Dívida do Corinthians por Reforços: Entenda os R$ 203 Milhões Inadimplidos em 2024

O cenário financeiro do Sport Club Corinthians Paulista, no que tange à aquisição de novos talentos, revela um panorama preocupante. Recentemente, clubes como o Santos Laguna e o Talleres da Argentina têm intensificado suas cobranças por valores consideráveis que, segundo eles, ainda não foram quitados nas negociações de Félix Torres e Rodrigo Garro, respectivamente. Paralelamente, o Cuiabá também se manifesta, buscando a regularização de uma fatura de R$ 18,5 milhões referente à transferência de Raniele.

Essas demandas não são isoladas; elas apontam para um padrão de inadimplência que tem se tornado uma constante nas relações do Corinthians com outras agremiações. Tal situação expõe o clube a potenciais sanções severas, tanto no âmbito doméstico da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) quanto na esfera internacional da FIFA, o que poderia gerar consequências drásticas para o Timão.

A realidade que se desenha é a de um modelo de gestão que parece operar sob a premissa do ?'Contrato, pago quando puder'", uma estratégia arriscada cujos reflexos estão meticulosamente documentados nos balanços financeiros oficiais do próprio clube.

A Escalada da Inadimplência Alvinegra

Ao final do exercício de 2022, o débito do Corinthians por aquisições de jogadores (englobando tanto valores devidos a outros clubes quanto a atletas detentores de seus próprios direitos econômicos) totalizava R$ 91,3 milhões. No ano seguinte, 2023, houve uma leve retração para R$ 71,7 milhões, sinalizando uma aparente, ainda que modesta, melhora na gestão dessas obrigações.

Contudo, o cenário mudou drasticamente em 2024. No primeiro ano sob a gestão do então presidente Augusto Melo, hoje afastado, a dívida explodiu para impressionantes R$ 203,3 milhões. Este salto vertiginoso não ocorreu por acaso.

Os dados do balanço corintiano são claros: a administração de Melo concretizou a contratação de jogadores que, somados, representaram um custo de R$ 222 milhões em 2024. Até o encerramento do ano fiscal, o clube havia liquidado uma parcela mínima desse montante, correspondente a apenas 18,6% do total, ou R$ 41,4 milhões.

Foto: (Rodrigo Coca / Corinthians)

O Custo Inadimplido dos Reforços de 2024

Abaixo, detalhamos a situação dos principais reforços contratados sob a gestão de Augusto Melo, com os respectivos custos totais, os valores pagos até 31 de dezembro de 2024, e o saldo devedor por cada atleta:

As Consequências Amargas da Inadimplência Crônica

É fundamental ressaltar que nem a totalidade do saldo devedor do Corinthians se refere a parcelas vencidas. Uma parte dessas obrigações estava, de fato, programada para ser liquidada a partir de janeiro de 2025. Contudo, as insistentes cobranças de clubes como Cuiabá, Santos Laguna e Talleres são evidências irrefutáveis de que o problema da inadimplência persiste e se manifesta em atrasos concretos.

Para agravar a situação, tais atrasos não se limitam ao valor principal da dívida. Eles geram multas e juros, que, como um efeito cascata, impulsionam a dívida corintiana a patamares cada vez mais elevados. Este ciclo vicioso de endividamento e inadimplência representa um risco iminente para a saúde financeira do Corinthians , com o potencial de comprometer não apenas a credibilidade do clube no mercado, mas também sua capacidade de operar de forma sustentável no futuro próximo.