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MP Revela Suspeitas: Fragilidade em Depoimentos de Empresa Ligada ao Corinthians
Por Redação FuTimão em 20/08/2025 13:14
O Ministério Público de São Paulo reforça suas suspeitas de que o Sport Club Corinthians Paulista manteve um relacionamento comercial com uma entidade que pode ser uma empresa de fachada durante a gestão do ex-presidente Duilio Monteiro Alves. Esta convicção foi solidificada após a coleta de novos depoimentos na última quarta-feira, que revelaram inconsistências significativas.
A atenção do órgão investigativo concentra-se no "Oliveira Minimercado", um estabelecimento localizado no Jardim Ângela, cuja existência e conexão com o clube foram inicialmente trazidas a público. Entre os dias 18 e 31 de outubro de 2023, o suposto minimercado registrou um faturamento de R$ 32.580,00, distribuídos em sete notas fiscais emitidas ao Corinthians , um valor que levanta questionamentos sobre a natureza dos serviços prestados.
O promotor Cássio Roberto Conserino, à frente da apuração, ouviu Geovana Batista de Oliveira e Alexsander Marques Canudo, que se apresentaram como a atual e o ex-proprietários da empresa, respectivamente. As declarações de ambos, embora confirmando o fornecimento de marmitas ao Corinthians e a autenticidade das notas fiscais, careceram de detalhes cruciais.
Depoimentos Frágeis Revelam Padrão Suspeito no Corinthians
Durante seus testemunhos, a dupla não conseguiu esclarecer como a conexão com o clube foi estabelecida, nem com quais indivíduos do Corinthians as negociações eram conduzidas. Adicionalmente, revelaram que o minimercado operava sem uma cozinha industrial adequada, contando apenas com um fogão de seis bocas, e não souberam informar sobre a identidade dos funcionários envolvidos. A ausência de documentos contábeis e a incapacidade de especificar o período exato de prestação de serviços, afirmando apenas que os trabalhos ocorriam de acordo com "demandas periódicas", aprofundam as dúvidas do Ministério Público.
Diante das evidentes inconsistências nos relatos, o Ministério Público sinaliza que intensificará as investigações focadas especificamente nesta empresa nos próximos dias. Os possíveis delitos sob apuração incluem estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa, crimes de alta gravidade que podem ter sérias ramificações para os envolvidos e para o clube.
Este caso do minimercado é parte de uma investigação mais ampla iniciada pelo Ministério Público de São Paulo em 30 de julho, através de um procedimento investigatório criminal. O foco inicial era a apuração de um possível uso indevido de cartões de crédito do clube, abrangendo as gestões dos ex-presidentes Andrés Sanchez (2018 a 2020) e Duilio Monteiro Alves (2021 a 2023).
A Teia Investigativa: De Cartões a Contratos Ocultos no Timão
Poucos dias após a abertura, o órgão decidiu incluir em sua análise o relatório de despesas da presidência de outubro de 2023, um documento anteriormente revelado. A assinatura neste relatório levou Denilson Grillo, ex-motorista de Duilio, a ser qualificado como investigado, e sua oitiva pelos investigadores é aguardada em breve. A amplitude da investigação foi novamente expandida no início de agosto, quando o MP solicitou ao Corinthians as faturas dos cartões corporativos referentes ao mandato do atual presidente, Augusto Melo, abrangendo o período de janeiro de 2024 a maio de 2025.
O promotor Cássio Roberto Conserino, figura central neste processo, já ouviu o gerente financeiro do Timão, Roberto Gavioli, e requisitou uma vasta gama de documentos tanto ao clube quanto aos seus conselhos Deliberativo e de Orientação. Além disso, Osmar Stabile, presidente interino do Corinthians , e Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do clube, prestaram depoimentos na condição de testemunhas, contribuindo com informações para a complexa teia investigativa.
Escândalo de Cartões: O Legado de Dúvidas que Assombra o Parque São Jorge
A origem de toda a investigação sobre os cartões corporativos do Corinthians remonta a denúncias de torcedores, fundamentadas em faturas de cartões que foram vazadas pelo perfil "@Prmalaoficial" na rede social X. Em um dos episódios, Andrés Sanchez reconheceu a autenticidade de um dos documentos e afirmou ter reembolsado o clube pelo gasto considerado indevido, um indício da gravidade das alegações que cercam as finanças do Alvinegro.
O desenrolar desta investigação promete trazer à tona mais detalhes sobre a gestão financeira do Corinthians , expondo as vulnerabilidades e as potenciais irregularidades que podem ter comprometido a integridade do clube em diferentes períodos. A transparência e a responsabilidade são agora mais do que nunca imperativos para a instituição, que se vê sob o escrutínio rigoroso da justiça e da sua própria torcida.
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