VAR: Diálogo Revelado da Expulsão de Charles no Corinthians

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) trouxe à tona os registros sonoros do Árbitro de Vídeo (VAR) referentes ao confronto entre RB Bragantino e Corinthians. A partida, válida pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A, foi palco de uma decisão arbitral que gerou intenso debate, especialmente nos acréscimos do segundo tempo.

O epicentro da polêmica foi a expulsão do volante Charles, peça fundamental do elenco corintiano. Inicialmente, a árbitra Edina Alves (Fifa-SP) havia optado por advertir o jogador com um cartão amarelo, após um contato onde Charles atingiu o rosto do meia Jhon Jhon, do Bragantino, com um tapa. Contudo, em uma reviravolta digna de nota, a sanção foi alterada para um cartão vermelho em questão de minutos, culminando na saída precoce do atleta de campo.

VAR Revela Diálogo Controverso da Arbitragem

A súmula oficial da partida, redigida por Edina, documentou que a mudança de decisão se deu após um alerta da assistente Fabrini Bevilaqua Costa (Fifa-SP) sobre a ação de Charles . O áudio do VAR, agora público, detalha a interação entre as duas profissionais. É confirmado que Fabrini, de fato, sinalizou a agressão cometida pelo jogador corintiano.

Entretanto, um ponto crucial emerge do diálogo: a assistente expressou que não tinha certeza se Jhon Jhon havia sido efetivamente atingido pela ação. Essa incerteza na comunicação da assistente lança uma sombra de dúvida sobre a solidez da informação que fundamentou a decisão de transformar um cartão amarelo em uma expulsão, colocando em xeque a clareza necessária para medidas tão impactantes.

Análise Crítica: A Ordem da Intervenção do VAR

A sequência dos acontecimentos merece escrutínio. A árbitra principal exibiu o cartão vermelho a Charles imediatamente após a troca de informações com sua assistente, e apesar da ambiguidade contida na comunicação. Somente depois da aplicação da expulsão em campo é que o protocolo do VAR foi acionado para uma verificação mais aprofundada do incidente.

Essa cronologia suscita questionamentos pertinentes sobre a eficácia e a aplicação dos protocolos do VAR em momentos decisivos. A intervenção do vídeo, em sua essência, deveria prover clareza e dados inequívocos antes que uma decisão tão drástica como a expulsão fosse tomada, e não apenas servir como um meio de revisão posterior a uma medida já imposta, especialmente quando a informação inicial já demonstrava lacunas.