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Escândalo no Corinthians: Trocas de Empresas de Segurança Geram Investigações
Por Redação FuTimão em 10/12/2024 09:01
Aumento Exorbitante nos Gastos com Segurança
A troca de empresas de segurança no Sport Club Corinthians Paulista acendeu um alerta, levantando sérias dúvidas sobre a gestão financeira e a transparência do clube. Relatórios da Comissão de Justiça e do Conselho de Orientação (Cori) apontam um aumento considerável nas despesas com segurança, atingindo um crescimento de aproximadamente 125% até junho.
A Verssat Segurança, empresa anterior, recebia cerca de R$ 150 mil mensais pelos serviços de vigilância, escolta e segurança. Contudo, sua substituta, a Workserv Serviços Terceirizados, passou a cobrar mais de R$ 340 mil, um valor significativamente maior.
Essa disparidade de custos, somada a outras irregularidades, motivou investigações por parte das autoridades e do próprio Conselho Deliberativo do clube.
Irregularidades na Contratação da Workserv
A Workserv, apesar do custo elevado, apresentava problemas de regularização. A empresa não possuía as devidas licenças junto à Polícia Federal e nem a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) compatível com os serviços de segurança prestados.
A Workserv emitiu nota fiscal em 8 de fevereiro referente ao mês anterior completo, mesmo estando em processo de concorrência com outras duas empresas até o dia 12 de janeiro. A SAG Express Serviços Terceirizados e a RR Proteção Segurança Patrimonial LTDA apresentaram propostas, sendo que a primeira nem sequer possuía qualificação em segurança patrimonial.
Outro ponto crucial é que a Verssat, empresa anterior, não foi convidada para a concorrência e continuou prestando serviços sem receber pagamento até maio, conforme apuração do UOL.
A Versão do Corinthians e as Investigações da Polícia Federal
O Corinthians , em nota oficial ao UOL, alegou que as empresas Workserv e Verssat ofereciam serviços distintos. A Workserv seria responsável pela segurança do Centro de Treinamento e acompanhamento do elenco, enquanto a Verssat cuidava da segurança do Parque São Jorge. No entanto, os relatórios da Comissão de Justiça e do Cori indicam que houve substituição de uma empresa pela outra.
Em 26 de junho, a Polícia Federal visitou o Parque São Jorge para questionar a contratação da Workserv. Na ocasião, o clube negou qualquer irregularidade. No dia seguinte, o Corinthians rescindiu o contrato com a Workserv, apesar de nunca ter assinado um contrato formal com a empresa, conforme confirmado pelo presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Jr.
"Essa situação não atende os comandos estatutários, inclusive porque coloca o Clube sob sérios riscos de demandas judiciais dentre vários outros. Não é uma prática de boa gestão.", afirmou Romeu Tuma Jr. ao UOL.
Reações e Implicações da Falta de Transparência
Após a divulgação das supostas irregularidades e a falta de um contrato formal com a Workserv, o Conselho Deliberativo iniciou uma apuração interna. O assunto foi discutido em reuniões em outubro, sem conclusões até o momento. Um requerimento de conselheiros buscando esclarecimentos sobre as irregularidades, incluindo a contratação subsequente da Kiara Segurança Privada, também com restrições apontadas pelo compliance do Corinthians , permaneceu sem resposta após um mês.
Romeu Tuma Jr. ressaltou a ausência de consulta aos órgãos de fiscalização, afirmando que: "Nenhum órgão de fiscalização foi consultado e em tese não necessitaria, salvo casos excepcionais. Mas sempre se pressupõe que trocas de prestadores de serviços ou mesmo outros parceiros, serão feitas para melhor, face a qualidade, preços e atendimento de necessidades pactuadas."
O diretor jurídico Vinícius Cascone esclareceu que o compliance do clube sinaliza possíveis irregularidades ("red flags"), mas a decisão final de contratação cabe à diretoria. Ele mencionou que a Kiara Segurança Privada, atual prestadora de serviços, também apresentou "red flags", mas o compliance não tem poder de veto sobre as contratações.
Conclusão: Falta de Transparência e Riscos para o Corinthians
A situação envolvendo as trocas de empresas de segurança no Corinthians expõe uma série de irregularidades e falta de transparência na gestão do clube. O aumento significativo dos gastos, a contratação de empresas sem as devidas qualificações e a ausência de contratos formais geram sérias preocupações e riscos para a instituição, tanto financeiros quanto jurídicos. A investigação em curso precisa ser concluída com celeridade e transparência, garantindo a responsabilização dos envolvidos e a adoção de medidas para evitar novas ocorrências.
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