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Voto Sócio-Torcedor Corinthians: Entenda a Mudança Histórica no Estatuto

Por Redação FuTimão em 07/12/2025 05:43

Uma transformação política de proporções significativas se desenha nos bastidores do Sport Club Corinthians Paulista. O clube avança em discussões que podem, na próxima revisão de seu estatuto, estender o direito ao voto aos seus fiéis sócios-torcedores.

O tema, de inegável relevância para a base de torcedores, foi exaustivamente debatido em uma audiência pública recente, sediada na emblemática Neo Química Arena. Embora a proposta tenha angariado uma notável convergência entre os membros do Conselho Deliberativo, pontos cruciais como critérios de elegibilidade, prazos e os valores de contribuição ainda são objeto de calorosas discussões.

A iniciativa prevê a criação de uma nova categoria, denominada "Sócio do Futebol", que, a depender da redação final e aprovação, poderá não apenas participar das eleições, mas também influenciar diretamente em decisões estratégicas que moldarão o futuro da agremiação.

O Consenso e os Pontos de Divergência Essenciais

Conforme destacado por Romeu Tuma Júnior, o presidente do Conselho Deliberativo, o processo de audiências e as propostas escritas apresentadas até o momento revelaram uma ausência de oposição formal ao voto do sócio-torcedor. A ideia central parece ter sido abraçada.

Ninguém foi contra o voto. Todo mundo concorda que o Fiel Torcedor deve votar. O debate é quando, de que forma e a que preço.

Essa declaração de Tuma, concedida ao término da audiência, resume o cenário: a aceitação da premissa é universal, mas o "como" ainda está em aberto. Os detalhes intrincados que definirão a operacionalização desse novo modelo democrático são os verdadeiros alvos do debate. Abaixo, os principais tópicos que demandam maior alinhamento:

Ponto de Discussão Detalhe
Tempo Mínimo de Adimplência Período de fidelidade e pagamento regular no programa.
Retroatividade Possibilidade de estender o direito a antigos associados.
Valor da Contribuição A quantia financeira que será exigida do sócio-torcedor.
Destinação dos Recursos Como os fundos arrecadados serão aplicados.

A Visão Estratégica: Ampliação da Base e Sustentabilidade

A expectativa é que o Conselho Deliberativo, após intensos debates, opte por uma das propostas apresentadas ou delibere separadamente sobre os pontos onde não houver consenso imediato. Somente após essa etapa, o texto será submetido à Assembleia Geral de Sócios, responsável pela decisão final.

Tuma Júnior fez questão de frisar que a discussão em andamento não visa a eliminar a distinção histórica entre o clube social e o departamento de futebol profissional. Segundo o dirigente, as obrigações e atribuições dos associados do clube social permanecem distintas daquelas dos sócios-torcedores.

O associado do Corinthians paga mensalidade para frequentar o clube. O Fiel Torcedor paga para comprar ingresso. São coisas distintas, e isso precisa ficar muito claro.

Desafios e a Legitimidade da Contribuição Financeira

Simultaneamente, o presidente do Conselho argumentou que o modelo eleitoral atual impõe restrições excessivas à participação. A base eleitoral para a escolha da presidência é, em sua visão, demasiadamente reduzida diante da imensidão da torcida corintiana.

Não dá para limitar a escolha do presidente a um eleitorado de três ou quatro mil pessoas, quando o Corinthians tem mais de 35 milhões de torcedores.

Para Tuma, a eventual expansão do direito ao voto deve estar intrinsecamente ligada a uma contrapartida financeira que garanta a sustentabilidade do clube como um todo, sem comprometer as atividades do clube social e as modalidades olímpicas.

O clube social ainda banca juridicamente e financeiramente o futebol. Por isso, essa contribuição é legítima. Não é para ir à piscina ou fazer churrasco. É para sustentar o Corinthians como um todo.

O dirigente também enfatizou a vitalidade de manter e valorizar modalidades que são parte da rica história e tradição vitoriosa do Corinthians , como o futsal, o basquete e o futebol feminino, que dependem dessa estrutura financeira para prosperar.

O Futuro da Governança Alvinegra

A Comissão de Reforma do Estatuto prossegue com a tarefa de consolidar as propostas discutidas, buscando um texto final coeso. A expectativa é que o Conselho Deliberativo, em breve, selecione o documento que será encaminhado à Assembleia Geral, onde os associados terão a palavra final sobre a aprovação da reforma estatutária.

Caso seja aprovado, o novo estatuto representará, sem sombra de dúvidas, a mais profunda alteração no modelo político do Corinthians em décadas, marcando um novo capítulo na participação dos sócios-torcedores nas decisões cruciais do clube.

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