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VAR Corinthians x Internacional: Áudios CBF Revelam Lances Polêmicos e Arbitragem
Por Redação FuTimão em 04/05/2025 15:26
A Divulgação Oficial e as Reações Pós-Jogo
Em resposta à intensa controvérsia gerada pelas decisões arbitrais durante o confronto entre Corinthians e Internacional, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) optou por tornar público, na tarde deste domingo, o material de áudio e vídeo captado pelo sistema de Assistente de Árbitro de Vídeo (VAR). A iniciativa visa oferecer transparência sobre os processos decisórios nos momentos mais críticos da partida, que terminou com a vitória corintiana por 4 a 2 no último sábado.
A divulgação permite o acesso direto aos diálogos travados entre o árbitro principal, oriundo de Minas Gerais, Paulo César Zanovelli da Silva, e o responsável pela operação do VAR, do Rio de Janeiro, Paulo Renato Coelho, revelando as justificativas e análises que fundamentaram as intervenções.
Os desdobramentos da partida, contudo, extrapolaram o campo e a análise imediata dos lances. Profundas insatisfações foram expressas por ambos os clubes ao término do confronto, evidenciando a persistente desconfiança em relação aos critérios da arbitragem no futebol brasileiro.
Representantes das duas equipes manifestaram publicamente seu descontentamento com a condução da arbitragem. Do lado do Internacional, o defensor Vitão concedeu declarações contundentes, levantando questionamentos sobre a imparcialidade das decisões tomadas. Já a diretoria do Corinthians , representada pelo executivo Fabinho Soldado, sinalizou a intenção de formalizar uma queixa junto à CBF, argumentando a existência de uma percepção de insegurança e inconsistência nos critérios aplicados.

Análise das Decisões do VAR em Campo
A partida foi pontuada por momentos cruciais onde a tecnologia do VAR foi acionada, resultando em decisões que impactaram diretamente o andamento e o placar do jogo. Quatro lances específicos se tornaram foco de debate e análise, culminando na divulgação dos diálogos entre a equipe de arbitragem. Dentre eles, destacam-se duas anulações de gols para a equipe da casa e a concessão de um pênalti nos acréscimos do segundo tempo. Houve também uma checagem de possível penalidade a favor dos visitantes na etapa inicial, que não foi confirmada.
O primeiro ponto de análise refere-se a uma solicitação de penalidade máxima em benefício do Internacional. A equipe de arbitragem de vídeo procedeu com a checagem da jogada. Os áudios divulgados revelam a perspectiva da cabine do VAR sobre o incidente:
"Quem busca o contato é o jogador do Inter. Ele bota a mão no peito do jogador do Corinthians e ele joga a perna direita na perna do jogador (Yuri). Ele arrasta a perna, olha! Perfeito?"
Após a análise, a conclusão transmitida ao árbitro principal foi direta:
"Tudo na área checado, ok? Não tem ação de tiro penal."
Primeiro Gol Anulado: A Perspectiva do VAR
Um dos gols marcados pela equipe mandante foi posteriormente invalidado após intervenção do VAR. A jogada envolvia uma disputa de bola que, na visão da arbitragem de vídeo, configurava infração por parte de um atleta corintiano. O diálogo captado pelo sistema evidencia a análise detalhada e a recomendação para revisão:
"No lance do meio (disputa de bola entre Matheuzinho e Wesley), quem toca a bola é o jogador de vermelho, ok? É algo que você não viu no campo, tá? Ele toca a bola e depois tem um contato. Para mim, tem uma ação faltosa do jogador do Corinthians . Eu te recomendo uma revisão para você olhar uma falta"
Diante da recomendação para revisão no monitor à beira do campo, o árbitro principal avaliou as imagens e proferiu sua decisão, alinhando-se à análise da cabine do VAR:
"Paulo, é um lance muito fino, mas para mim é falta, tá? Vou anular o gol"
Segundo Gol Invalidado e Análise da Infração
Um segundo lance de gol do Corinthians também foi revisado e anulado. A equipe do VAR identificou uma ação considerada claramente faltosa no início da jogada, descrevendo-a como uma alavancagem com a perna. A recomendação ao árbitro central foi enfática, apontando para uma infração que demandava correção:
"A ação é muito clara, faltosa. Ele faz uma alavanca com a perna. Para mim, tem uma ação faltosa clara. Paulo, recomendo revisão para possível falta"
Ao analisar as imagens no monitor, o árbitro de campo reavaliou sua percepção inicial sobre quem havia efetuado o toque na bola e a natureza do contato. Sua conclusão, após a revisão, confirmou a análise do VAR sobre a imprudência:
"Achei que quem tinha tocado era o (André) Ramalho. Me dá outra imagem, uma de frente. Quem toca a bola é o de vermelho e tem uma alavanca imprudente. É, foi falta. Para mim, falta imprudente. Vou anular o gol e vou dar a falta"
Pênalti Decisivo: Detalhes da Análise no Apagar das Luzes
O lance mais crucial da partida, um pênalti concedido ao Corinthians nos instantes finais, também foi objeto de intensa análise pelo VAR. A discussão central girou em torno de quem tocou primeiro na bola e a natureza do contato subsequente. O diálogo entre a cabine e o campo revela a complexidade da avaliação e a recomendação para revisão:
"Cara, quem joga a bola primeiro? Para mim, tem uma ação muito clara. Quem toca a bola é o jogador do Corinthians e tem uma pezada do jogador do Inter no peito dele. Para mim, ele toca a bola e é consequência do movimento. Quero uma clara pra ver onde toca primeiro, se é no peito ou se é no pé. É muito fino. Paulo, vou te recomendar uma revisão para possível penal. Tem um toque no peito do jogador do Corinthians e, depois, tem um toque do jogador do Inter de forma imprudente"
Após a revisão no monitor, o árbitro de campo alinhou-se à recomendação e validou a penalidade, justificando sua decisão com base na imprudência do defensor em sua tentativa de jogar a bola:
"Cara, para mim é tiro penal. É imprudência, ele tenta jogar a bola. Qual que é o jogador? Para mim, é temerário. É uma ação temerária, ele não acerta o chute e acerta o peito do jogador. Ação faltosa e tiro penal, ok?"
Transparência Necessária ou Insuficiente?
A disponibilização dos áudios do VAR, embora represente um passo em direção à transparência, não parece ter aplacado completamente as dúvidas e as críticas em relação à arbitragem no futebol brasileiro. Os diálogos, mesmo que reveladores, expõem a subjetividade inerente a certas interpretações e a pressão sob a qual os árbitros operam. A continuidade das reclamações por parte dos clubes sugere que a questão dos critérios e da uniformidade das decisões permanece um desafio significativo para a gestão da arbitragem no país, e a divulgação dos áudios serve mais como um registro dos fatos do que uma solução definitiva para a polêmica instalada.
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