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Gaviões da Fiel se Pronuncia Após Detenções de Torcedores do Corinthians | Análise Exclusiva
Por Redação FuTimão em 18/07/2025 01:03
O recente encontro entre Ceará e Corinthians, válido pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro, transcendeu o mero resultado esportivo. A vitória mínima do clube paulista, um magro 1 a 0, foi ofuscada por incidentes envolvendo a torcida visitante na Arena Castelão, culminando na intervenção policial e na detenção de dezenas de alvinegros. Este episódio reacende o debate sobre a conduta das organizadas e a resposta das autoridades diante de manifestações que extrapolam os limites regulamentares.
As informações da Polícia Civil apontam para a condução de aproximadamente trinta torcedores diretamente no Departamento de Polícia instalado no próprio estádio. A principal razão para a ação foi o acionamento de sinalizadores e a detonação de artefatos pirotécnicos. Adicionalmente, cinco indivíduos foram detidos por posse de substâncias entorpecentes. Todos os envolvidos foram liberados nas primeiras horas da manhã, após a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), um procedimento que, embora resolva a situação imediata, não apaga a gravidade do ocorrido e suas implicações futuras.
A Voz da Gaviões: Entre o Protesto e a Controvérsia
Em resposta à repercussão, a Gaviões da Fiel, a mais proeminente torcida organizada do Corinthians , emitiu uma nota oficial. O comunicado expressa veemente repúdio às detenções, classificando o uso dos sinalizadores não como um ato de desordem, mas como um "protesto simbólico". A manifestação da organizada mirou diretamente nos valores exorbitantes cobrados pelos ingressos para o setor visitante, que atingiam a cifra de R$ 275. A Gaviões rotulou tal cobrança como "um roubo descarado", reiterando seu compromisso com a luta pela liberdade de expressão e a festa nos estádios.
A nota enfatiza a filosofia do grupo, em uma declaração que ecoa o sentimento de parte da arquibancada:
O uso de sinalizadores é um ato simbólico, um protesto pacífico contra os preços abusivos dos ingressos. Cobrar R$ 275,00 para assistir a um jogo é um roubo descarado. Futebol é do povo. Seguiremos firmes na luta pela festa nas arquibancadas. Não nos curvaremos diante de um sistema que criminaliza a festa na arquibancada e persegue quem faz o espetáculo acontecer.
Em contrapartida, o Ceará Sporting Club, anfitrião da partida, manifestou seu descontentamento e reprovação às ações dos torcedores corintianos. Por meio de um comunicado, o clube cearense descreveu o incidente como gerador de "grande desordem", apontando para o risco iminente à segurança de todos os presentes no complexo esportivo. O Ceará não se limitou à condenação verbal, informando que acionou o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), buscando a apuração das responsabilidades tanto do Corinthians quanto da equipe de arbitragem da partida, em um claro sinal de que o episódio terá desdobramentos legais.
Restrições Legais e a Vitória em Campo
O contexto desses eventos é ainda mais complexo, considerando que o Ministério Público do Ceará já havia imposto uma proibição à entrada de torcidas organizadas do Corinthians na Arena Castelão. Essa restrição se estendia a elementos visuais como faixas, bandeiras e outros adereços. A medida, baseada em recomendações do Ministério Público de São Paulo, tinha como pano de fundo incidentes anteriores, notadamente o uso de sinalizadores durante a final do Campeonato Paulista, ocorrida em março deste ano, evidenciando um histórico de condutas que geram preocupação às autoridades.
Apesar de todo o imbróglio extracampo, o Corinthians conseguiu seu objetivo esportivo. A equipe encerrou uma sequência de seis partidas sem vitórias longe de seus domínios, conquistando os três pontos que a levaram a 19 pontos na tabela, ocupando a nona posição. O próximo desafio está agendado para o sábado, 19, às 19 horas (horário de Brasília), em um clássico contra o São Paulo, no Morumbis. O resultado em campo, no entanto, permanece secundário diante da polarização entre a paixão das arquibancadas e a rigidez das normas de segurança, um dilema que se mostra cada vez mais presente no futebol brasileiro.
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