Súmula Revela Fúria: Dorival e Dirigentes do Corinthians Atacam Arbitragem

O empate em 1 a 1 entre Internacional e Corinthians, válido pela 26ª rodada do Brasileirão 2025, transcendeu as quatro linhas do gramado. O árbitro Rodrigo José Pereira de Lima meticulosamente registrou em sua súmula uma série de manifestações veementes, provenientes tanto da equipe colorada quanto da alvinegra. O documento revela um cenário de intensa insatisfação com a arbitragem, culminando em momentos de exaltação que exigiram intervenções externas.

A Reação Exaltada de Dorival Júnior no Beira-Rio

Entre as vozes mais inflamadas, destacou-se a do técnico Dorival Júnior. O comandante do Corinthians , conforme o relatório oficial, dirigiu-se à equipe de arbitragem com palavras de forte teor. A súmula aponta que a intervenção da polícia foi indispensável para conter a indignação do treinador.

A indignação de Dorival Júnior foi verbalizada de forma incisiva, conforme o relato do juiz:

"O técnico do Corinthians, o senhor Dorival Júnior, dirigiu-se à equipe de arbitragem de forma exaltada e ofensiva, proferindo as seguintes palavras: 'Vocês deveriam sair daqui presos'. Também foi necessária a intervenção policial para contê-lo."

O ponto nevrálgico da discórdia, para o lado corintiano, foi a marcação de um pênalti a favor do Internacional nos instantes derradeiros do confronto. Após uma revisão do VAR, o árbitro determinou a penalidade máxima por uma suposta infração de Cacá sobre Bruno Henrique. Este lance capital resultou no gol de empate do time da casa, acendendo a fúria dos visitantes.

Dirigentes Alvinegros e a Acusação de "Vergonha"

A tensão não se dissipou com o apito final. Já na zona mista, o presidente do Corinthians , Osmar Stabile, acompanhado do executivo de futebol, Fábio Soldado, confrontou os oficiais do jogo. O registro da súmula descreve a atitude dos dirigentes como "exaltada e desrespeitosa", reforçando a gravidade do momento.

A reprovação dos representantes corintianos foi explicitada com veemência. O árbitro detalha o ocorrido:

"Faço saber que, após o término do segundo tempo, já na zona mista, o presidente do Corinthians, senhor Osmar Stabile, juntamente com o executivo de futebol, o senhor Fábio Soldado, aproximaram-se da equipe de arbitragem de forma exaltada e desrespeitosa, proferindo reiteradas vezes as seguintes palavras: 'Isso é uma vergonha o que vocês fizeram aqui'. Ressalto que foi necessária a intervenção policial para conter os dirigentes citados."

Essa sucessão de eventos sublinha a percepção de prejuízo por parte do clube paulista, transformando o empate em um caldeirão de insatisfação e protestos acalorados.

A Fúria Colorada no Intervalo e o Gol Anulado

Não apenas o Corinthians manifestou sua insatisfação. A súmula também documenta um episódio de protesto envolvendo a cúpula do Internacional no intervalo da partida. Os dirigentes colorados buscaram explicações junto à equipe de arbitragem a respeito de um gol de Oscar Romero que foi anulado nos últimos minutos do primeiro tempo.

As acusações dos representantes gaúchos foram igualmente contundentes. O árbitro pernambucano relatou a intensidade do confronto:

"Após o término do primeiro tempo, na zona mista, o presidente do internacional, senhor Alessandro Barcellos, o diretor de futebol, senhor Nicolas D'Alessandro, e o vice-presidente jurídico, senhor Jorge Filho, vieram até a equipe de arbitragem de forma exaltada e desrespeitosa e nos ofenderam com as seguintes: 'Você de novo nos prejudicando, seu safado'. Ofensas proferidas diversas vezes pelos dirigentes citados, ressalto que foi necessário a intervenção policial para conter os dirigentes."

A sequência de incidentes de insubordinação continuou com o analista de desempenho do Internacional, Juan Romanazzi. Seu comportamento, registrado no documento oficial, adiciona mais um capítulo à lista de confrontos verbais que marcaram a partida.

Insultos Diretos e o Clima de Tensão Pós-Jogo

No retorno para a etapa complementar, a atmosfera seguiu carregada. O analista de desempenho do clube gaúcho não hesitou em proferir ofensas diretas a um dos assistentes. O registro do árbitro é explícito sobre a natureza dos insultos.

O relato detalha a agressão verbal:

"No retorno ao campo de jogo, para o início do segundo tempo, na zona mista, o analista de desempenho do Internacional, senhor Juan Romanazzi, ofendeu o meu assistente número 2 com as seguintes palavras: 'Seu filho da puta, seu filho da puta'."

A súmula do confronto entre Internacional e Corinthians se tornou, assim, um espelho da efervescência e da pressão inerentes ao futebol brasileiro. A necessidade de intervenção policial para conter dirigentes e membros de comissão técnica de ambos os clubes em momentos distintos da partida é um sintoma alarmante do clima de hostilidade que por vezes permeia o esporte, levantando questões sobre os limites da paixão e da contestação.