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Ex-Corinthians: A Virada de Jogo de Raul Gustavo com Terapia e o Brilho nos EUA

Por Redação FuTimão em 25/10/2025 05:13

Aos 26 anos, Raul Gustavo parece ter deixado para trás os fantasmas que assombraram sua trajetória inicial no futebol brasileiro. Com uma reputação de temperamento explosivo durante sua passagem pelo Corinthians, o zagueiro encontrou um novo caminho e um autoconhecimento profundo após buscar auxílio psicológico. Hoje, no NY City, dos Estados Unidos, onde atua desde agosto, ele integra os percalços do passado como valioso aprendizado para sua contínua evolução.

O ponto crucial para essa guinada, que o levou a procurar apoio especializado, coincidiu com sua saída do Timão rumo à Hungria. A solidão imposta pela distância de mais de 10 mil quilômetros, separando Budapeste de Pedro Leopoldo (MG), sua cidade natal, impactou-o profundamente. Foi nesse período que o defensor viu sua jornada no Parque São Jorge ser interrompida, ao menos por ora, de maneira amarga: uma expulsão controversa após um empurrão no bandeirinha, em uma derrota por 1 a 0 para o Argentinos Juniors (ARG), pela Copa Sul-Americana.

A Virada de Chave: Reflexão e Amadurecimento Longe de Casa

A capacidade de introspecção e o reconhecimento dos próprios equívocos são pilares para o constante aprendizado de Raul Gustavo . Atualmente, o atleta mineiro admite que, em sua ascensão ao elenco profissional do Corinthians , tentou assumir uma liderança que, naquele momento, não lhe cabia. Essa intensidade, contudo, não era desprovida de motivo. O zagueiro chegou ao Timão ainda nas categorias de base, onde teve sua primeira oportunidade de projeção, o que o transformou em um verdadeiro torcedor em campo.

?O futebol mexe muito com o seu emocional e com sua mente. Por ser corintiano, vivenciar aquilo e crescer na base daquele jeito de defender o escudo com unhas e dentes, eu carregava meio que uma liderança que não era para mim. Às vezes, passava do ponto. Se tivesse um acompanhamento psicológico antes, igual eu tenho hoje, eu poderia separar as coisas e acho que tudo seria diferente. Mas as coisas têm que acontecer para você perceber que tem algo errado?

O exemplo da importância do acompanhamento psicológico ressoa em Raul Gustavo , que cita um ex-companheiro: ?Hoje, eu tenho um pensamento muito diferente. Faço terapia, uma questão que é muito importante. O Yuri Alberto já deixou em tese que é muito importante para os atletas que jogam futebol?.

Evolução Além do Campo: Línguas e Novas Fronteiras

Para além do aspecto psicológico, o zagueiro demonstra orgulho pela evolução pessoal alcançada desde que deixou o cenário futebolístico brasileiro. Durante o pouco mais de um ano na Hungria, o camisa 34, algo antes inimaginável, adquiriu fluência em inglês. Essa conquista linguística sublinha um processo de autodesenvolvimento que transcende as quatro linhas.

?Estou evoluindo o meu inglês cada vez mais e mais, estou muito feliz com isso. Vir de onde eu vim, sair de onde eu saí e poder falar dois idiomas. Isso para mim já é uma conquista muito grande. Eu conto para as pessoas que eu aprendi a falar inglês em cinco meses e ficam espantadas?

Com o inglês afiado, Raul Gustavo almeja contribuir para que o NY City conquiste o bicampeonato da MLS. Nos Estados Unidos, o defensor mineiro não apenas se surpreendeu com a qualidade técnica dos jogadores, mas também vivenciou momentos memoráveis. O encontro com Lionel Messi foi um deles, apesar de não ter entrado em campo na derrota por 4 a 0 para o Inter Miami.

Traumas Pessoais e A Resiliência de Um Atleta

Ainda que atualmente celebre uma fase de superação e colecione experiências globais no futebol, Raul Gustavo teve de confrontar traumas pessoais profundos. Em 2020, durante seu empréstimo à Inter de Limeira, o zagueiro recebeu a devastadora notícia do falecimento de sua irmã mais velha, Fabíola Cristina, vítima de um acidente de carro. Essa perda familiar o fez cogitar abandonar a carreira para retornar à família em Minas Gerais.

No entanto, um gol providencial reacendeu sua paixão e o impulsionou a persistir no sonho de infância.

?Tinha perdido uma irmã. Não estava me conectando mais comigo. Não tinha vontade, de verdade, de jogar mais. Queria parar de jogar futebol. Quando você perde um ente querido e está longe de casa, começa a repensar nas coisas. Se eu estivesse em casa, eu teria aproveitado mais a minha irmã. Se eu estivesse com ela, acho que não teria acontecido. Você começa a criar muitas coisas e te faz querer parar de jogar. Meu primeiro gol foi onde me deu ânimo de novo. Foi onde me deu alegria de novo. Eu chorei no momento, mas foi mais de alegria?

O gol, em uma vitória por 2 a 0 sobre um rival, é por ele definido como o momento mais marcante de sua carreira. Em constante aprendizado com o passado, Raul Gustavo busca brilhar com a camisa do NY City, almejando ser um exemplo para as novas gerações e, quem sabe, vestir a camisa da Seleção Brasileira e disputar um mata-mata da Liga dos Campeões da Europa.

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