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Corinthians Recua da LFU: R$ 57 Milhões, Extensão de Contrato e o Futuro Financeiro
Por Redação FuTimão em 26/08/2025 11:23
Em um cenário de premente necessidade de capital, o Sport Club Corinthians Paulista demonstrou cautela ao suspender as tratativas com a Liga Forte União (LFU) para a obtenção de R$ 57 milhões em recursos imediatos. A decisão reflete uma análise estratégica da diretoria alvinegra diante das condições impostas pela LFU.
O ponto central do impasse reside na exigência da LFU de estender o vínculo contratual com o Corinthians por um ano adicional, deslocando o término do acordo de 2029 para 2030. Inicialmente, houve uma inclinação por parte de membros da diretoria em aceitar a condição, desde que fosse inserida uma "cláusula de saída". Tal disposição permitiria ao clube reverter a prorrogação do contrato mediante a devolução do montante recebido à LFU. Contudo, essa proposta não se mostrou suficiente para convencer o presidente alvinegro, Osmar Stabile, a selar o negócio.
A preocupação primordial do dirigente reside na possibilidade de que, em um futuro não tão distante, o Corinthians não disponha dos recursos necessários para honrar a devolução, o que o manteria atrelado a um contrato prolongado sob termos potencialmente desfavoráveis. Além disso, Stabile manifesta a intenção de não legar um compromisso de longo prazo que possa onerar a gestão de seu sucessor, considerando que seu mandato se estende apenas até o final de 2026.
O Pacote Financeiro e Suas Condições
Os R$ 57 milhões em questão seriam estruturados em duas parcelas distintas, cada uma com suas particularidades financeiras e burocráticas:
| Parcela | Descrição | Condições | Aprovação Interna |
|---|---|---|---|
| R$ 27 milhões | Adiantamento da receita variável de performance no Campeonato Brasileiro | Previsto para dezembro, sem juros ou taxas | Não requer validação de órgãos internos |
| R$ 30 milhões | Empréstimo financeiro | Taxa de juros de CDI (atualmente 14,9% ao ano) + 3% | Autorizado pelo Conselho de Orientação (CORI) |
A finalidade primordial da obtenção desses recursos, conforme planejado pela gestão corintiana, seria a quitação do "transfer ban" imposto pela FIFA, bem como a regularização de outras pendências financeiras urgentes, incluindo o pagamento de premiações em atraso a jogadores. Tais medidas são cruciais para a estabilidade e a capacidade competitiva do elenco.
Implicações da Decisão e Contexto Histórico
Apesar da retração inicial, as tratativas entre o Corinthians e a Liga Forte União não são consideradas encerradas. A porta para uma futura negociação ainda permanece aberta, indicando uma busca por termos que se alinhem melhor aos interesses e à prudência da diretoria alvinegra.
É pertinente recordar que, em negociações anteriores com a LFU, o Corinthians já obteve volumes significativos de recursos. No ano passado, por exemplo, o clube firmou um empréstimo de R$ 150 milhões, sob condições financeiras similares (CDI + 3%). Mais recentemente, em maio deste ano, logo após a transição presidencial que levou Osmar Stabile ao comando, o clube antecipou cerca de R$ 22 milhões de receitas provenientes do contrato vigente com a LFU.
O Corinthians estima que a receita total proveniente dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro desta temporada alcance a cifra de R$ 210 milhões. Desse montante, aproximadamente R$ 100 milhões já foram incorporados ao caixa do clube. A decisão de recuar na atual proposta da LFU, portanto, insere-se em um contexto de gerenciamento financeiro complexo, onde a busca por liquidez se contrapõe à necessidade de preservar a autonomia e evitar compromissos de longo prazo que possam limitar futuras gestões.
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