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Votação do Estatuto do Corinthians: Entenda as Mudanças e a Resistência

Por Redação FuTimão em 24/11/2025 11:15

Nesta segunda-feira, o Parque São Jorge será o palco de um encontro decisivo para o Sport Club Corinthians Paulista. O Conselho Deliberativo do clube está agendado para votar o projeto de reforma do estatuto, em uma reunião que tem sua primeira chamada marcada para as 18h, seguida da segunda convocação às 19h.

A assembleia contará com a presença de todos os 200 conselheiros trienais e os 99 vitalícios do Corinthians . Para que as propostas de alteração sejam ratificadas pelo Conselho, é imprescindível que obtenham o aval de, no mínimo, dois terços dos membros presentes. As torcidas organizadas do clube, por sua vez, já mobilizaram seus integrantes para se fazerem presentes na sede social, demonstrando o interesse e a relevância do tema.

O estatuto representa a carta magna interna do clube, ditando as prerrogativas e obrigações de seus associados, conselheiros, diretores, assim como do presidente e dos vice-presidentes. É importante ressaltar que quaisquer modificações aprovadas nesta noite pelo Conselho ainda necessitarão de uma subsequente aprovação por meio de votação dos associados do Corinthians para que entrem efetivamente em vigor.

Transformações Propostas para a Governança Corinthiana

A pauta da reforma estatutária aborda pontos de extrema sensibilidade para a estrutura do Corinthians . Entre as discussões centrais, figura a possibilidade de transição do clube para o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Contudo, essa proposta vem acompanhada de uma série de pré-requisitos rigorosos, garantindo que o controle majoritário permaneça sob a alçada dos associados. Outra mudança significativa em debate é a potencial concessão do direito a voto aos membros do programa Fiel Torcedor nas eleições do Corinthians , uma prerrogativa que, atualmente, é exclusiva dos associados do clube.

Adicionalmente, o projeto visa estender o período de mandato do presidente e dos conselheiros de três para quatro anos. Uma cláusula de destaque busca proibir que familiares de conselheiros ocupem cargos remunerados no clube, visando maior transparência e afastamento de possíveis conflitos de interesse. A forma de eleição dos conselheiros também está em revisão; hoje, os membros são eleitos por meio de chapas compostas por 20 indivíduos, mas a proposta em votação sugere que cada sócio tenha a liberdade de votar individualmente no candidato de sua preferência.

A Controvérsia da Reforma: Críticas e Alegações de Ilegalidade

O projeto de reforma do estatuto, apresentado pelo presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, tem enfrentado forte oposição e severas críticas por parte de sócios e conselheiros do Corinthians . Na semana anterior à votação, o Conselho de Orientação (CORI) chegou a solicitar o cancelamento da reunião desta segunda-feira, fundamentando seu pedido em uma série de supostas ilegalidades e inconsistências na proposta.

As alegações do CORI são multifacetadas, abrangendo desde descumprimentos de prazos e procedimentos até questionamentos sobre o mérito das alterações propostas. A complexidade e a gravidade das críticas evidenciam a polarização em torno do futuro administrativo do clube. Abaixo, detalhamos as principais objeções levantadas pelo Conselho de Orientação:

Categoria da Crítica Detalhamento das Alegações
Descumprimento de Edital Falta de disponibilização das atas das reuniões preparatórias; Não envio de todas as propostas apresentadas ao Conselho; Elaboração do texto final em sigilo, sem justificativas para inclusões ou recusas de propostas.
Descumprimento do Estatuto Interno Ausência de manifestação formal do Conselho Deliberativo sobre a real necessidade da reforma para a convocação da assembleia geral de sócios; Não observância do prazo mínimo de 30 dias de antecedência para a convocação da assembleia após análise do Conselho Deliberativo; Alegação de que o Conselho Deliberativo não possui competência específica ou exclusiva para alterar o estatuto; Desconsideração da responsabilidade do CORI em propor as modificações estatutárias ao Conselho Deliberativo.
Descumprimento de Legislação Externa Algumas propostas e a nova redação de certos artigos contrariam o Código Civil, a Lei Geral do Esporte, as Normas de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça (CGJ)/SP e portarias do Ministério do Esporte.
Críticas ao Mérito da Proposta
Governança e Estrutura Criação de novos poderes, como a Comissão de Ética e Integridade, com ampla e discutível normatização e a participação de agentes externos ao clube; Regulamentação deficitária e sem prazo definido do Comitê de Regime Fiscal-Financeiro Transitório.
Elegibilidade e Representatividade Imposição de critérios dúbios nas regras de elegibilidade para os cargos de presidente e vice-presidente, restringindo ainda mais a possibilidade de candidaturas; Criação de uma regra de "respeito a conteúdo programático da chapa" que restringe a atuação dos conselheiros eleitos.
Organização Administrativa Criação de dez cargos de vice-presidentes e 25 cargos de diretores estatutários, além de CEO, compliance officer e "prefeito", gerando uma mistura de funções e atribuições que, na visão dos críticos, não contribui para enfrentar os problemas de governança, credibilidade e finanças do clube.
Voto do Sócio-Torcedor As propostas para a instituição do voto ao sócio-torcedor são consideradas insuficientes e não atendem ao anseio de maior participação dessa parcela da torcida.

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