Orçamento do Corinthians para 2026 em Risco: Entenda a Urgência e os Bastidores da Gestão

A cúpula do Corinthians enfrenta um dilema administrativo de proporções significativas: a previsão orçamentária para a próxima temporada ainda não foi encaminhada aos órgãos de fiscalização internos. Esta omissão coloca o clube em uma posição delicada, com a iminente possibilidade de iniciar o ano de 2026 sem um planejamento financeiro devidamente votado e aprovado.

O Conselho Deliberativo do Timão já havia estabelecido a data de 15 de dezembro para a assembleia destinada à análise e votação da proposta orçamentária. Contudo, paira a incerteza sobre a realização desse encontro.

A presidência do órgão pondera a anulação da reunião e seu reagendamento para o início do próximo ciclo, caso o documento crucial não seja formalmente entregue até o dia 10 de dezembro. Tal cenário implicaria que o Sport Club Corinthians Paulista abriria 2026 sem as diretrizes financeiras essenciais para sua operação.

É imperativo ressaltar que, antes de ser submetida à apreciação do Conselho Deliberativo, a proposta orçamentária requer o aval prévio de duas outras instâncias: o Conselho Fiscal e o Conselho de Orientação (CORI). O CORI, inclusive, tem um encontro agendado para a próxima segunda-feira, com o objetivo primordial de debater este tópico.

As Consequências da Instabilidade na Gestão Financeira

A complexidade do processo se acentua caso qualquer um desses conselhos rejeite a proposta inicial. Nessas circunstâncias, a diretoria seria compelida a revisar integralmente o documento e reenviá-lo para uma nova rodada de análises pelas comissões, consumindo um tempo valioso que o clube não parece ter.

Este atraso na apresentação da previsão orçamentária aos órgãos fiscalizadores não é um evento isolado, mas sim uma consequência direta das recentes e profundas alterações na estrutura de comando corintiana. A instabilidade administrativa tem reverberado em todos os níveis, especialmente no planejamento financeiro.

O primeiro fator contribuinte foi o processo de impeachment de Augusto Melo da presidência. Essa mudança abrupta exigiu uma reavaliação completa da previsão orçamentária referente ao segundo semestre, o que, por sua vez, impactou diretamente o cronograma e o tempo disponível para a elaboração do plano financeiro de 2026.

Mudanças e Desafios na Cúpula Financeira

Subsequentemente, o então gerente financeiro, Roberto Gavioli, foi afastado de suas funções. Sua saída foi motivada por sérias denúncias que incluíam omissão em casos de apropriação indébita, falsidade de documento tributário e lavagem de dinheiro, supostamente envolvendo o ex-presidente André s Sánchez. A vacância em uma posição tão estratégica, em meio a tais acusações, gerou um vácuo e complicou ainda mais o andamento dos trabalhos.

Para preencher essa lacuna e tentar acelerar o processo, foi contratado André Lavieri, em uma parceria com a renomada empresa Alvarez & Marsal. A missão principal de Lavieri foi justamente impulsionar a elaboração da previsão orçamentária de 2026, em um esforço para recuperar o tempo perdido e garantir a conformidade dos prazos.

A expectativa atual da gestão corintiana é que o documento seja finalmente enviado aos conselhos até o término desta semana, em uma corrida contra o tempo, às vésperas do encontro do CORI agendado para discutir o tema. A agilidade nos próximos dias será determinante para evitar que o Corinthians inicie o ano sem uma bússola financeira clara.