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STJD Absolve Cúpula do Corinthians: Dorival, Fabinho e Stabile Escapam de Punição por Reclamações

Por Redação FuTimão em 25/11/2025 14:44

Em uma decisão que marca um ponto final em um episódio de grande repercussão, a 5ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) optou pela absolvição de figuras importantes do Corinthians: o então técnico Dorival Júnior, o executivo de futebol Fabinho Soldado e o presidente Osmar Stabile. A medida encerra o processo que os investigava por manifestações contra a arbitragem durante a partida contra o Internacional, em 1º de outubro, válida pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro.

A denúncia da Procuradoria de Justiça Desportiva, que abrangeu tanto membros do Corinthians quanto do Internacional, foi considerada improcedente por unanimidade dos auditores, que acataram integralmente o parecer do relator, Ramon Rocha Santos. O cerne da acusação residia nas veementes reclamações da delegação corintiana acerca de um pênalti assinalado para o Internacional nos instantes finais do confronto, lance que culminou no gol de empate em 1 a 1.

A sessão de julgamento, que incluiu os depoimentos de Dorival e Fabinho, revelou a fragilidade das acusações. O relator do processo, ao analisar a súmula redigida pelo árbitro Rodrigo José Pereira de Lima, identificou uma série de inconsistências e incoerências. A principal falha apontada foi a ausência de individualização das condutas atribuídas aos denunciados. Em suas palavras, o relator destacou a necessidade de "relativizar a presunção de veracidade desta súmula", um posicionamento crítico sobre a confiabilidade do documento oficial.

As defesas, tanto do Corinthians quanto do Internacional, reforçaram essa argumentação, salientando que a súmula não discriminava as ações específicas de cada envolvido. Além disso, questionaram a lógica de atribuir a mesma declaração a múltiplas pessoas simultaneamente, indicando uma falha na descrição dos fatos.

A Decisão do STJD e a Fragilidade da Denúncia

Um ponto de particular relevância na defesa foi o caso do presidente Osmar Stabile. Tanto Dorival quanto Fabinho, em seus testemunhos, afirmaram que o mandatário corintiano não esteve presente na zona mista do Beira-Rio, local onde a súmula o situava. Segundo os depoimentos, Stabile teria se unido à equipe e comissão técnica apenas no vestiário após o término da partida, desmentindo categoricamente a versão oficial.

O relator encerrou seu parecer com uma observação contundente: "Ressalto a total ausência de coerência no ocorrido. Não tenha que não tenham ocorrido condutas, mas, na minha ótica, não podemos condenar esses denunciados com base nelas, da forma como está posta, diante da ausência de outros elementos". Esta declaração sublinha a insuficiência das provas apresentadas na súmula para sustentar uma condenação, mesmo admitindo a possibilidade de que alguma manifestação tenha ocorrido.

Os depoimentos prestados por Dorival e Fabinho durante a sessão de julgamento foram cruciais para desconstruir a narrativa da súmula. O então técnico do Corinthians reconheceu ter proferido as frases "isso é uma vergonha, isso é uma palhaçada" enquanto o VAR revisava o lance do pênalti. Ele justificou seu comportamento: "Realmente houve um desequilíbrio de todos nós ali. Eu confirmo essas palavras. Eu teria dado cartão vermelho ao treinador se fosse o árbitro da partida".

Depoimentos Chave: Versões Divergentes no Tribunal

Contudo, Dorival refutou veementemente outras acusações presentes no relatório do árbitro, como ter dificultado sua saída do campo após a expulsão, ter dito "vocês deveriam sair daqui presos" ou ter necessitado de contenção policial. "Houve, sim, desequilíbrio muito grande em relação ao lance, me excedi nas manifestações ali dentro, mas eu parei por aí. Eu fico abismado de ver as colocações que ele (o árbitro) fez", declarou o treinador, expressando sua surpresa com a descrição dos eventos.

Por sua vez, Fabinho Soldado esclareceu sua presença em campo no apagar das luzes da partida. Ele afirmou que sua intenção exclusiva era "acalmar os ânimos", e não se dirigir diretamente ao árbitro. "Nossa intenção é sempre para acalmar, porque a gente já sabe que uma palavra a mais dos atletas, da comissão técnica, possivelmente o clube vai ser prejudicado. Minha entrada no campo é justamente para isso, para acalmar os ânimos, para dar uma palavra de ordem, para que os atletas e a comissão técnica não passem do tom", explicou o executivo.

Fabinho também negou categoricamente ter proferido a frase "isso é uma vergonha o que vocês fizeram aqui" na zona mista, questionando a capacidade de identificação de sua voz em um ambiente tão movimentado. "Eu só fico impressionado de como que conseguem identificar a minha fala. É difícil até o árbitro poder identificar, a não ser as pessoas que já são, no cenário do futebol, mais fáceis de serem identificadas. Não falei essas palavras em relação à entrada no campo, e muito menos na zona mista, que é um espaço muito curto e uma circulação muito grande de pessoas", argumentou.

O Relato Oficial: O Que Dizia a Súmula do Jogo

O relatório do árbitro, contudo, traçava um cenário bem distinto. Segundo a súmula, Dorival Júnior teria se dirigido à equipe de arbitragem na zona mista "de forma exaltada e ofensiva", proferindo a grave acusação: "Vocês deveriam sair daqui presos". O documento ainda mencionava a necessidade de intervenção policial para conter o treinador.

O árbitro também consignou que Osmar Stabile e Fabinho Soldado teriam se aproximado do quarteto de arbitragem na mesma zona mista "de forma exaltada e desrespeitosa", repetindo incessantemente a frase: "Isso é uma vergonha o que vocês fizeram aqui".

Um detalhe adicional do relatório apontava que Fabinho já havia adentrado o gramado, enquanto a equipe de arbitragem ainda estava no centro, acompanhado por um indivíduo não identificado que teria bradado: "Vergonhoso, você é um safado".

O Impacto Pós-Partida: A Indignação Pelo Resultado

Apesar da absolvição no STJD, a revolta com a arbitragem já havia sido publicamente manifestada. Em coletiva de imprensa pós-jogo, Dorival Júnior não hesitou em atribuir a responsabilidade pelo empate à atuação dos árbitros. "O jogo transcorreu com normalidade, um jogo simples e fácil de ser arbitrado e que, infelizmente, teve a interferência direta do senhor Gilberto Rodrigues no VAR e do senhor Rodrigo Pereira pela segunda vez contra o Corinthians . Uma situação absurda, lamentável e que a gente sai daqui infelizmente sem pontos importantes, que nos dariam uma possibilidade de já estarmos em uma competição bem melhor", declarou o treinador.

Na mesma ocasião, tanto o presidente Osmar Stabile quanto o executivo Fabinho Soldado concederam entrevistas, expressando seu profundo descontentamento com a condução da arbitragem.

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Gabriel

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Comentado em 25/11/2025 19:25 Os rivais podem falar, mas a torcida sabe que o Corinthians balança firme com respaldo da comissão e da diretoria
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Comentado em 25/11/2025 17:53 Isso ai, o time merece respeito e vitória
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Comentado em 25/11/2025 16:22 Vamos com calma, mas confiamos no poder do elenco: absolvição justa e seguimos firmes, Vai Corinthians!
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