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Venda de Pedro: Corinthians Perde Milhões e Revela Acordos Secretos
Por Redação FuTimão em 01/09/2025 09:23
O Sport Club Corinthians Paulista, em um momento de notória dificuldade financeira, vê-se diante de um cenário desolador em relação à potencial transferência do meia-atacante Pedro. A expectativa inicial de um robusto recebimento de aproximadamente R$ 66,6 milhões, proveniente da movimentação do atleta entre o Zenit, da Rússia, e o Al-Ittihad, da Arábia Saudita, parece se dissipar. A diretoria atual planeja uma minuciosa revisão de contratos passados para identificar outras situações análogas, que possam comprometer as finanças do clube.
A situação toma contornos mais complexos ao se considerar que a transação, avaliada em um valor significativo, pode ser concluída com o clube paulista recebendo uma quantia irrisória. O acordo de Pedro com o Al-Ittihad, partindo do Zenit, projeta um montante que pode atingir 35 milhões de euros, o equivalente a cerca de R$ 222 milhões. Contudo, o Corinthians ficaria com apenas R$ 5,5 milhões, valor correspondente aos 2,5% do mecanismo de solidariedade da FIFA, por seu papel como formador do jogador.
O cerne da questão reside em uma negociação obscura realizada em agosto do ano passado. Naquela ocasião, o Corinthians cedeu ao Zenit os 30% dos direitos econômicos que ainda detinha sobre Pedro. Essa fatia representava o remanescente após a venda inicial de 50% do atleta ao clube russo em 2023, quando Pedro contava com apenas 17 anos, em um negócio fechado por 9 milhões de euros (aproximadamente R$ 46,7 milhões).
O Enigma da Transação de Pedro: Milhões Perdidos no Parque São Jorge
A alienação dos 30% restantes dos direitos de Pedro não foi objeto de comunicação oficial por parte do Corinthians . Tal operação ocorreu durante a presidência de Augusto Melo, que posteriormente foi destituído do cargo em agosto deste ano. Em resposta a questionamentos do Estadão, o então mandatário confirmou que os recursos obtidos com a venda foram destinados à quitação de débitos. Parte do montante foi usada para abater uma dívida com o empresário Fernando Garcia, sócio da Elenko Sports, empresa responsável pela carreira do jogador, e outra parcela, com o próprio Zenit.
Em sua defesa, Augusto Melo afirmou a conformidade dos procedimentos:
"Todos os valores foram negociados com o departamento financeiro da época e também com o aval do departamento jurídico. Como todas as negociações feitas por Augusto Melo. Seus departamentos eram unificados e nenhuma decisão passava sem a anuência de qualquer um que estivesse ali."

Acertos Secretos e o Legado de Dívidas: A Versão de Augusto Melo
Além de justificar a transação, o ex-presidente Melo direcionou críticas a Duílio Monteiro Alves, seu antecessor na presidência e responsável pela primeira negociação de Pedro com o Zenit. Melo questionou abertamente as condutas da gestão anterior:
"Nada foi escondido ou feito na surdina. O ex-presidente que precisa explicar como fez todas essas vendas obscuras de atletas das categorias de base. Por essas e outras que as contas dessa gestão precisam ser abertas para que tudo seja muito bem esclarecido."
Duílio, por sua vez, utilizou suas redes sociais para se manifestar sobre o tema. Em um comunicado oficial divulgado em seu perfil no Instagram, ele refutou a existência de pendências anteriores com o Zenit, clube com o qual o Corinthians também negociou a aquisição de Yuri Alberto? transação que envolveu a cessão do zagueiro Robert Rena, do meia Du Queiroz e a prioridade de compra do goleiro Ivan. Duílio assegurou que apresentará um requerimento ao Conselho Deliberativo do clube visando o total esclarecimento do caso.
Disputas Internas e a Opacidade na Gestão Corinthiana
A apuração do Estadão revelou que a negociação da fatia de Pedro sequer era de conhecimento do executivo de futebol, Fabinho Soldado. Atualmente, Soldado atua no mercado em busca de reforços, enfrentando significativas barreiras impostas pelas limitações financeiras do clube. Igualmente, o Conselho de Orientação do Corinthians não teria sido informado sobre os termos do negócio, o que evidencia uma preocupante falta de transparência e comunicação interna em decisões cruciais para o futuro financeiro e esportivo da instituição.
A ausência de clareza em tais operações não apenas compromete a credibilidade da gestão, mas também impacta diretamente a capacidade do Corinthians de investir em seu elenco, perpetuando um ciclo de dificuldades que afetam a competitividade e a saúde financeira do clube.
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