Corinthians Afasta Gerente por Assédio Moral na Arena: O Que Aconteceu?

O Sport Club Corinthians Paulista, sob a égide de sua nova direção, moveu-se com celeridade ao afastar um de seus gerentes da Neo Química Arena, Lucio Blanco, diante de sérias alegações de assédio moral. A decisão, tomada na última sexta-feira, ecoa a gravidade das denúncias que já são objeto de uma investigação formal por parte da Polícia Civil de São Paulo, instando o clube a uma apuração interna rigorosa sobre a conduta de um de seus colaboradores.

O profissional em questão, responsável pela arrecadação no estádio, encontra-se sob escrutínio público e institucional. Até o momento, o gerente optou por não emitir qualquer declaração pública, aguardando o desfecho das avaliações conduzidas internamente pela organização alvinegra.

As Graves Acusações e o Relato da Vítima

As bases da investigação policial foram estabelecidas a partir de um inquérito que aborda o crime de "violência psicológica contra a mulher". A queixa foi apresentada por Gabriela Rosa Torres, coordenadora de atendimento da Arena, em março do corrente ano, na Delegacia de Defesa da Mulher. Seu depoimento detalha uma série de incidentes perturbadores que teriam se iniciado no ano de 2024.

A funcionária narrou às autoridades episódios de humilhação e constrangimento, frequentemente ocorrendo na presença de outros colegas de trabalho. Um dos relatos mais contundentes descreve uma situação em que o gerente teria compelido Gabriela a permitir o acesso de 57 pessoas, desprovidas de ingresso, ao camarote "Fielzone". Ao expressar sua discordância, a coordenadora alegou ter sido alvo de um tratamento "de forma agressiva, com gritos e insultos". O impacto emocional foi tão severo que, após o ocorrido, a funcionária precisou se ausentar do trabalho por licença médica.

Padrões de Conduta e Falhas Pretéritas

A gravidade das acusações se adensa com a revelação de relatos de outras testemunhas, que, sob condição de anonimato, corroboraram as narrativas de Gabriela. Esses depoimentos sugerem um padrão de perseguição e conduta inadequada do gerente em relação a mulheres. Evidências adicionais, como capturas de tela de conversas via aplicativo de mensagens datadas entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024, revelam que um colega de trabalho já havia recebido queixas de três funcionárias distintas acerca do comportamento do gerente.

O boletim de ocorrência também aponta para tentativas anteriores de Gabriela de buscar amparo dentro da própria estrutura do Corinthians . Em setembro de 2024, a funcionária teria procurado Marcelo Mariano, então diretor administrativo do clube, mas, lamentavelmente, nenhuma medida efetiva foi tomada. Uma sindicância foi aberta no mês seguinte, após a funcionária recorrer aos canais internos de denúncia, contudo, o processo teria "estagnado" ao chegar ao departamento de Recursos Humanos, levantando questionamentos sobre a eficácia dos mecanismos de proteção aos funcionários.

A Resposta da Nova Gestão e o Compromisso com a Integridade

Diante da repercussão do caso, o Sport Club Corinthians Paulista, por meio de seu presidente em exercício, Osmar Stabile, emitiu um comunicado oficial. A declaração confirma o afastamento do funcionário de suas funções e a imediata instauração de um procedimento investigatório interno. Este processo visa uma "apuração minuciosa dos fatos", demonstrando um posicionamento de tolerância zero por parte da atual administração.

O clube enfatiza que, caso as alegações de comportamentos inadequados sejam comprovadas, tais condutas não serão toleradas, independentemente do colaborador envolvido. Além disso, a gestão se compromete a investigar as razões pelas quais as denúncias prévias não foram devidamente encaminhadas e os canais de apoio aos funcionários não foram acionados ou não funcionaram como deveriam. A transparência e a integridade são pilares essenciais para a reconstrução da confiança e a garantia de um ambiente de trabalho seguro para todos os colaboradores do Corinthians .