Bahia Imponente: Vitória Tática Contra Corinthians e Consolidação no G-4

A vigésima rodada do Campeonato Brasileiro de 2025 testemunhou um embate que desafiou as expectativas na Neo Química Arena. O Bahia, atuando fora de sua habitual zona de conforto, conquistou uma vitória por 2 a 1 sobre o Corinthians, um adversário em ascensão. O resultado não apenas solidifica a posição do Tricolor no G-4, agora com 33 pontos, mas também oferece um estudo de caso sobre a primazia da eficiência sobre a mera posse de bola. Com apenas 37% de domínio da esfera, o Esquadrão demonstrou notável aplicação defensiva e um ataque incisivo.

A formação inicial do Bahia, com Ronaldo no gol; Gilberto, David Duarte, Ramos Mingo e Luciano Juba na defesa; Caio Alexandre, Jean Lucas e Michel Araujo no meio-campo; e Ademir, Kayky e Willian José no ataque, revelou uma escolha estratégica de Rogério Ceni. A inclusão de Michel Araujo na vaga do suspenso Everton Ribeiro se provou decisiva. Logo no primeiro minuto de jogo, Michel Araujo, com um potente chute de fora da área, aproveitou uma bola longa trabalhada por Willian José e abriu o placar, conferindo ao Bahia uma vantagem precoce e um início promissor.

O Desafio da Adaptação e a Reação Corintiana

Apesar do gol relâmpago, o Bahia não conseguiu capitalizar o ímpeto inicial. A ausência de Everton Ribeiro, cuja capacidade de controle de meio-campo é notória, fez-se sentir. Michel Araujo, com sua vocação para acelerações, não ofereceu a mesma cadência. O Tricolor encontrou dificuldades significativas para neutralizar a intensidade do adversário, sendo forçado a jogar em um cenário desfavorável, longe de suas características preferenciais de jogo.

O panorama da primeira etapa foi marcado por tentativas de contra-ataques do Esquadrão que resultavam em perdas de posse e um retorno apressado à defesa. O Corinthians , por sua vez, viu um gol ser anulado pelo VAR após um toque de mão, e a defesa baiana precisou intervir repetidamente para cortar inúmeros cruzamentos que chegavam à sua área. A pressão corintiana culminou em um lance controverso: uma falha do goleiro Ronaldo resultou no empate. O atacante Gui Negão aproveitou a saída equivocada do arqueiro baiano para igualar o marcador, um gol que demandou quase dez minutos de revisão do VAR devido a um possível impedimento. No entanto, a arbitragem confirmou a validade do tento aos 31 minutos.

Resiliência e Gol da Vantagem: A Marca do Bahia

A despeito do revés, o Bahia demonstrou notável resiliência e assertividade ofensiva. Em um contra-ataque bem orquestrado, Kayky, livre pela esquerda, sofreu uma penalidade. Willian José, com frieza, converteu a cobrança, recolocando o Tricolor em vantagem aos 42 minutos da primeira etapa. Mesmo sem conseguir acalmar o jogo com controle de bola e trocas de passes curtos, o Bahia se mostrou efetivo em um ambiente adverso, mantendo a liderança no placar até o intervalo.

A dinâmica da partida se manteve na segunda etapa, embora com menor intensidade. Rogério Ceni precisou realizar uma substituição forçada na lateral direita, com a entrada de Santi Arias no lugar de Gilberto, que deixou o campo machucado. Aos dez minutos do segundo tempo, o Bahia falhou em assegurar um rebote defensivo após um escanteio, e o goleiro Ronaldo teve que intervir decisivamente para evitar um gol de cabeça de Gustavo Henrique, que subiu sem marcação na área.

Ajustes Táticos e a Consolidação da Vitória

As alterações promovidas por Rogério Ceni foram cruciais para a manutenção do resultado. Aos 15 minutos, a entrada do volante Acevedo em substituição a Caio Alexandre, que possui menor poder de marcação, fortaleceu o meio-campo. Posteriormente, Cauly foi acionado no lugar do centroavante Willian José, com o objetivo de reter a posse de bola no ataque. Essas trocas melhoraram o volume de jogo do Bahia, que passou a encontrar mais espaços para contra-atacar e aliviar a pressão defensiva, com jogadas concluídas por Ademir e Jean Lucas, proporcionando momentos de respiro em uma partida predominantemente defensiva para o Tricolor.

No decorrer da etapa final, Lucho Rodríguez e Tiago foram introduzidos nos lugares de Ademir e Kayky, respectivamente, injetando novo fôlego ao setor ofensivo. Mesmo com as linhas baixadas, o Bahia ainda contou com uma intervenção espetacular de Ronaldo , que realizou uma grande defesa após mais um cochilo defensivo na bola aérea, em uma tentativa de Talles Magno. A vitória, portanto, foi construída sobre a capacidade de sofrer e ser letal nos momentos-chave.

Os Números que Explicam o Triunfo

Os dados estatísticos da partida corroboram a narrativa de uma vitória conquistada pela eficiência e pela capacidade de adaptação. O Bahia soube suportar a pressão e capitalizar em seus poucos acertos ofensivos:

Essa vitória estratégica posiciona o Bahia de forma robusta no G-4 do Brasileirão. O próximo desafio pela competição nacional será no domingo seguinte, às 16h (horário de Brasília), contra o Santos, na Casa de Apostas Arena Fonte Nova. Antes disso, na quarta-feira, às 21h30 (horário de Brasília), o Esquadrão recebe o Ceará em Salvador, em um confronto crucial pela semifinal da Copa do Nordeste, valendo uma vaga na grande final.