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Futuro do Corinthians: Dívidas, Transfer Ban e Contratos Moldam 2026

Por Redação FuTimão em 04/11/2025 10:34

O Sport Club Corinthians Paulista iniciou seu planejamento para a temporada de 2026 imerso em um panorama de profundas incertezas, restrições operacionais e uma notável tensão nos bastidores. Com sanções de registro de atletas em vigor, um passivo financeiro vultoso e uma série de vínculos contratuais próximos do término, o clube da Zona Leste de São Paulo enfrenta um intrincado quebra-cabeça na montagem de seu elenco para o próximo ciclo.

A complexidade da situação foi publicamente sublinhada após a recente vitória sobre o Grêmio. O atacante Memphis Depay, em declaração contundente, apontou para a imperativa necessidade de transformações estruturais dentro da instituição.

"Para que o Corinthians possa conquistar grandes coisas, são necessárias algumas mudanças que só as pessoas de dentro entendem", afirmou o holandês.

Depay não apenas enfatizou a ausência de novas aquisições, mas também fez menção direta à paralisação no mercado de transferências, uma consequência direta da penalidade imposta pela Fifa. O Timão, vale lembrar, conseguiu registrar apenas Vitinho antes da interdição, que já se estende por três meses.

Restrições no Mercado: O Impacto das Dívidas Milionárias

A proibição de registro de novos jogadores, ativa desde 12 de agosto, é resultado de um débito de R$ 40 milhões com o Santos Laguna, do México, originário da aquisição do zagueiro Félix Torres. A diretoria corintiana assegura que o acerto financeiro está programado para dezembro, o que, em tese, permitiria a regularização da situação antes da próxima janela de transferências, agendada de 5 de janeiro a 3 de março.

Contudo, o quadro financeiro é mais abrangente e preocupante. Além do imbróglio com o Santos Laguna, o Corinthians acumula outras cinco condenações junto à Fifa, uma delas já ratificada pela Corte Arbitral do Esporte (CAS). O montante total dessas obrigações financeiras atinge a cifra de R$ 125,6 milhões, abrindo a possibilidade de novas sanções serem aplicadas nos meses vindouros.

Em entrevista coletiva, o técnico Dorival Júnior confirmou ter recebido garantias do presidente Osmar Stabile de que a questão seria equacionada, mas não escondeu sua apreensão.

"Nós ainda não temos um norte. O presidente nos garantiu que teríamos essa situação solucionada. Já começamos a planejar o ano seguinte, mas com limitações, principalmente nas contratações", disse o treinador.

O Elenco em Xeque: Contratos no Fim e a Busca por Alternativas

A composição do elenco também atravessa um período de considerável instabilidade. Atletas como Fabrizio Angileri, Maycon, Talles Magno e Ángel Romero possuem vínculos que se encerram ao final do ano, gerando um dilema para a gestão esportiva.

Os representantes de Angileri já estão em São Paulo, engajados em negociações para uma possível extensão contratual. O caso de Maycon , todavia, apresenta maior complexidade. O meio-campista ainda pertence ao Shakhtar Donetsk, e o Timão registra um débito de R$ 6,7 milhões com o clube ucraniano, consequência de quatro empréstimos consecutivos. Para Talles Magno e Romero , as conversas sobre permanência sequer foram iniciadas.

A diretoria reconhece a gravidade da situação: sem a capacidade de efetuar novas contratações, a eventual saída desses jogadores pode acentuar a fragilidade de um plantel já classificado como "curto" pelo próprio Dorival Júnior.

Adicionalmente, o Corinthians possui seis atletas emprestados a outras equipes, entre eles Pedro Raul, Fagner e Alex Santana, cujos contratos de empréstimo estão próximos do vencimento. O possível retorno desses jogadores é avaliado como uma opção de menor custo para reforçar o time, embora tal medida possa complicar a folha salarial, que o clube tem buscado arduamente reduzir.

Bastidores Agitados: Pressão Política e a Visão dos Atletas

A turbulência financeira e as dificuldades no mercado de transferências se somam a uma intrincada instabilidade política interna. O executivo de futebol Fabinho Soldado encontra-se sob intensa pressão dentro do clube, e sua permanência em 2026 ainda não possui garantia. O presidente Stabile, por sua vez, tem resistido a uma possível demissão, temendo que tal ato possa deteriorar ainda mais o ambiente às vésperas das semifinais da Copa do Brasil, competição tratada como prioridade máxima nesta fase final da temporada.

Além de Memphis, outros jogadores também têm expressado sua apreensão em relação aos rumos da equipe. O meio-campista Maycon , por exemplo, sugeriu que as definições internas do clube serão determinantes para a decisão de permanência de diversos atletas.

"Para a gente pensar em permanecer, a gente tem que saber como vai ficar o clube no ano que vem. Foi um ano muito turbulento, principalmente político, e isso nos preocupa bastante."

Dessa forma, entre os desafios financeiros, as incertezas políticas e a iminente ameaça de novas sanções internacionais, o Corinthians tenta traçar os contornos de seu futuro. O grande desafio reside em reestruturar o elenco e restaurar a credibilidade, tanto dentro quanto fora de campo, antes que o ano de 2026 efetivamente se inicie.

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