clube. Ele reforçou que deixa uma estrutura vencedora e pronta para dar continuidade aos resultados, desde que o presidente receba o suporte adequado de quem realmente prioriza o Corinthians .

?A gente deixa legado, processos estabelecidos, uma equipe formada, competitiva, vencedora. Tem que fazer ajustes sim, a gente erra, acerta, faz parte do processo. Desejo todo sucesso e vou torcer para que aquilo que foi plantado não morra, continue germinando, que o presidente Osmar possa ter forças para manejar esse gigante brasileiro nos melhores caminhos?, pontuou Soldado, enfatizando a importância de manter o que foi construído.

O futuro da gestão sob o comando do presidente Osmar

A saída de um diretor campeão coloca em xeque a estabilidade do planejamento para as próximas temporadas. Fabinho evitou detalhar os motivos específicos da decisão, mas suas palavras sugerem que a união em prol do clube é o único caminho para evitar retrocessos. A menção ao perfil empresarial do presidente Osmar indica uma tentativa de blindar a gestão administrativa dos problemas políticos.

?O que me fez tomar a decisão eu não quero falar, eu já disse, mas espero que o presidente Osmar continue tendo o apoio das pessoas que querem o bem do clube. Ele entende de processo, é um grande empresário, entende de negócios, espero que continuem ajudando e colaborando com ele. Aos que pensam diferente, é hora de deixar a vaidade de lado e espero que deem continuidade no trabalho. O Corinthians vai continuar evoluindo e eu vou seguir torcendo por esse clube?, finalizou o ex-diretor.

O Corinthians agora se vê diante do desafio de substituir uma peça que, em dois anos, entregou resultados palpáveis. Enquanto isso, o mercado observa atentamente os próximos passos de Fabinho Soldado, que parece cada vez mais próximo de iniciar um novo ciclo no Rio Grande do Sul.