Justiça Rechaça Nova Tentativa de Retorno de Augusto Melo à Presidência do Corinthians – Entenda a Decisão

O cenário jurídico envolvendo a presidência do Sport Club Corinthians Paulista continua a ser palco de embates recorrentes. Em mais um capítulo dessa saga, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo proferiu uma decisão que reitera a posição do judiciário, frustrando uma nova tentativa de reintegração do presidente afastado, Augusto Melo, ao comando do clube.

A iniciativa mais recente partiu do sócio Leonel Augusto Gonçalves da Silva, cujo pleito visava, por vias judiciais, a reversão do cenário político-administrativo alvinegro. Contudo, o esforço foi prontamente rechaçado pela justiça, marcando mais uma derrota para os aliados do ex-mandatário.

A Firmeza Judicial Diante de Ações Repetidas

A petição de Leonel Augusto Gonçalves da Silva foi protocolada na última quinta-feira e, com notável celeridade, indeferida já na sexta-feira seguinte. A decisão emanou da Vara Cível do Foro Regional VIII do Tatuapé, em São Paulo, e foi chancelada pelo respeitável juiz de direito Dr. Alberto Gibin Villela. Em seu despacho, ao qual a imprensa especializada teve acesso, o magistrado foi enfático e direto, afirmando que não há "nada a reconsiderar" sobre o caso.

A postura do Dr. Alberto Gibin Villela se mostrou ainda mais contundente ao destacar o padrão de "fracionamento de diversas ações com o mesmo propósito: o de reconduzir Augusto Melo ao cargo". O juiz classificou como "discutível" a "legitimidade de distribuição de feitos em que se postula direito de um terceiro, ainda que fossem distintos os seus objetos", uma situação que, segundo a análise judicial, sequer se verificava na presente demanda.

Para reforçar sua argumentação, o magistrado apontou a aplicabilidade "impositiva" do Art. 55, parágrafo 3º, do Código de Processo Civil. Este dispositivo legal visa prevenir decisões conflitantes ou contraditórias, possibilitando o julgamento conjunto de processos que, mesmo sem conexão direta, apresentem risco de sentenças díspares se analisados separadamente, buscando a coerência e a segurança jurídica.

As Alegações e o Histórico de Insistência

Após a negativa expressa da Justiça, Leonel Augusto Gonçalves da Silva optou por retirar a ação. Em sua petição inicial, o sócio havia formulado um pedido liminar para que Augusto Melo fosse imediatamente restituído à presidência do Corinthians . A ação foi direcionada a importantes figuras do cenário corintiano: Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo; Osmar Stabile, presidente em exercício; e o próprio clube.

Silva, que atuava como assessor da bocha no Parque São Jorge, é conhecido por sua proximidade com outros apoiadores de Melo, como Claudinei Alves e Valmir Costa, demonstrando a articulação por trás das tentativas de retorno. No cerne do pedido rejeitado, o associado chegou a alegar que o afastamento do mandatário teria provocado a perda de um valioso acordo de naming rights para o Centro de Treinamento Dr. Joaquim Grava com o grupo Mercado Livre, além da rescisão do contrato de fornecimento de material esportivo com a gigante Adidas.

Entretanto, conforme explicitado pelo juiz Dr. Alberto Gibin Villela em sua decisão, os argumentos apresentados por Leonel Augusto Gonçalves da Silva já haviam sido previamente refutados pelo Tribunal de Justiça em outras instâncias. Essa reiteração de teses já indeferidas sublinha um padrão de persistência jurídica. Apenas na terça-feira anterior, por exemplo, os conselheiros Mario Mello, Ronaldo Fernandez Tomé, Maria Ângela de Sousa Ocampos e Peterson Ruan Aiello do Couto Ramos haviam igualmente fracassado em uma ação judicial de teor similar, movida contra o Corinthians , Romeu Tuma Júnior e Osmar Stabile, na qual pleiteavam a validação de um ato de Augusto Melo datado de 31 de maio.