SAF no Corinthians? Osmar Stabile Revela o Plano Financeiro e Rejeita Modelo

O Parque São Jorge foi palco, nesta segunda-feira (28), de uma importante manifestação do presidente interino do Corinthians, Osmar Stabile. Em um cenário de complexidades financeiras e tensões políticas, o dirigente utilizou a coletiva de imprensa para abordar as profundas dificuldades do clube e, de maneira inequívoca, rechaçar qualquer perspectiva de transição para o formato de Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

Assumindo a liderança após o afastamento de Augusto Melo, Stabile fez questão de sublinhar a fragilidade do fluxo de caixa corintiano. Ele elucidou que o clube se viu desprovido de receitas nos meses de maio, junho e julho, uma vez que os montantes esperados para esse trimestre haviam sido antecipados no começo do ano, sem, contudo, terem sido direcionados para o investimento no departamento de futebol.

A postura de Stabile sobre a SAF foi cristalina, sem margem para interpretações:

Em hipótese alguma. Temos que organizar o que nós temos aí pela frente. O Corinthians tem recebíveis e precisamos organizar isso.

O presidente interino detalhou ainda que parte dos recursos provenientes da Liga já havia sido creditada de forma antecipada, impactando diretamente o equilíbrio monetário no meio do ano. Para Stabile, a gestão deve redefinir sua abordagem na administração de seus ativos, buscando proatividade na resolução de desafios em vez de meramente reagir a cenários desfavoráveis.

Questionando a lógica do fluxo financeiro, Stabile explicou a dificuldade de honrar compromissos, como os pagamentos de premiações:

O nosso coração é o futebol. Por que não pagou os prêmios? 40% do que tínhamos que receber da Liga já recebemos, só que o fluxo de movimentação do dinheiro é assim: você recebe no início e no fim do ano. E o meio, não vive?

A Estrutura Financeira do Corinthians Sob Análise

Em sua fala, o mandatário interino não poupou críticas à maneira como as intrigas políticas internas têm obstaculizado a administração. Ele fez um apelo veemente pela união de todos os que possam contribuir para o reerguimento do clube, superando divergências partidárias ou laços com a diretoria previamente afastada.

A mensagem de Stabile foi clara:

Não quero apoio para a gestão, quero apoio para o Corinthians. Para aquelas pessoas que fazem política nesse momento, não dá mais. É momento de transformar, de mudar, e contamos com apoio de todos.

Stabile revelou, ademais, que sua contribuição na gestão anterior foi constrangida pela resistência de alguns diretores que não se mostraram abertos à cooperação. Ele percebe o panorama atual como uma singular chance de instaurar modificações substanciais.

Ele lamentou a falta de abertura em sua experiência prévia:

O que combinamos de fazer no início da gestão é que fosse aberta. Não aconteceu. Não participei de nada. Gostaria de ter ajudado, mas as pessoas não queriam ajuda.

O Apelo por Unidade e a Visão de Mudança Interna

No que tange ao departamento de futebol, Stabile garantiu que o Corinthians permanece vigilante no mercado de transferências, porém com uma premissa inegociável: a ausência de riscos financeiros. A tarefa de identificar e viabilizar atletas com custo-benefício favorável foi incumbida ao gerente de futebol, Fabinho Soldado.

A diretriz para as contratações é de máxima prudência:

A gente não pode fazer loucura nesse momento. Temos que trabalhar na nossa possibilidade, jogadores com custo baixo e alta qualidade. É difícil? É, mas impossível não é.

Em síntese, a administração provisória do Corinthians reitera sua dedicação à reorganização estrutural e administrativa do clube, afastando categoricamente qualquer proposta de solução instantânea, como a conversão para SAF. A aposta reside na mobilização e no engajamento de todos os setores internos como a via para superar os desafios atuais.

Futebol e Finanças: A Estratégia de Mercado do Timão