- FuTimão
- Kauê Furquim: Detalhes da Transferência Polêmica e Ruptura Corinthians-Bahia
Kauê Furquim: Detalhes da Transferência Polêmica e Ruptura Corinthians-Bahia
Por Redação FuTimão em 15/08/2025 05:24
Um episódio recente agitou os bastidores do futebol brasileiro, colocando em xeque as relações entre clubes e acendendo um debate sobre a formação de talentos. O centro da controvérsia é Kauê Furquim, um promissor atleta de apenas 16 anos, cuja transação do Sport Club Corinthians Paulista para o Esporte Clube Bahia, mediante o pagamento de uma multa rescisória de R$ 14 milhões, provocou uma ruptura institucional sem precedentes entre o Alvinegro paulista e o clube baiano, que faz parte do Grupo City desde 2023.
A diretoria corintiana não hesitou em classificar a conduta do Tricolor como "ilícita e imoral", anunciando o rompimento completo de qualquer vínculo institucional. Esta forte reação ressalta a gravidade do ocorrido e a percepção de uma afronta aos princípios de fair play e respeito mútuo no cenário esportivo nacional.
Kauê Furquim: A Trajetória da Promessa Alvinegra
O jogador que se tornou o pivô desta disputa é um atacante canhoto, que atua preferencialmente pelo lado direito do campo. A história de Kauê Furquim no Parque São Jorge começou cedo, aos oito anos, nas quadras de futsal. Aos 14, sua transição para o futebol de campo foi definitiva, e o ano passado marcou seu início de destaque nas categorias de base do Corinthians .
Em 2024, suas performances notáveis pelo time sub-15 do Corinthians lhe renderam as primeiras convocações para a Seleção Brasileira da categoria. Paralelamente, o jovem começou a ser utilizado em equipes de faixas etárias superiores dentro da base alvinegra. No ano de 2025, Kauê participou tanto do Campeonato Paulista quanto do Brasileiro nas categorias Sub-17 e Sub-20, acumulando um total de 18 partidas e dois gols marcados nessas competições, demonstrando sua versatilidade e potencial.
Seu talento não passou despercebido pela comissão técnica do elenco principal. Dorival Júnior, então técnico do Corinthians , observava de perto o desenvolvimento do atleta. Kauê Furquim vinha treinando regularmente com os profissionais no CT Joaquim Grava e chegou a ser relacionado para duas partidas do Campeonato Brasileiro, contra Fortaleza e Grêmio. Embora não tenha entrado em campo, permanecendo no banco de reservas, sua presença já indicava um futuro promissor e a possibilidade de se tornar o jogador mais jovem a estrear oficialmente pelo clube.
O Contrato e a Controvérsia Financeira
A base da insatisfação corintiana reside em detalhes contratuais. Em abril deste ano, Kauê Furquim havia assinado um vínculo de três anos com o Corinthians . Este contrato estabelecia uma multa rescisória de 50 milhões de euros (equivalente a R$ 315 milhões na cotação atual) para o mercado internacional. Contudo, para transferências dentro do território nacional, a legislação vigente determina que a multa não exceda duas mil vezes o valor do salário do atleta.
É precisamente esta "brecha" legal que a diretoria alvinegra acusa o Bahia de ter explorado. O Corinthians argumenta que o pagamento dos R$ 14 milhões da multa rescisória nacional pelo Bahia não representa uma aquisição genuína para o elenco tricolor, mas sim uma manobra estratégica. A interpretação é que o Bahia estaria agindo como um "mero intermediador de negócios", com o propósito de desenvolver o jogador e, futuramente, transferi-lo para o mercado europeu, utilizando as amplas conexões do Grupo City.
A Ruptura Institucional e a Posição do Corinthians
A gravidade da situação levou o Corinthians a emitir uma nota oficial contundente, na qual expressou seu veemente repúdio à atitude do Bahia e do Grupo City. O clube paulista sublinhou a ausência de comunicação prévia sobre o interesse na negociação do jogador, o que intensificou o sentimento de desrespeito e aliciamento.
A nota divulgada pelo Corinthians detalha a posição do clube e a decisão de romper relações. O Esporte Clube Bahia, por sua vez, foi procurado pela imprensa, mas não se manifestou publicamente sobre o assunto até o momento da publicação desta reportagem. A declaração completa do Corinthians é um marco neste embate:
O Sport Club Corinthians Paulista, ao longo de sua centenária história, tem como um de seus valores o respeito para com as instituições de relevância esportiva e cultural, sejam elas do Brasil ou do exterior. Repudiamos, veementemente, o aliciamento ilícito e imoral do jogador Kauê Furquim, formado nas categorias de base do Corinthians, em trama envolvendo o City Football Group e o Esporte Clube Bahia. Em nenhum momento o Corinthians foi comunicado sobre o interesse na negociação do jogador. Estudaremos os caminhos jurídicos necessários e possíveis para punir os responsáveis e apelaremos à CBF e à FIFA para que a justiça seja feita. A estratégia retoma mais um ato daquela antiga e nefasta prática da subtração de talentos, ainda muito jovens, do futebol nacional, levando-os a preço vil para mercados externos, reduzindo o Bahia a um mero intermediador de negócios. Reforçamos, mais uma vez, nosso repúdio aos envolvidos rompendo por completa qualquer relação institucional com o Esporte Clube Bahia e o City Football Group.
Este episódio levanta questões importantes sobre a ética nas negociações de jovens talentos no futebol brasileiro e o papel dos grandes conglomerados esportivos. A decisão do Corinthians de romper laços institucionais com o Bahia e o Grupo City sinaliza um endurecimento na postura dos clubes formadores diante do que consideram uma prática predatória, buscando proteger seus investimentos e a integridade de suas categorias de base.
Curtiu esse post?
Participe e suba no rank de membros