Real Madrid X Corinthians: A Disparidade Financeira do Futebol Global Revelada

O cenário financeiro do futebol mundial foi dramaticamente iluminado na última quinta-feira (17), quando o Real Madrid divulgou seu balanço contábil para a temporada 2024/25. A informação que saltou aos olhos foi a impressionante receita recorde do clube espanhol, que atingiu 1,18 bilhão de euros, valor equivalente a aproximadamente R$ 7,6 bilhões, desconsiderando as transações de jogadores.

Ao confrontar essa cifra com a realidade do futebol sul-americano, e mais especificamente do Brasil, a dimensão da disparidade torna-se gritante. Os quatro maiores geradores de receita recorrente do país ? Flamengo, Corinthians, São Paulo e Palmeiras ? juntos, não conseguem sequer se aproximar da metade do montante arrecadado pelo gigante madrilenho.

De acordo com os dados apresentados pelo Relatório Convocados 25, a soma das receitas recorrentes dessas quatro potências brasileiras, também sem incluir a venda de atletas, totaliza R$ 3,3 bilhões. Isso significa que, mesmo unindo os esforços financeiros das equipes de maior faturamento no Brasil, o montante ainda fica significativamente aquém do alcançado por apenas um clube europeu.

O Abismo Financeiro: Real Madrid versus Gigantes do Brasil

Para se ter uma perspectiva mais detalhada, a receita recorrente do Flamengo em 2024 foi a mais elevada no Brasil, registrando R$ 1,210 bilhão. Na sequência, surgem o Corinthians , com R$ 852 milhões, o São Paulo, com R$ 639 milhões, e o Palmeiras, com R$ 623 milhões. A seguir, uma tabela que ilustra esses valores:

Para que o futebol brasileiro pudesse igualar o faturamento do Real Madrid sem contar a venda de atletas, seria necessário somar as receitas de 18 dos 20 clubes com maior arrecadação no cenário nacional. Tal comparação sublinha a imensa diferença estrutural e mercadológica entre os contextos.

Corinthians e o Desafio da Disparidade Global

A discrepância persiste mesmo quando se consideram as receitas totais, que incluem os valores provenientes da comercialização de jogadores. Com a adição das vendas de atletas, a soma total dos quatro principais clubes brasileiros atinge R$ 4,26 bilhões. Embora esse número seja superior ao das receitas recorrentes, ele ainda permanece consideravelmente abaixo do patamar alcançado pelo clube da capital espanhola.

Esse cenário financeiro impõe um desafio contínuo aos clubes brasileiros, incluindo o Corinthians , na busca por competitividade em escala global. A capacidade de investimento em infraestrutura, captação de talentos e manutenção de elencos de alto nível é diretamente impactada por essa lacuna de faturamento, moldando as estratégias e o futuro do futebol nacional em um panorama cada vez mais globalizado.