Corinthians: O Plano Secreto para Libertar o Mercado e Contratar em 2026

O Sport Club Corinthians Paulista delineou uma estratégia precisa para sanar os débitos que ameaçam sua capacidade de movimentar o mercado de transferências. A meta é clara: garantir que o clube possa registrar novos talentos para a temporada vindoura, valendo-se de projeções de receita para o encerramento do ano.

Entre as diversas pendências financeiras que o Corinthians enfrenta junto à FIFA, duas se destacam pela urgência, já tendo recebido ratificação da Corte Arbitral do Esporte (CAS). Somadas, essas obrigações alcançam a cifra de aproximadamente R$ 85 milhões.

A primeira delas refere-se ao débito de R$ 40 milhões com o Santos Laguna, do México, decorrente da aquisição do zagueiro Félix Torres. Essa dívida já culminou em um impedimento para registrar atletas, em vigor desde 12 de agosto, estendendo-se por mais de dois meses. A postura irredutível dos mexicanos impede qualquer negociação, exigindo a liquidação integral do montante.

A Complexa Teia dos Débitos Urgentes da FIFA

A segunda situação envolve o meio-campista Matías Rojas, hoje no Portland Timbers. O Corinthians deve cerca de R$ 45 milhões ao atleta paraguaio. A ausência de um pagamento ou de um acordo com o jogador pode acarretar um novo impedimento de transferências, adicionando mais um obstáculo ao planejamento do clube.

Diante de um cenário financeiro desafiador, o Alvinegro não dispõe de capital imediato para efetuar esses pagamentos à vista. A diretoria, portanto, deposita suas esperanças na verba proveniente da Liga Forte União (LFU), referente aos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, com chegada prevista para o final de 2025.

Essa representará uma das últimas grandes fontes de receita do clube no ano, desconsiderando eventuais transações de jogadores. O valor exato ainda é incerto, pois a cota está vinculada ao desempenho do Corinthians na Série A e aos índices de audiência. Recentemente, o clube tentou negociar um empréstimo de R$ 30 milhões com a LFU, mas as contrapartidas exigidas pelo bloco foram consideradas desvantajosas pelo presidente Osmar Stabile, inviabilizando a operação.

A intenção do Corinthians é direcionar essa e outras receitas menores esperadas para o fim do ano fiscal para quitar a dívida referente a Félix Torres, removendo o impedimento de transferências.

Estratégias de Quitação: LFU e Negociações Estratégicas

No que tange ao caso Rojas, a expectativa é selar um acordo amigável. Fontes ligadas ao clube e ao estafe do jogador paraguaio confirmaram o avanço das negociações nas últimas semanas, embora ainda existam pontos a serem finalizados. O objetivo do Parque São Jorge é alcançar um consenso antes do prazo de 45 dias estipulado pela FIFA, que se encerra em meados de novembro.

A resolução bem-sucedida de ambas as pendências liberaria o Corinthians de sanções, permitindo a busca por reforços para a campanha de 2026. A próxima janela de transferências está agendada para o período de 5 de janeiro a 3 de março do próximo ano. É crucial lembrar que, na janela anterior, a iminência do impedimento restringiu o clube a apenas uma contratação: o atacante Vitinho.

O Horizonte de Incertezas: As Outras Pendências na FIFA

O cenário, contudo, possui outras camadas de complexidade. O Corinthians ainda enfrenta quatro condenações adicionais na FIFA, cujas decisões do CAS são aguardadas para breve. Se qualquer uma dessas 'estourar' até o final do ano, o clube pode se ver diante de novas cobranças, com o risco de imposição de mais impedimentos caso as pendências não sejam regularizadas.

Esses quatro processos adicionais somam aproximadamente R$ 44 milhões, valor que pode oscilar conforme juros e variações cambiais. A maior dessas dívidas pendentes refere-se ao meio-campista Rodrigo Garro, com o Corinthians devendo R$ 23,3 milhões ao Talleres pela sua contratação.

Em declaração anterior à reportagem, o presidente do Talleres, André s Fassi, havia criticado veementemente o Alvinegro, exigindo o pagamento. No entanto, informações recentes obtidas indicam uma postura mais flexível por parte do clube argentino nos bastidores. O Corinthians , assim, vislumbra uma luz no fim do túnel para um possível acordo.

A capacidade de manobrar por entre essas complexas obrigações financeiras será determinante para o Corinthians reconquistar sua liberdade no mercado e construir um elenco competitivo para os desafios de 2026, evitando que o passado financeiro comprometa o futuro esportivo.