Pênalti em Corinthians x Bragantino: CBF Divulga Áudio do VAR e Gera Debate

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tornou público o registro em vídeo da análise do Árbitro de Vídeo (VAR) referente ao controverso pênalti assinalado em favor do Red Bull Bragantino contra o Corinthians. Este incidente ocorreu na 13ª rodada do Campeonato Brasileiro, em confronto disputado na Neo Química Arena no último domingo.

O lance em questão, aos 26 minutos da etapa inicial, envolveu o atacante Vinicinho, que, ao adentrar a área e cabecear a bola, encontrou o zagueiro Cacá. A jogada gerou intensa controvérsia, pois o defensor corintiano estendeu a perna e, em seguida, recolheu-a, suscitando dúvidas quanto à existência de contato efetivo com o adversário.

Inicialmente, o árbitro de campo, Bruno Arleu, optou por não marcar a penalidade. Em sua comunicação com a equipe do VAR, ele sustentou que Cacá havia recuado a perna após estendê-la, tornando o contato com o jogador do Bragantino inevitável. Arleu reiterou seu argumento antes de ser convocado para revisão no monitor por Rafael Traci, o árbitro de vídeo, que recomendou a marcação do pênalti.

A mudança de interpretação de Arleu culminou na assinalação da penalidade máxima, provocando a indignação generalizada entre os atletas do Corinthians e o técnico Dorival Júnior. Eduardo Sasha converteu o chute, colocando o Bragantino em vantagem. No segundo tempo, o Corinthians conseguiu igualar o placar e esteve próximo da virada, mas, no último instante da partida, aos 52 minutos, a equipe de Bragança Paulista marcou o segundo gol, selando o resultado em 2 a 1.

O Impacto da Decisão e a Visão Corintiana

A derrota e a forma como ela se desenhou, especialmente pelo pênalti, geraram forte reação no elenco corintiano. O zagueiro Cacá, um dos protagonistas do lance, expressou sua perplexidade na zona mista da Neo Química Arena, afirmando ter evitado o contato com Vinicinho. ?É difícil até falar. Eu evitei o contato com ele. Dá para ver nitidamente que eu recolhi. Ele escolheu dar o pênalti, fazer o quê?, declarou o defensor.

Ainda em suas declarações, Cacá atribuiu ao árbitro parte da responsabilidade pelo clima de tensão que tomou conta da partida, culminando em desentendimentos tanto na saída para o intervalo quanto ao término do jogo. ?O juiz tem que ter o controle do jogo e saber tomar as decisões certas para que nenhuma das equipes ficar de cabeça quente e se sentir prejudicada. As confusões que tiveram entre os jogadores dos dois times foram coisas que aconteceram de cabeça quente. O árbitro também tem um pouco de culpa nisso, não soube controlar o jogo, não soube controlar os jogadores. Algumas decisões que ele tomou, na minha visão, foram erradas. Mas ele é ser humano, ele errou. Nós jogadores também erramos às vezes. Às vezes não foi um bom dia para o árbitro também?, ponderou o zagueiro.

A crítica à condução do jogo por parte da arbitragem reflete a frustração de uma equipe que se viu ?De novo prejudicado dentro de casa?, conforme expressou o ex-jogador Careca após o revés. A percepção de um controle deficiente das emoções em campo, influenciada por decisões polêmicas, adiciona uma camada de complexidade ao resultado final.

O Diálogo do VAR: A Análise da "Jogada Imprudente"

A divulgação do diálogo entre o árbitro de campo e o VAR oferece uma perspectiva crucial sobre como a decisão foi construída. A transcrição revela a evolução da percepção do árbitro Bruno Arleu e a insistência do VAR Rafael Traci:

A sequência do diálogo evidencia a transição da percepção de Arleu, que inicialmente não via falta, para a concordância com o VAR, classificando a ação de Cacá como uma ?jogada imprudente?. Essa categorização, mesmo sem a intenção de derrubar o adversário, foi suficiente para justificar a penalidade, levantando discussões sobre a interpretação da imprudência em lances de jogo no futebol brasileiro.