FPF Revoga Proibição: Organizadas do Corinthians de Volta aos Estádios

Após um período de intensa restrição, a Federação Paulista de Futebol (FPF) anunciou a revogação da portaria que impedia a presença de torcidas organizadas do Corinthians nos estádios de São Paulo. A decisão, que acata uma recomendação do Ministério Público, foi oficializada nesta quarta-feira, marcando um ponto de virada para a relação entre o clube e seus grupos de apoio mais fervorosos.

Desde o início de abril, os corintianos estavam impedidos de acessar os estádios paulistas com camisas e outros adereços que identificassem as organizadas. Essa medida punitiva foi uma resposta direta ao uso de artefatos pirotécnicos, como rojões e sinalizadores, durante a final do Campeonato Paulista, disputada em 27 de março, em Itaquera. O incidente levou a uma proibição que se estendeu por meses, alterando significativamente a atmosfera dos jogos do Timão.

O Pano de Fundo da Proibição: Meses de Ausência e a Origem da Sanção

A ausência das manifestações tradicionais das torcidas organizadas foi sentida em cada partida disputada em solo paulista. Faixas, bandeiras e instrumentos musicais, elementos que compõem a identidade visual e sonora do espetáculo futebolístico, foram silenciados em decorrência da portaria da FPF. A medida visava coibir atos de desordem e garantir a segurança nos eventos esportivos, mas também gerou um vácuo na paixão demonstrada nas arquibancadas.

A imposição da proibição refletiu a seriedade com que as autoridades tratam a questão da segurança nos estádios, particularmente após eventos que colocam em risco a integridade física dos torcedores. O episódio na final do Campeonato Paulista serviu como catalisador para a aplicação de sanções rigorosas, visando um controle mais efetivo sobre o comportamento dos grupos organizados.

O Caminho para a Liberação: Negociações e o Termo de Ajustamento de Conduta

A reversão dessa proibição não ocorreu de forma abrupta, mas foi o resultado de um processo de diálogo e negociação. Nos últimos meses, representantes das principais organizadas do Corinthians se reuniram com membros do Ministério Público e do 2º Batalhão de Choque da Polícia Militar. O objetivo desses encontros era estabelecer um novo pacto de convivência e responsabilidade.

Essas discussões culminaram na assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Este documento formalizou compromissos e diretrizes a serem seguidas pelos grupos de torcedores, servindo como a base legal e moral para o pleito de retorno. A celebração do TAC foi um passo fundamental para demonstrar às autoridades o empenho das organizadas em colaborar com a segurança e a ordem nos estádios.

A Decisão da FPF: Retorno Autorizado e o Reencontro com a Arquibancada

Com o Termo de Ajustamento de Conduta devidamente assinado e a recomendação do Ministério Público em mãos, a Federação Paulista de Futebol emitiu a portaria que derruba a proibição anterior. O documento autoriza o retorno de faixas, bandeiras e instrumentos musicais das seis principais torcidas do Timão.

A FPF formalizou a decisão em portaria publicada no início da noite desta quarta-feira, detalhando os grupos contemplados:

A revogação da Portaria FPF nº 093/2025, autorizando assim a entrada nos estádios de Futebol das seguintes Torcidas Organizadas: ?GAVIÕES DA FIEL?, ?CAMISA 12?, ?FIEL MACABRA?, ?PAVILHÃO 9?, ?ESTOPIM DA FIEL? e ?CORINGÃO CHOPP?, da cidade de São Paulo, vinculadas ao Sport Club Corinthians Paulista ? informou a FPF em portaria publicada no início da noite desta quarta.

A tabela a seguir apresenta as torcidas organizadas que estão novamente liberadas para atuar nos estádios de São Paulo:

Com a portaria da FPF em vigor, as organizadas do Timão estão prontas para fazer seu retorno oficial. O reencontro com as arquibancadas de São Paulo está marcado para o próximo domingo, no jogo contra o Grêmio, válido pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro. Este momento marca não apenas a volta de elementos culturais importantes para o futebol, mas também o início de uma nova fase de responsabilidade compartilhada entre torcedores, clubes e autoridades.