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Denúncias de Irregularidades Abalam Venda de Ingressos no Corinthians

Por Redação FuTimão em 17/04/2025 10:21

Investigação Policial e o Futuro da Gestão no Corinthians

O delegado Marcel Madruga propôs o encerramento do inquérito, justificando que não foram detectados sinais de acesso não autorizado ou comprometimento do sistema Fiel Torcedor. Consequentemente, a investigação de possíveis atividades de cambismo associadas ao clube não se enquadra no âmbito da investigação aberta na divisão de Crimes Cibernéticos da 4ª Delegacia de Polícia de São Paulo.

Madruga concluiu que quaisquer desvios na venda de ingressos "devem ser resolvidos pelos próprios mecanismos de fiscalização e controle interno do clube, tais como Conselhos e Assembleias".

?No caso em questão, apuração revelou que os fatos investigados decorrem preponderantemente de questões internas de gestão, passíveis de correção mediante mecanismos administrativos internos de compliance, auditoria e governança corporativa, afastando-se, portanto, o interesse jurídico penal estatal?, declarou o delegado em um segmento do relatório.

Corinthians Adota Medidas Contra o Cambismo

Após a divulgação de reportagens, o Corinthians lançou uma campanha para combater o cambismo. Recentemente, o clube anunciou um acordo com uma empresa para implementar um sistema de reconhecimento facial na Neo Química Arena. Essa medida é considerada crucial para mitigar o problema da venda ilegal de ingressos.

Depoimentos Revelam Falhas no Sistema de Venda de Ingressos

Em seu depoimento à Polícia Civil de São Paulo, Gabriela Rosa, funcionária do Corinthians , expôs irregularidades no sistema de comercialização de ingressos do clube. Ela também relatou ter sido vítima de assédio moral por discordar de ordens que contrariavam as normas internas.

Gabriela Rosa, coordenadora de atendimento do programa Fiel Torcedor, foi ouvida como testemunha no inquérito que investiga cambismo e outros possíveis delitos relacionados à venda de ingressos do Corinthians .

De acordo com o relatório elaborado pelo delegado Marcel Madruga, a funcionária relatou que, há cerca de um ano, começou a "perceber e receber recomendações para realizar trabalhos contrários às regras e normas estabelecidas, sendo hostilizada e destratada por não concordar com tais ordens". O documento, ao qual o ge teve acesso, não especifica quem teria feito tais sugestões a Gabriela.

Detalhes das Irregularidades Apontadas

Ainda segundo o relatório do delegado, Gabriela "explicou detalhadamente o funcionamento do sistema de distribuição de ingressos, indicando diversas irregularidades, como a redução drástica de ingressos disponibilizados para o programa Fiel Torcedor, o aumento de cortesia sem indicação nominal dos beneficiários, e a decisão unilateral da diretoria em destinar ingressos ao setor norte às torcidas organizadas por fora do sistema oficial".

No depoimento, a funcionária relatou ter iniciado uma investigação interna sobre cambismo no Corinthians e que, após identificar um vendedor irregular de ingressos, levou o caso ao então CEO do clube, Fred Luz. Segundo Gabriela, ele prometeu liberar recursos para a apuração dos problemas, mas não tomou as devidas providências.

Apesar da falta de apoio, a profissional continuou suas investigações e descobriu que ingressos vendidos por um cambista saíram da conta interna do clube denominada "Arrecadação Vendas". De acordo com Gabriela, os bilhetes eram vendidos por Otávio Arliani, conhecido como Tavão, que seria cunhado de Renata Pereira, funcionária do setor de arrecadação, e genro de Lidia Maria Reis, gerente operacional da Neo Química Arena. Ambas as mulheres também prestaram depoimento à Polícia e negaram ter conhecimento de irregularidades.

Denúncias Ignoradas e Consequências

Gabriela informou à Polícia que reportou suas descobertas ao então diretor administrativo do Corinthians , Marcelo Mariano, e a seu superior, Lucio Blanco, administrador da arena. No entanto, segundo ela, nenhuma ação foi tomada.

As alegações de Gabriela foram corroboradas por Ricardo Okabe, ex-gerente operacional da Neo Química Arena, que colaborou na investigação interna e também prestou depoimento à Polícia. Segundo eles, Okabe foi demitido dois meses após denunciar as irregularidades aos dirigentes do Corinthians .

Por fim, Gabriela informou que "devido aos fatos reportados e ao assédio moral sofrido (já registrado em boletim de ocorrência), foi forçada a tirar férias".

O contato com Lucio Blanco foi tentado, mas ele não se manifestou. Gabriela Rosa declarou que não faria comentários. O Corinthians também não se pronunciou sobre o depoimento da funcionária até o momento.

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