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Terrão do Corinthians: Joias Brilham, Mas a Base Enfrenta Reestruturação Profunda. Descubra!
Por Redação FuTimão em 29/06/2025 04:15
As categorias de base do Corinthians encontram-se em um momento de profunda reavaliação e reestruturação. Após a recente transição na cúpula administrativa do clube, o tradicional "Terrão" é palco de uma série de transformações que prometem redesenhar o futuro da formação de atletas. Entre promessas reluzentes e desafios impostos por um modelo de gestão anterior, o departamento busca um novo rumo, equilibrando o desenvolvimento de jovens talentos com a necessidade de eficiência e sustentabilidade.
Jovens Promessas: O Futuro do Terrão
O trabalho nas divisões mais jovens do Corinthians , embora menos visível ao grande público, tem gerado resultados notáveis e revelado joias que podem em breve brilhar nos gramados. É aqui que o clube demonstra sua capacidade de identificar e lapidar talentos desde cedo, garantindo uma fonte contínua de potenciais craques para o time principal.
Entre as apostas mais cativantes do Corinthians , destaca-se Flora, um jovem atleta de apenas 11 anos. Sua permanência no Parque São Jorge, após uma disputa acirrada com um rival, foi um esforço da diretoria anterior, liderada por Claudinei Alves. O convencimento para manter o garoto já rende frutos: recentemente, Flora foi artilheiro e eleito o melhor jogador na decisão da Copa Conectafoot sub-11, um sinal claro de seu potencial.
Um pouco mais acima, na categoria Sub-15, um nome já familiar ressurge no cenário: Miguel Moscardo, irmão do volante Gabriel Moscardo, hoje no PSG. Miguel tem se consolidado como um artilheiro implacável. Em quatro dos últimos torneios disputados pelo clube, o jovem foi o principal goleador. Ele brilhou na Copa Votorantim, na Mina Cup em Dubai, e na Paulista Cup, sagrando-se campeão em todas elas. O atacante é, sem dúvida, uma das grandes esperanças ofensivas para os anos vindouros.
O Unbeaten Maestro: Finazzi no Sub-16
A experiência de ídolos do passado também tem contribuído para o sucesso nas categorias de base. O ex-centroavante Finazzi, que assumiu o comando do Sub-16 na reta final do ano passado, tem um histórico impecável. Sua equipe soma impressionantes 16 jogos, com 13 vitórias e três empates, mantendo-se invicta. Sob sua liderança, o time conquistou dois títulos: a Alcans Cup de 2024 e a Copa Ouro deste ano, demonstrando a eficácia de sua metodologia e o potencial de seus comandados.
A Luz no Horizonte: O Sub-17 e Seus Desafios
Enquanto algumas categorias enfrentam turbulências, o cenário no Sub-17 se mostra mais promissor. Sob a batuta de Raphael Laruccia, que chegou a comandar interinamente a equipe principal em um breve período de transição, o time tem apresentado um desempenho consistente. Em sete rodadas do Campeonato Brasileiro Sub-17, o Corinthians acumulou 12 pontos, posicionando-se dentro do grupo que avançaria para as quartas de final. Este desempenho oferece um respiro e uma perspectiva mais animadora em meio às incertezas gerais.
O Dilema do Sub-20: Entre o Brilho e o Desafio
A categoria Sub-20, que iniciou o ano com grande expectativa, vive um paradoxo. A campanha na Copa São Paulo foi surpreendente e empolgante, culminando na decisão contra o São Paulo. Mesmo com um elenco jovem, que contava com talentos como o lateral Denner, de apenas 16 anos na época, a equipe de Orlando Ribeiro chegou a liderar a final por 2 a 0 no Pacaembu, mas acabou sofrendo a virada e ficando com o vice-campeonato.
Apesar do revés na final da Copinha, a campanha credenciava o elenco a um ano de grandes conquistas. No entanto, o decorrer da temporada tem se mostrado desafiador. Das muitas contratações realizadas, poucas conseguiram se firmar. Na principal competição nacional, os resultados têm sido decepcionantes. Em 15 rodadas do Campeonato Brasileiro Sub-20, o "Timãozinho" somou apenas 18 pontos, encontrando-se na parte inferior da tabela, com uma margem de apenas seis pontos para a zona de descenso.
Em contrapartida, a distância para o Juventude, oitavo colocado e último classificado para a fase de mata-mata, é de cinco pontos. Alguns dos destaques desta equipe, como o meia Dieguinho, o atacante Gui Negão e o meio-campista Bahia, já foram promovidos ao elenco profissional, suprindo, em parte, a carência de contratações para a equipe principal. Bahia, inclusive, sofreu uma lesão recente que pode afastá-lo de parte da intertemporada com o técnico Dorival Júnior.
A Base em Transição: Mudanças e Incertezas
A atual situação das categorias de base é um reflexo direto das turbulências administrativas que o Corinthians tem enfrentado. A saída do ex-presidente por deliberação do Conselho resultou em uma série de movimentações nos bastidores. O diretor Claudinei Alves, por exemplo, deixou o departamento. Dias antes, seu adjunto, Valmir Costa, havia sido realocado para a secretaria geral, cargo que também desocupou com a mudança de gestão.
Com o afastamento dessa dupla de gestores, e o aval do diretor executivo Alex Brasil, que permanece no clube, a política de aquisição de jogadores por meio de parcerias, intensificada a partir de 2024, foi descontinuada. Essa estratégia havia resultado na chegada de mais de oitenta atletas ao "Terrão" desde o início do ano anterior, gerando um inchaço considerável nas categorias.
Carlos Roberto Auricchio, conhecido no Parque São Jorge como "Nenê do Posto", expressou em entrevista a necessidade de uma readequação no número de atletas. Ele afirmou que ?dezenas de jogadores? precisarão ser desligados do clube. Essa medida é vista como fundamental para otimizar os recursos e garantir um ambiente de desenvolvimento mais focado, especialmente nas categorias Sub-17 e Sub-20, as mais afetadas por esse excesso de contingente.
A reestruturação da base corintiana é um processo complexo, que demanda não apenas a correção de rumos, mas também a valorização de um legado. O desafio da nova gestão é transformar as incertezas em oportunidades, garantindo que o "Terrão" continue sendo uma fábrica de talentos, mas com uma gestão mais estratégica e sustentável, capaz de fornecer atletas prontos para o time principal e, ao mesmo tempo, gerar receita para o clube.
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