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Ronaldo Propõe SAF no Corinthians e Bastidores Fervem com Contratos Polêmicos
Por Redação FuTimão em 24/06/2025 11:54
Os bastidores do Sport Club Corinthians Paulista estão em efervescência, marcados por uma série de revelações que adicionam novas camadas à já complexa situação administrativa do clube. Recentemente, veio à tona que, semanas antes de seu afastamento da presidência, Augusto Melo teria formalizado aditivos contratuais com empresas ligadas ao grupo RF Segurança e Serviços, responsáveis pela vigilância e manutenção das instalações do Parque São Jorge.
A atual gestão corintiana, empossada há menos de um mês, alega que os termos desses documentos são desfavoráveis aos interesses financeiros da agremiação. Adicionalmente, o cenário foi agravado por alegações que apontam para possíveis conexões entre a diretoria de Augusto Melo e grupos criminosos, conforme indicado por investigações policiais, um elemento que adiciona uma camada de seriedade e urgência à instabilidade institucional.
A Polêmica dos Contratos Milionários
Anteriormente, os acordos contratuais estavam sincronizados com o período de mandato de Augusto Melo, com término previsto para o final de 2026 e uma cláusula de rescisão que correspondia a apenas um mês de serviço. No entanto, com as recentes modificações, os vínculos foram prorrogados até junho de 2030. Isso implica que, para encerrar unilateralmente esses acordos, o clube teria que arcar com a totalidade das mensalidades futuras até o novo prazo, um valor estimado em aproximadamente R$ 29,6 milhões. A notícia dessas alterações foi inicialmente veiculada pela Gazeta Esportiva.
De acordo com a administração interina, os aditivos não constavam nos registros internos do clube nem foram encontrados nos departamentos jurídico e administrativo, sendo descobertos apenas durante uma revisão minuciosa dos contratos em vigor. Mesmo diante da controvérsia, o Corinthians optou por rescindir os contratos com a empresa e planeja contestar a validade dos aditivos perante a Justiça. A gestão provisória considera, ainda, a possibilidade de acionar judicialmente Augusto Melo, buscando ressarcimento por eventuais danos financeiros ao clube.
Os documentos em questão foram assinados por Augusto Melo e por Ricardo Jorge, então diretor administrativo, que figurou como testemunha. Curiosamente, Vinicius Cascone, que ocupava o cargo de diretor jurídico na ocasião, não concedeu seu aval para as alterações. Além disso, há rubricas em algumas páginas cuja autoria permanece desconhecida.

A Resposta do Ex-Presidente: Augusto Melo se Defende
Em resposta às acusações, Augusto Melo divulgou uma nota oficial, na qual expressa seu espanto e profunda preocupação com a forma como informações sigilosas do clube vêm sendo divulgadas à imprensa. Ele classifica a prática como irresponsável e com a intenção clara de prejudicar sua gestão anterior.
"Causa espanto e profunda preocupação como documentos sigilosos do Corinthians vêm sendo fornecidos à imprensa sem nenhum critério ou cautela pela atual diretoria interina. Essa prática, além de irresponsável, evidencia de forma nítida a intenção de prejudicar a administração anterior, como já afirmado anteriormente. Prestações de contas, eventuais discussões sobre contratos e ajustes financeiros devem, obrigatoriamente, ser tratados nos momentos e instâncias corretas, como determina o Estatuto do clube ? e não por meio de vazamentos seletivos que servem mais para alimentar crises do que para resolvê-las. Sobre os contratos com empresas de limpeza e segurança, a resposta é simples: se acham que há algum problema, basta não rescindir. Não há prejuízo algum em manter o contrato vigente até o fim do prazo pactuado, já que a empresa vinha fazendo um excelente trabalho e com um custo benefício significativo no mercado. A empresa que deixou a Neo Química Arena como a mais limpa do Brasil, com referência em sites especializados, e com maior organização de saída de pessoas em grandes eventos. Agora, quem tem de fato causado prejuízos ao clube é essa gestão que deveria ser temporária, mas que já rescindiu praticamente todos os contratos firmados pela administração Augusto Melo, sem apresentar justificativas técnicas e sem transparência. Mais curioso ainda é o silêncio em relação aos contratos claramente lesivos assinados na véspera da posse de Augusto Melo pela gestão anterior, de Duílio Monteiro Alves. Esses contratos, até hoje, não foram discutidos com a mesma veemência, nem foram expostos à luz do dia como os atuais vêm sendo. Isso por si só revela um critério seletivo e tendencioso por parte de quem hoje tenta assumir o controle político do clube. A imprensa, ao invés de endossar esse tipo de jogo, deveria se debruçar sobre o verdadeiro crime institucional: o de quebrar sigilos internos, de expor dados e pessoas do clube, violando normas básicas de governança e ética. Quem está expondo o Corinthians de maneira sistemática e danosa, dia após dia, é que deveria ser responsabilizado. Outro ponto importante: ninguém abre as contas de 2023. Por quê? Porque se forem abertas, podem revelar irregularidades graves, que muitos hoje preferem manter encobertas. Não é aceitável esse modelo de comunicação baseado em ?gotejamento seletivo? de informações, cujo único objetivo é minar reputações e desmoralizar a gestão anterior. Se houver algum erro ou inconsistência, que se apure. Mas que se faça isso com responsabilidade, com contraditório, dentro do devido processo legal, e não com ataques midiáticos. Se um contrato previa multa, quem recebeu esse contrato tinha a obrigação de avaliá-lo. Se não o fez, não pensou no Corinthians, pensou apenas em interesses particulares ou em alimentar uma disputa política que está levando o clube à beira do colapso institucional. O Corinthians é maior do que isso. E quem tem compromisso com o clube de verdade precisa parar de expô-lo para servir a seus próprios interesses?.
O Posicionamento Oficial do Corinthians
Em contrapartida, o Sport Club Corinthians Paulista emitiu sua própria nota oficial, reiterando o compromisso da atual gestão com a revisão de contratos e a busca por maior eficácia e regularidade, além de repudiar as irregularidades detectadas.
"O Sport Club Corinthians Paulista informa que desde que a gestão atual tomou posse no dia 26 de maio iniciou um processo de revisão dos contratos em vigência com a finalidade de melhorar a eficácia e de resguardar a regularidade dos serviços prestados ao clube. No caso da empresa em questão, a atual gestão identificou cláusulas que lesam o clube financeiramente, além de assinaturas realizadas em processos fora do rito habitual dentro de um ambiente regido pela regularidade e pela governança. O Corinthians reforça que acordos lesivos ao clube não terão continuidade e que irá adotar todas as medidas administrativas, cíveis e criminais cabíveis para anular o contrato com a empresa citada na reportagem, até porque o referido contrato foi assinado após as contas do presidente destituído pelo Conselho Deliberativo terem sido reprovadas por gestão temerária. Da mesma forma, o Corinthians irá responsabilizar os envolvidos em mais um caso estarrecedor descoberto. A gestão do presidente Osmar Stabile reafirma seu compromisso com o profissionalismo, com a ética e com os interesses maiores de todos os setores relacionados à Instituição Corinthians"
Ronaldo Fenômeno e o Futuro: SAF como Solução?
Em meio a esse cenário de instabilidade administrativa, uma voz de peso no universo corintiano se manifestou sobre o futuro do clube. Ronaldo Fenômeno, ícone do esporte, expressou, na última segunda-feira (23), seu interesse em integrar uma eventual Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no Corinthians . Em entrevista concedida ao Podcast Denílson Show, o ex-jogador e empresário afirmou que a transformação em SAF poderia ser o caminho mais viável para a agremiação.
?Se o Corinthians decidir virar SAF, eu arrumo o dinheiro e embarco. E não vai ser uma surpresa. O Corinthians é uma máquina, se organizar?, declarou Ronaldo , sublinhando sua crença no potencial inexplorado do clube sob uma gestão mais estruturada.
Contudo, a ideia de uma SAF para o Corinthians ainda reside majoritariamente no campo das discussões entre os torcedores. Dentro da estrutura do clube, tanto a diretoria quanto os conselheiros demonstram resistência à proposta. A Gaviões da Fiel, uma das mais influentes torcidas organizadas do Timão, também já manifestou publicamente sua oposição a essa transformação, indicando que a implementação de tal modelo enfrentaria barreiras significativas no Parque São Jorge.
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