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Escândalo Vai de Bet: Ex-Diretor do Corinthians Indiciado em Fraude Milionária
Por Redação FuTimão em 23/06/2025 12:33
A Polícia Civil de São Paulo concluiu, nesta segunda-feira, a apuração referente às alegadas irregularidades no contrato de patrocínio entre o Sport Club Corinthians Paulista e a empresa Vai de Bet. A investigação, que se estendeu por mais de um ano, culminou na apresentação do relatório final, trazendo à tona novos desdobramentos significativos para o cenário político e financeiro do clube.
No documento conclusivo, Yun Ki Lee, ex-diretor jurídico da agremiação, foi formalmente indiciado por omissão imprópria no contexto do processo. Conforme apontado pelas autoridades, mesmo detendo conhecimento acerca de discrepâncias nos registros cadastrais da Rede Social Media Design ? a companhia empregada como intermediária na transação ? e da evidente inexperiência desta no setor esportivo, Yun não adotou qualquer medida para obstar a formalização do acordo.
O relatório ainda sublinha que Yun assumiu para si a responsabilidade pela verificação de antecedentes da empresa, uma função que, de acordo com os investigadores, competiria a outro departamento do clube. Apesar dos claros indícios de irregularidades, o então responsável pela área jurídica optou por uma omissão deliberada, permitindo a progressão do contrato.
Revelações Chocantes: O Esquema de Desvio de Verbas
A Rede Social Media Design, de propriedade de Alex Cassundé, foi artificialmente inserida na negociação com o propósito de viabilizar a subtração de recursos financeiros do Corinthians . Este suposto esquema de desvio teria sido orquestrado por antigos membros da diretoria do clube. O montante envolvido seria desembolsado em trinta e seis parcelas, e parte dessas verbas, segundo as apurações, teria sido direcionada para financiar a campanha de Augusto Melo à presidência do clube.
É importante recordar que, em 22 de maio, o atual presidente afastado do Corinthians , Augusto Melo, já havia sido formalmente indiciado, juntamente com outros três nomes centrais na trama: Marcelo Mariano, ex-diretor administrativo; Sérgio Moura, ex-superintendente de marketing; e o próprio intermediário Alex Cassundé, figura central na intermediação do controverso patrocínio.
Conexões Perigosas: O Crime Organizado e o Patrocínio
As análises financeiras realizadas durante o inquérito revelaram uma conexão alarmante: uma parcela dos recursos desviados do contrato foi transferida para a conta da empresa UJ Football Talent, que possui vínculos com uma conhecida organização criminosa. Adicionalmente, a investigação identificou uma complexa teia de empresas de fachada envolvidas no esquema, algumas das quais também estariam ligadas ao crime organizado.
Segundo os investigadores, há fortes indícios de que essa transferência específica representou parte do pagamento, ainda que parcial, do financiamento da campanha de Augusto Melo à presidência da agremiação. A conexão explícita entre esse repasse financeiro e o contexto político interno do Corinthians levantou sérias suspeitas de que o contrato de patrocínio foi utilizado como uma fonte oculta de recursos eleitorais dentro do próprio clube, mascarando a origem e o destino das verbas.
Diante da gravidade e da complexidade desses indícios, a Polícia Civil comunicou que tais desdobramentos serão objeto de novas e específicas investigações, desmembradas do inquérito principal. O objetivo é aprofundar a apuração sobre a possível atuação de grupos criminosos organizados no esquema de desvio de verbas que afetou a instituição esportiva paulista, buscando desvendar a extensão de suas ramificações.
A partir deste momento, o Ministério Público dispõe de um prazo de quinze dias para proceder à análise minuciosa de todo o material investigativo. Com base nesta revisão, o órgão decidirá os próximos passos: se oferecerá denúncia formal contra os envolvidos, solicitará a realização de novas diligências para complementar as provas, ou, em último caso, pedirá o arquivamento do processo, caso não encontre elementos suficientes para prosseguir.
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