Rauany Barcellos: A Dor Secreta da Perda dos Gêmeos do Goleiro do Corinthians

A esfera pessoal de um atleta do Corinthians foi tocada por uma revelação de profunda sensibilidade. Neste sábado, Rauany Barcellos, parceira do goleiro Hugo Souza, trouxe a público a dolorosa experiência de um aborto espontâneo de gêmeos que esperava com o jogador. Essa gestação, que permaneceu em sigilo, era de conhecimento apenas de um círculo restrito de familiares e amigos próximos. A jovem relatou, por meio de suas plataformas digitais, que somente agora se sentiu apta a abordar o episódio, descrevendo-o como um marco de sofrimento em sua existência.

Em suas palavras, Rauany expressou a dificuldade de se adaptar à nova realidade imposta pela perda, uma transição de um ambiente de vida para um de vazio. Ela detalhou:

Ainda tento me acostumar e fazer amizade com o silêncio desde quando o conheci naquela maternidade cheia de vida, em que nós saímos com um vazio avassalador que passou a fazer parte da minha rotina.

Com seus 22 anos, Rauany revisitou com palpable emoção os instantes transcorridos na unidade hospitalar. Ela narrou a indelével impressão de uma amálgama de sensações, um contraste entre a vida que surgia e o vazio que a envolvia. Ela pontuou:

Eu ainda tenho bem fresco na minha memória a emoção de ouvir tantos chorinhos de pequenas vidas começando, e a tristeza de estarmos ali, juntos, dividindo um silêncio que ninguém ouvia.

A influenciadora digital revelou que, desde aquele momento, sua jornada tem sido marcada por dias árduos, permeados pela constante percepção da ausência de seus filhos.

Ela confidenciou a complexidade de lidar com uma perda tão íntima em um mundo que segue inalterado. Rauany desabafou:

Nunca me contaram sobre o quão solitário é atravessar um corredor e sair para um mundo igual, quando por dentro tudo mudou. Ninguém me preparou para dormir e acordar com algo que falta e, ainda assim, sentir que ele está aqui.

A Coragem de Compartilhar e a Busca por Acolhimento

A motivação por trás da decisão de tornar sua aflição visível, conforme explicitado por ela, reside na intenção de edificar um santuário de amparo para outras genitoras que vivenciaram trajetórias análogas. Ela asseverou a importância de validar a dor e a existência da vida que se foi:

Não compartilho essa MINHA dor para que ela seja esquecida, mas para que ela EXISTA. Porque eles existiram. Porque eu existo depois deles. E, porque o amor que ficou é tão real quanto a dor. Eu ainda não tenho todas as respostas para as minhas perguntas.

Rauany, ademais, endereçou uma mensagem contundente a mulheres que se veem confrontadas por julgamentos, enfatizando a inviolabilidade da dor pessoal. Ela aconselhou:

Não permita que pessoas insensíveis validem sua dor pelo sua idade gestacional. Não deixe que essas pessoas transformem SUA DOR e sua HISTÓRIA no que elas querem.

Entre a Celebração Pública e a Dor Privada

A descoberta da gravidez, em um momento de esperança, ocorreu em maio, precisamente às vésperas do Dia das Mães. O vínculo entre Rauany e Hugo Souza , consolidado desde o início do corrente ano, foi formalizado em março, marcando o início de uma nova fase para o casal.

Em contraste com a dor privada que viria, o casal havia desfrutado de instantes de júbilo público em abril, quando o goleiro a conduziu ao gramado da Neo Química Arena para celebrar a conquista do Campeonato Paulista pelo Corinthians , em um clássico contra o Palmeiras. Questionada sobre o tema, a assessoria de imprensa do atleta comunicou que ele optaria por não se manifestar sobre o assunto, respeitando o momento de intimidade e luto de sua parceira.