Maycon fica no Corinthians? Entenda os detalhes da negociação

O encerramento de 2025 traz ao Corinthians um cenário de reformulação forçada e decisões administrativas urgentes. Enquanto nomes como Romero e Talles Magno se preparam para deixar o Parque São Jorge nesta quarta-feira (31), a diretoria tenta viabilizar a continuidade de peças fundamentais. Entre as pendências, a situação de Fabrizio Angileri segue estagnada devido às limitações econômicas, refletindo a meta da gestão em reduzir a folha salarial em aproximadamente R$ 6 milhões mensais para o próximo ciclo.

Apesar do enxugamento do elenco, a permanência de Maycon é tratada como o ponto central do planejamento esportivo. O volante, que exerceu o papel de capitão durante a trajetória na Copa do Brasil, é tido como indispensável pelo técnico Dorival Júnior. A liderança exercida pelo atleta, somada ao seu desempenho técnico, justifica o esforço do departamento de futebol em assegurar sua continuidade em meio a um ambiente de incertezas financeiras.

Abaixo, os números que sustentam a importância de Maycon no esquema tático alvinegro durante a última temporada:

Desafios financeiros e reformulação do elenco alvinegro

A condução das tratativas agora está sob a responsabilidade de Marcelo Paz, novo comandante do futebol corintiano. O executivo iniciou diálogos diretos com os representantes do jogador na última segunda-feira (29), buscando uma resolução antes que o vínculo de empréstimo expire. A informação é do "Lance!". O objetivo é selar um acordo definitivo que estenda a permanência de Maycon até a temporada de 2028.

O modelo de negócio proposto pelo Corinthians envolve a aquisição do atleta sem custos imediatos de transferência, mas prevê que o Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, mantenha 50% dos direitos econômicos para futuras negociações. Anteriormente, as conversas eram lideradas por Fabinho Soldado, que deixou o cargo após o título da Copa do Brasil, transferindo a complexa missão de convencer os ucranianos para a nova gestão.

Entretanto, o histórico financeiro com o clube de Donetsk é um complicador relevante. O Corinthians carrega uma condenação da Fifa, ratificada pela Corte Arbitral do Esporte (CAS), referente a débitos anteriores com o Shakhtar. Além desse entrave, o clube lida com outras restrições severas no mercado da bola, conforme detalhado na tabela de passivos abaixo:

Foto: (Rodrigo Coca/Agência Corinthians)

Estratégia para manter Maycon e dívidas com o Shakhtar

A vontade do jogador atua como um trunfo para o Timão. Maycon já manifestou o desejo de não retornar ao leste europeu, motivado pela instabilidade gerada pelo conflito bélico entre Ucrânia e Rússia. Esse fator pessoal tem pesado nas negociações, pressionando o Shakhtar a buscar uma alternativa que não envolva a reintegração do meio-campista ao seu elenco atual.

Por outro lado, a diretoria precisa lidar com o "transfer ban" imposto pela Fifa devido à dívida com o Santos Laguna, do México, pela compra do zagueiro Félix Torres. Essa punição impede o registro de novos atletas e torna qualquer movimentação no mercado um exercício de engenharia financeira e jurídica. A quitação de débitos junto à Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) também é uma exigência para que o clube recupere sua plena capacidade de operação.

O desfecho da situação de Maycon será o primeiro grande teste da gestão de Marcelo Paz à frente do futebol. Garantir a permanência de um pilar técnico, enquanto o clube tenta sanear contas e evitar novas sanções internacionais, é o dilema que define os últimos dias do ano no Parque Jorge. O sucesso ou fracasso nessa negociação ditará o tom da competitividade corintiana para as competições que se aproximam em 2026.