Carlos Miguel: A Polêmica Saída do Corinthians e o Impacto na Fiel

Atualmente no futebol inglês, onde se estabeleceu em 2024, o goleiro Carlos Miguel concedeu uma entrevista recente na qual revisitou os pormenores de sua conturbada despedida do Corinthians, culminando em sua transferência para o Nottingham Forest. O arqueiro de 26 anos, que havia alcançado a posição de titular sob a gestão do técnico António Oliveira, pouco antes da partida de Cássio para o Cruzeiro, aceitou uma proposta do clube inglês, que efetuou o pagamento da multa rescisória.

A decisão de Carlos Miguel , no entanto, gerou um considerável burburinho, provocando uma onda de descontentamento, especialmente entre os fervorosos torcedores corintianos. A abrupta saída de um jogador que começava a consolidar-se no gol, em um momento de transição para o clube, naturalmente, suscitou questionamentos e reações intensas por parte da Fiel.

Durante o programa, o ex-atleta alvinegro abordou com franqueza a complexa dinâmica de sua relação com a torcida em meio à sua escolha de deixar o Parque São Jorge. Ele admitiu estar ciente de que sua determinação não seria universalmente aceita, mas enfatizou que, no cerne da questão, tratava-se de uma decisão intrinsecamente pessoal.

A Escolha Pessoal e a Reação da Fiel

Miguel também revelou o impacto emocional que o período de sua saída teve sobre seus familiares, que sofreram diretamente com as manifestações e reações dos torcedores. A pressão externa, muitas vezes desmedida, estendeu-se para além do campo, atingindo o círculo íntimo do jogador.

Minha relação (com a torcida) mesmo é tranquila, ótima, mas às vezes a gente sabe que a sua decisão, como eu falei: não vai agradar 30 milhões de pessoas, mas tenho que pensar que a decisão é minha, e não deles. Então eu sabia disso, sabia que seria difícil, teria muita gente revoltada, mas é o ser humano. Torcedor fanático, o corintiano então em si é fanático. E tem que ser fanático pelo clube, eu mesmo hoje sou corintiano.

O goleiro prosseguiu sua reflexão sobre a intensidade das reações, destacando a dificuldade de lidar com a incompreensão e a hostilidade que por vezes se manifestam:

Não preciso ficar fazendo muitas coisas, baixo a minha cabeça, escuto, deixo as pessoas falarem, acharem que estão corretas em fazer o que fazem, ou alguns jornalistas que falam... muitas coisas, quando eu saí (do Corinthians) fiquei muito triste, por isso não vou muito em programas porque muitas vezes as pessoas declaram uma guerra. Não foi para mim, mas para minha família, minhas tias, minha namorada, meus amigos, meu irmão. Coisas do tipo: 'se ver ele na rua, xinga, faz isso', coisas muito ruins de se fazer.

Resiliência e o Próximo Capítulo na Carreira

Carlos Miguel concluiu sua explanação com uma nota de serenidade e resiliência, reiterando sua convicção na própria decisão e na importância de manter a calma diante das adversidades. Ele salientou a falta de empatia de alguns e a compreensão de outros, como o ex-companheiro Fábio Santos:

Muitas pessoas não entendem e não sabem se colocar no lugar. Fiquei muito tranquilo, sabia da minha decisão, deixei todo mundo falar, achar que sabe do Carlos Miguel. Mas o Fábio (Santos) sabe como eu sou no dia a dia. Nunca vou ter raiva, brigar com ninguém. Sempre vou ficar tranquilo, porque na vida a gente não pode desejar nada de mal a ninguém que volta em dobro.

Atualmente, Carlos Miguel desfruta de suas férias após a conclusão de sua primeira temporada no futebol inglês. Sua participação pelo Forest foi limitada a três partidas ? duas pela Copa da Inglaterra e uma pela Copa da Liga Inglesa. O vínculo contratual do goleiro com o clube da Premier League estende-se até o final de junho de 2028, marcando o início de um novo capítulo em sua carreira internacional.