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Zé Elias Desvenda Limitações do Corinthians com Dorival Jr | Análise Exclusiva
Por Redação FuTimão em 03/07/2025 11:13
A voz de um ícone sempre reverbera com intensidade na arquibancada. Foi exatamente o que se observou quando Zé Elias, uma figura histórica do meio-campo corintiano, expressou sua perspectiva sobre o cenário atual do clube sob a direção técnica de Dorival Júnior.
Durante uma participação no programa "E o Corinthians ?", transmitido pelo canal Meu Timão, o ex-atleta abordou a questão com franqueza. Embora aprecie a metodologia de trabalho do treinador, Zé Elias manifestou incerteza quanto à aptidão do plantel existente para assimilar e executar a filosofia de jogo proposta. Essa ressalva, vinda de quem conhece profundamente as engrenagens do Parque São Jorge, merece atenção especial.
A Fragilidade do Meio-Campo e a Zaga Exposta
Um dos pontos cruciais destacados pelo ex-jogador concerne ao posicionamento de Maycon na função de primeiro volante. Segundo Zé Elias , o rendimento do atleta tem sido insatisfatório, e há indícios de que aspectos psicológicos possam estar impactando sua performance.
Acho que ele está sem confiança. Da forma como ele (Dorival) colocou o Maycon, acho que ele não tem condições de jogar como primeiro volante distribuindo o jogo.
Diante desse panorama, Zé Elias advoga pela inserção de um atleta com maior vocação para a marcação, citando Raniele como exemplo. Em sua análise, a linha defensiva atual exige uma blindagem adicional, o que torna a presença de um volante de contenção ainda mais imperativa.
Você precisa proteger a zaga do Corinthians, que tem dois jogadores lentos no jogo.
O Desafio da Filosofia de Jogo de Dorival Júnior no Timão
Apesar das críticas pontuais, Zé Elias não deixou de elogiar o perfil de Dorival Júnior como estrategista. O ídolo alvinegro reconhece a capacidade do técnico em conceber equipes que priorizam a posse de bola e a construção de jogadas elaboradas. Contudo, é a compatibilidade entre essa visão e as características dos jogadores corintianos que gera sua maior dúvida.
Acho o Dorival um bom treinador. Me agrada a forma de jogar dele, de construir times que saibam jogar, ter a bola no pé? Só não sei se no Corinthians ele vai conseguir fazer isso por conta das características do elenco.
Essa desarmonia potencial entre a idealização tática e a realidade do elenco pode ser um entrave significativo para o desenvolvimento do trabalho. A efetividade de um modelo de jogo depende diretamente da capacidade dos atletas em executá-lo, e é nesse ponto que Zé Elias vê um gargalo.
A Dependência de Garro e as Alternativas Táticas
Outra preocupação latente na fala de Zé Elias reside na excessiva dependência de Rodrigo Garro para a orquestração ofensiva do time. A capacidade do meia argentino em ditar o ritmo e articular as ações é inegável, mas a ausência de um substituto à altura para essa função vital levanta questionamentos sobre a versatilidade do esquema tático.
Para fazer essa bola rodar, vai precisar sempre de um Garro. Se não tem ele, como é que faz? Vai jogar pelos lados? Recuado e deixar o Yuri e o Memphis na frente? Tem uma série de variantes que não sei se ele vai conseguir encaixar no Corinthians pelas características dos jogadores.
A falta de alternativas robustas para a criação, especialmente quando Garro não está em campo, pode forçar improvisações ou a utilização de jovens da base, o que, embora possa gerar oportunidades, também adiciona uma camada de incerteza ao planejamento tático.
Adaptação Tática: O Caminho para o Equilíbrio
Diante desse cenário, o grande desafio de Dorival Júnior será justamente adaptar sua concepção de jogo à realidade e aos recursos humanos que possui. A qualidade e o currículo do treinador são inquestionáveis, mas seu sucesso no comando do Corinthians dependerá diretamente da habilidade em moldar o time, encontrando o equilíbrio ideal entre suas ideias e as características individuais do grupo.
Nomes como José Martínez e o jovem Ryan Gustavo podem surgir como opções para reforçar o setor defensivo do meio-campo, oferecendo alternativas para a proteção da zaga e a distribuição de jogo. A temporada do Timão, portanto, promete ser marcada por constantes ajustes táticos e estratégicos, que transcenderão as quatro linhas e definirão o futuro da equipe.
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