Corinthians: André Ramalho e Gustavo Henrique reagem à saída de Fabinho Soldado

A dança das cadeiras no departamento de futebol do Corinthians

O cenário administrativo do Corinthians sofreu uma alteração profunda com a confirmação da saída de Fabinho Soldado. O movimento, que já vinha sendo costurado nos bastidores, culminou na contratação de Marcelo Paz, ex-CEO do Fortaleza, para liderar o projeto esportivo do clube. Enquanto Fabinho encaminha sua ida para o Internacional, a diretoria alvinegra agiu rápido para preencher a lacuna deixada por um profissional que gozava de prestígio interno entre os atletas.

A saída de Fabinho não foi um evento impulsivo de final de temporada. O executivo já havia manifestado seu desejo de deixar o Parque São Jorge cerca de 40 dias antes da decisão da Copa do Brasil. Em reunião com a cúpula diretiva, Soldado deixou claro que seu ciclo estava se encerrando, recusando inclusive tentativas de manutenção no cargo ou contrapropostas financeiras. O acordo foi manter o sigilo absoluto para não interferir no desempenho da equipe em campo, revelando a despedida apenas após a conquista do título nacional.

Abaixo, os detalhes da transição no comando do futebol corinthiano:

Impacto no elenco e a preocupação com a continuidade do trabalho

Para os jogadores, a perda do executivo gera um sentimento de instabilidade técnica. Gustavo Henrique, um dos líderes do grupo, expressou sua insatisfação com a necessidade de reiniciar processos que já estavam consolidados. Segundo o defensor, a mudança repentina obriga o grupo a uma nova adaptação em um momento em que o trabalho parecia finalmente ter encontrado um rumo sólido após um período de grandes oscilações externas.

"O impacto é muito grande, agora recomeça tudo do zero novamente. A gente constrói um trabalho, solidifica, conquistamos dois títulos importantes em um ano muito turbulento fora do campo. Agora vai vir um diretor que não conhece o clube, vai passar a conhecer. Mas o Corinthians é qualificado para isso, vai buscar um nome forte e nós jogadores vamos estar lá para que ele se adapte o mais rápido possível"

Gustavo Henrique revelou que, apesar do baque, o clima de incertezas que rondou o clube ao longo do ano já preparava os atletas para possíveis baixas na gestão. O zagueiro, que chegou a pedir publicamente pela permanência de Fabinho durante as comemorações na Neo Química Arena, entende que a dinâmica do esporte muitas vezes ignora os desejos imediatos dos atletas em prol de novos projetos institucionais ou pessoais.

André Ramalho avalia saída como decisão de cunho pessoal

Durante um evento beneficente realizado em São Caetano, André Ramalho também comentou sobre o encerramento do vínculo de Fabinho com o Timão. O zagueiro destacou que, embora o desejo do grupo fosse a permanência do profissional no CT Dr. Joaquim Grava, as ambições individuais de cada trabalhador devem ser levadas em conta no ambiente do futebol profissional. A postura do elenco é de respeito à decisão, focando agora no que o futuro reserva sob a nova gerência de Marcelo Paz.

"A gente ficou triste, obviamente. Gostaríamos que ele ficasse, mas é uma decisão pessoal. A gente sabe como é o futebol. Cada um define seus objetivos pessoais. A gente precisa respeitar, cabe à presidência definir quem será o sucessor. A vida vai seguir, tenho certeza que o presidente vai escolher alguém competente. Para o Fabinho, só desejo o melhor"

A saída de Fabinho Soldado acontece em um momento onde ele já possui conversas adiantadas para assumir o futebol do Internacional. O executivo manteve o mistério durante as entrevistas recentes, mas os bastidores indicam que o acerto com o clube gaúcho é iminente. Para o Corinthians , resta a missão de integrar Paz ao cotidiano o mais rápido possível para não perder o fôlego conquistado com as vitórias recentes.

O sentimento de surpresa mitigada no vestiário alvinegro

A fala de Gustavo Henrique sintetiza o sentimento de um vestiário que se via blindado pela figura de Fabinho Soldado. O defensor reforçou que a saída, embora lamentada, não chega a ser um choque total diante do histórico recente do clube. A expectativa agora recai sobre a capacidade de Marcelo Paz em manter a harmonia do grupo e dar sequência aos resultados positivos, minimizando o impacto de "recomeçar do zero" citado pelos atletas.

"Pegou um pouco de surpresa, mas nem tanto. Com o tanto de turbulência que aconteceu durante o ano, a gente esperava isso, acho que ele também. Futebol é assim, vida que segue. A gente não queria que isso acontecesse, mas acabou acontecendo. A gente gostava muito do trabalho dele"

Com a virada de página na diretoria, o Corinthians busca agora estabilizar seu departamento de futebol. O desafio de Marcelo Paz será gerir um elenco que demonstrou forte ligação emocional com seu antecessor, garantindo que as diretrizes táticas e administrativas sigam em evolução para os desafios que a próxima temporada reserva ao clube do Parque São Jorge.