Preparação Física do Corinthians: Métodos em Xeque e Insatisfação no Elenco

O impacto das metodologias de preparação física implementadas no Corinthians ao longo da atual temporada permanece reverberando no elenco. Mesmo transcorridos mais de seis meses desde a chegada de Dorival Júnior, a alteração no modelo de trabalho do departamento físico continua sendo uma pauta sensível e perceptível entre os atletas.

A transição de abordagens é notória. Celso de Rezende, atual preparador ligado à equipe de Dorival, mantém um perfil mais reservado no dia a dia, contrastando com a ativa participação de Diego Pereira, que integrava a comissão de Ramón Díaz. No centro dessa dinâmica, Reverson Pimentel assume a coordenação do núcleo de performance.

A orientação institucional estabelece que os preparadores vinculados diretamente à comissão técnica devem priorizar o trabalho em campo. As responsabilidades de prevenção e acompanhamento de atletas em fase de recuperação são delegadas à estrutura interna do Centro de Treinamento. Contudo, a proximidade profissional entre Pimentel e Rezende resulta em uma colaboração prática, onde Pimentel contribui ativamente no planejamento das sessões de treino.

A Nova Abordagem: Discrição e Distância

A forma como os profissionais se relacionam com o elenco é um fator crucial na percepção dos jogadores sobre a qualidade da preparação física. Diego Pereira, em sua gestão anterior, cultivava um vínculo estreito com os atletas, por vezes intensificando a interação a ponto de gerar cobranças firmes e debates vigorosos.

Em seu período no clube, Pereira protagonizou desentendimentos com jogadores de destaque, incluindo Yuri Alberto e Memphis Depay, apesar de manter uma amizade com o holandês. Contraditoriamente, sua capacidade de personalizar as ativações físicas, adaptando-as às particularidades e demandas de cada atleta, era um pilar fundamental para a manutenção do respeito do grupo ao seu trabalho.

Em contraste, Celso de Rezende adota uma postura mais formal e distante em relação ao grupo. Embora seja percebido como uma figura afável e bem-humorada, sua participação no cotidiano se limita majoritariamente aos treinos coletivos, sem um engajamento mais aprofundado ou conversas individualizadas com os jogadores.

O Contraste de Perfis: Proximidade vs. Reserva

Uma parcela do elenco , aliás, avalia os métodos de Rezende como desatualizados. Entre os mais vocais nessa crítica está Memphis Depay. O jogador holandês, com um histórico de lesões, frequentemente questiona a eficácia das atividades propostas, especialmente as de cunho físico, e expressa insatisfação com os resultados percebidos.

Além de Depay, outros atletas como André Carrillo, Rodrigo Garro e Yuri Alberto também expressaram, em conversas de bastidores, seu descontentamento com o modelo de preparação física implementado desde a alteração na equipe técnica.

Vozes do Vestiário: Jogadores Questionam a Metodologia