Corinthians x Palmeiras: Súmula do Árbitro Revela Arremesso de Objetos e Laser no Dérbi

O recente clássico entre Corinthians e Palmeiras, que agitou a última quarta-feira, transcendeu o campo de jogo e ganhou novos contornos a partir do relatório oficial elaborado pelo árbitro goiano Wilton Pereira Sampaio. Em sua súmula, o juiz detalhou uma série de comportamentos inadequados por parte da torcida alvinegra, que podem acarretar sérias consequências disciplinares para o clube do Parque São Jorge.

Incidentes na Neo Química Arena: Laser e Objetos

Um dos pontos cruciais do documento arbitral refere-se à utilização de um laser direcionado ao goleiro palmeirense Weverton. O incidente, ocorrido aos 46 minutos da primeira etapa, resultou na interrupção do confronto. Sampaio descreveu o ocorrido com precisão:

- Aos 46 minutos do primeiro tempo, a partida foi interrompida em virtude da utilização de equipamento laser, por parte da torcida mandante, que atingia a visão do goleiro da equipe visitante. A administração do estádio seguiu o protocolo e o incidente cessou ?

Além da interferência visual, o árbitro registrou o arremesso de diversos objetos no gramado durante a segunda metade do embate. Este episódio se deu em um momento de alta tensão, precisamente quando o Palmeiras celebrou um gol que, posteriormente, seria invalidado pela revisão do VAR. Não apenas o campo foi alvo, mas também as proximidades do banco de reservas e a área de aquecimento dos atletas visitantes.

A súmula de Sampaio detalha a natureza dos projéteis lançados e a abrangência da ação:

- Aos 39 minutos do segundo tempo, a partida foi paralisada em virtude do arremesso de diversos objetos, por parte da torcida mandante, em direção ao campo de jogo, sendo eles isqueiros, cigarros eletrônicos e copos. Tais fatos ocorreram no local onde os atletas visitantes estavam em aquecimento, no banco de reservas e também na área técnica desta mesma equipe.

Desdobramentos Legais e Restrições Atuais

A gravidade dos relatos contidos na súmula do árbitro Wilton Pereira Sampaio coloca o Corinthians em uma posição delicada. É iminente a possibilidade de o clube ser denunciado perante o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o que poderia resultar em novas sanções e punições para o time.

Este cenário não é inédito para o Alvinegro, que já se encontra sob uma série de restrições impostas pela Federação Paulista de Futebol, resultado de recomendações do Ministério Público e da Polícia Militar. Um precedente notório ocorreu em março do corrente ano, na final do Campeonato Paulista, também contra o Palmeiras, quando sinalizadores acesos pela torcida causaram a paralisação dos minutos derradeiros da partida.

Nos bastidores, o departamento jurídico do Timão tem se movimentado intensamente, em conjunto com as torcidas organizadas, para tentar reverter as punições vigentes. Uma reunião com o Ministério Público já foi realizada, e o clube aguarda agora um novo encontro com representantes do 2º Batalhão de Choque, na tentativa de suspender a proibição de elementos como bandeiras, faixas, mosaicos e instrumentos musicais na Neo Química Arena. A súmula do Dérbi, contudo, adiciona um novo e desafiador capítulo a essa batalha legal.