Postos Corinthians em Xeque: Operação Bilionária e Suspeita de Ligação com PCC

Uma vasta operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) colocou sob escrutínio empresários proprietários de três postos de gasolina que operam sob a licença da marca Corinthians. A ação visa desmantelar um complexo esquema criminoso.

Documentos judiciais, acessados pela equipe do UOL, oferecem um panorama detalhado da investigação. Trata-se de um suposto esquema que movimenta quantias bilionárias e apresenta possíveis conexões com o Primeiro Comando da Capital (PCC). A notícia foi inicialmente divulgada pelo g1.

A Complexidade da Operação e Seus Alvos

A 2ª Vara Criminal de Catanduva acolheu um pedido do Ministério Público, emitindo uma decisão que autoriza a apuração de um "projeto criminoso" cuja movimentação financeira ultrapassa a expressiva cifra de R$ 8,4 bilhões. As averiguações indicam a prática de diversas infrações, incluindo lavagem de dinheiro, fraudes tributárias e estelionato.

A apuração revela que o crime organizado teria expandido sua influência por toda a cadeia de produção e distribuição de combustíveis, valendo-se de uma extensa rede de postos. O inquérito aponta para "vínculos objetivos com pessoas potencialmente vinculadas à organização criminosa do Primeiro Comando da Capital".

Os Nomes Envolvidos e Suas Conexões

Luiz Ernesto Franco Monegatto é um dos empresários associados a dois dos postos que utilizam a marca licenciada do Corinthians . Monegatto foi alvo de um mandado de busca e apreensão no curso da operação. Os autos do processo sugerem seu envolvimento em transações imobiliárias que teriam sido empregadas para a lavagem de capitais pelo grupo investigado.

O terceiro posto com a marca do clube, por sua vez, está conectado a outros dois indivíduos que também são alvos da mesma operação: Pedro Furtado Gouveia Neto e Himad Abdallah Mourad. Himad, que é primo do suposto líder do esquema, é descrito no documento como um dos "principais expoentes do grupo criminoso". O nome de Mourad também aparece no quadro societário de 103 postos vinculados ao núcleo sob investigação.

Pedro Furtado Gouveia Neto, por sua vez, é identificado como representante da GGX Global, uma empresa de serviços administrativos que, segundo as investigações, integra a estrutura da organização criminosa. Ambos os empresários também tiveram mandados de busca e apreensão expedidos em seus nomes, reforçando a seriedade das acusações.

O Esclarecimento do Corinthians sobre o Licenciamento

A parceria com os estabelecimentos de combustíveis foi formalmente anunciada pelo próprio clube em seu portal institucional. As inaugurações das unidades que ostentam a marca "Posto Corinthians " foram comunicadas oficialmente em 2021, 2022 e 2023. Estes são os únicos empreendimentos que fazem parte do programa de licenciamento do time no segmento de combustíveis.

Ao ser questionado pela reportagem, o Sport Club Corinthians Paulista esclareceu sua posição, afirmando que "não é o administrador responsável pelos postos de gasolina citados" e que "acompanha com máxima atenção o andamento das investigações".

O Sport Club Corinthians Paulista informa que não é o administrador responsável pelos postos de gasolina citados pela reportagem. Nesses casos o Clube esclarece que trata-se de um contrato de licenciamento de sua marca. O Corinthians também informa que acompanha com máxima atenção o andamento das investigações para - se necessário- tomar as medidas jurídicas cabíveis em relação aos contratos de licenciamento firmados com os postos de gasolina citados na operação.