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Hugo Souza: De Goleiro Contestado a Convocado da Seleção no Corinthians
Por Redação FuTimão em 02/07/2025 08:17
Para os apaixonados pelo Sport Club Corinthians Paulista, a data de 2 de julho adquiriu um significado particular a partir do ano anterior. Foi nesse dia, numa terça-feira de 2024, que o clube do Parque São Jorge oficializou a chegada de Hugo Souza. O que inicialmente parecia ser uma aposta de alto risco, um ano depois se transformou em uma figura central e um forte candidato ao status de ídolo dentro da agremiação.
Nesse período, o arqueiro não apenas consolidou sua posição em campo, mas também assumiu um papel de liderança marcante no cotidiano do CT Joaquim Grava. Sua voz, apesar da juventude e do tempo relativamente curto de casa, é hoje ouvida e respeitada até mesmo pela cúpula diretiva. Aos 26 anos, Hugo Souza estabeleceu-se como uma referência, exibindo atributos que o qualificam para figurar entre os grandes nomes da história corintiana. Contudo, há doze meses, a percepção era de intensa desconfiança.
O Goleiro que Ninguém Esperava: A Visão de Fabinho Soldado
A chegada de Hugo Souza ao Corinthians foi uma iniciativa pessoal de Fabinho Soldado, o diretor executivo de futebol do Timão. Naquele momento, o goleiro vinha de uma passagem desafiadora pelo Chaves, equipe rebaixada em Portugal, e estava completamente fora dos planos e do radar do departamento de análise de desempenho do clube, que, ironicamente, buscava um profissional para a posição com extrema urgência.
Fabinho Soldado apresentou o nome de Hugo Souza ao setor de observação e defendeu sua contratação com veemência perante toda a diretoria. O dirigente, que já conhecia o potencial de Hugo desde os tempos de Flamengo, estava convicto de que o jovem goleiro possuía as qualidades necessárias para estabilizar a então turbulenta situação na meta corintiana, que vivia um momento de incertezas.
O Vazio no Gol: Contexto de um Acerto Inesperado
O ano de 2024 representou um período de transição e incerteza para a posição de goleiro no Corinthians . Antes da chegada do novo camisa 1, o clube havia se despedido de Cássio, considerado por muitos um dos maiores símbolos de sua história. Além disso, Carlos Miguel, que era visto como o sucessor natural e uma aposta promissora para preencher a lacuna, protagonizou uma transferência conturbada para o Nottingham Forest, da Inglaterra.
Nesse cenário, Santos, atleta com um ouro olímpico pelo Brasil em 2021, despontava como a principal alternativa para assumir a titularidade. No entanto, a persistência de Fabinho Soldado prevaleceu. Sua convicção em Hugo Souza se mostrou acertada, pois o goleiro entregou respostas imediatas e elevou seu status no cenário do futebol nacional. Internamente, a contratação de Hugo Souza é hoje unanimemente reconhecida como um dos grandes êxitos de Fabinho Soldado em sua gestão como diretor executivo.
Impacto Imediato e o Caminho da Glória
De uma aposta sob o manto da desconfiança, Hugo Souza rapidamente começou a brilhar sob a orientação de Ramón Díaz no ano passado. Sua performance foi vital nas campanhas do Corinthians : semifinalista da Copa Sul-Americana, onde demonstrou sua frieza ao defender três cobranças de pênalti contra o Red Bull Bragantino, e na Copa do Brasil, sendo decisivo em confrontos como o contra o Grêmio.
No Campeonato Brasileiro, o goleiro também se destacou, sendo um dos pilares na jornada que tirou o time da zona de rebaixamento e o conduziu a uma classificação para a Conmebol Libertadores. Mais do que suas defesas, Hugo Souza preencheu uma lacuna crucial no elenco, que se via carente de referências após as saídas de figuras como Paulinho e Cássio . O goleiro rapidamente se alinhou a Romero, um dos atletas mais experientes do plantel, e se tornou um ponto de referência para todo o grupo.
Liderança em Campo e a Braçadeira de Capitão
Um episódio em particular ilustra de forma categórica o amadurecimento do jogador nesse aspecto de liderança. Antes do embate contra o Flamengo pelo Campeonato Brasileiro, partida que resultou em uma vitória corintiana por 2 a 1, Hugo Souza expressou internamente o desejo de ostentar a faixa de capitão durante o jogo, em virtude de seu passado no clube rubro-negro.
Ramón Díaz acolheu o pedido do goleiro e, durante a preleção, anunciou Hugo Souza como um dos capitães, o que visivelmente emocionou o atleta. Hugo Souza vestiu a faixa de capitão a partir da substituição de Fagner e, mesmo com Romero em campo, consolidou-se de vez como uma das vozes mais importantes e um líder inquestionável do Corinthians .
Consolidação e a Conquista que Marcou Época
O impacto imediato de Hugo Souza , tanto dentro quanto fora das quatro linhas, impulsionou o clube a agir prontamente para assegurar sua permanência em definitivo. O Flamengo, detentor dos direitos do atleta e com quem o Corinthians mantinha um contrato de empréstimo, exigia uma cláusula de compra fixada em 800 mil euros (o equivalente a R$ 4,8 milhões na cotação da época) para ceder o jogador em definitivo ao clube do Parque São Jorge.
O Timão, então, mobilizou recursos e contou com o apoio financeiro da patrocinadora Esportes da Sorte para cumprir a exigência do Flamengo, efetuando o pagamento à vista. Em novembro, o anúncio de sua aquisição definitiva foi feito, e o investimento não demorou a render frutos na primeira competição subsequente. Hugo Souza foi o grande protagonista do Corinthians na conquista do Campeonato Paulista desta temporada, um título que encerrou um jejum de seis anos sem troféus para o futebol masculino profissional alvinegro.
Duas defesas de pênalti contra o arquirrival Palmeiras foram cruciais na campanha vitoriosa. Na fase de grupos, o goleiro defendeu a cobrança do jovem Estêvão, garantindo o empate em 1 a 1 no Allianz Parque. Na grande finalíssima, sua defesa no chute de Raphael Veiga assegurou o 0 a 0 que garantiu o título estadual ao Corinthians , que havia vencido o confronto de ida por 1 a 0.
O cenário de desconfiança inicial ficou para trás, e Hugo Souza firmou-se como um dos principais nomes em sua posição no cenário nacional. Seu desempenho excepcional no Corinthians , aliás, foi o passaporte para que o goleiro fosse incluído na primeira lista de convocados de Carlo Ancelotti para a Seleção Brasileira, coroando uma trajetória de superação e sucesso.
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