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Escândalo no Corinthians: MP-SP acusa clube de obstruir investigação de ex-presidentes
Por Redação FuTimão em 02/09/2025 05:43
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) lançou luz sobre uma grave questão, indicando que o Sport Club Corinthians Paulista não tem cooperado plenamente com a investigação que mira ex-presidentes da instituição. A revelação surge em uma ação cautelar, onde a promotoria detalha as dificuldades encontradas no processo de apuração.
A investigação, que teve início em 29 de julho de 2025, concentra-se na utilização de cartões corporativos e na conformidade dos gastos da presidência do Corinthians , abrangendo o período de 2018 até 26 de maio de 2025. Este lapso temporal engloba as administrações de Andrés Sanchez, Duílio Monteiro Alves e Augusto Melo, colocando sob escrutínio as práticas financeiras dessas gestões.
A petição do MP-SP é contundente ao afirmar que as requisições de documentos financeiros foram entravadas por uma série de fatores, incluindo "desorganização administrativa", "inércia do clube" e, chocantemente, "furtos e supressões de alguns documentos". Além disso, o órgão ministerial levanta a suspeita de que ex-dirigentes possam estar ativamente obstruindo a investigação de possíveis crimes como apropriação indébita, furto, estelionato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
A falta de resposta do clube é um ponto crítico. Mesmo após um pedido formal de documentação à Ouvidoria, protocolado em 31 de julho de 2025, o MP-SP não obteve qualquer retorno. Roberto Gavioli, superintendente financeiro, havia se comprometido a entregar os papéis em uma audiência agendada para 7 de agosto, mas o prazo de dez dias úteis estabelecido expirou sem que os documentos fossem fornecidos.
Entraves na Apuração: Desorganização ou Obstáculo Deliberado?
Para a promotoria, a persistência dos investigados em ocupar posições em conselhos ligados ao clube cria um "conflito de interesses" evidente, o que invariavelmente prejudica o progresso das averiguações. Um exemplo notável citado é o de Duílio Monteiro Alves que, mesmo figurando como investigado, participou da votação que deliberou sobre a apuração dos gastos pessoais de Andrés Sanchez pelo Conselho de Ética do clube, evidenciando uma situação potencialmente delicada.
O promotor Cassio Roberto Conserino, responsável pelo caso, sublinhou que o cenário investigativo, embora "ainda incipiente", demonstra ser "promissor", revelando "indícios veementes de vários crimes" que teriam ocorrido ao longo das três últimas gestões do Corinthians . A gravidade das suspeitas exige uma análise aprofundada e sem impedimentos, especialmente diante da alegada falta de cooperação da instituição.
As Defesas dos Ex-Líderes: O Que Dizem Sanchez, Melo e o Silêncio de Duílio
Em resposta às acusações, a defesa do ex-presidente Augusto Melo esclarece que, apesar de o pedido do Ministério Público de São Paulo visar o afastamento de conselheiros e, por extensão, afetar seu nome, não há por parte de Augusto Melo qualquer objeção, resistência ou receio quanto a essa medida.
O ex-presidente reitera que sua administração no Sport Club Corinthians Paulista foi pautada pela transparência e responsabilidade, destacando que "jamais ter feito uso de seu cartão corporativo". Assim, ele entende que qualquer apuração, longe de representar uma ameaça, apenas servirá para reforçar sua integridade e comprovará, de forma inequívoca, sua conduta zelosa e proba na gestão do clube. Por isso, ele recebe "com absoluta serenidade a iniciativa do Ministério Público", reafirmando sua ausência de temor em relação a qualquer investigação e sua convicção de que a verdade dos fatos evidenciará sua postura correta e responsável perante o Corinthians e sua torcida.
Andrés Sanchez, por intermédio de seu advogado, Fernando José da Costa, reafirma que sua atuação à frente do Sport Club Corinthians Paulista "sempre se pautou pela legalidade, responsabilidade e compromisso institucional".
A defesa de Sanchez enfatiza que a solicitação do Ministério Público, referente à medida cautelar de afastamento temporário dos Conselhos Deliberativos, de Orientação ou de qualquer outro do clube, "não representa juízo de culpa", tratando-se meramente de uma "providência de natureza processual". Por essa razão, Andrés Sanchez expressa sua "plena confiança na Justiça e na condução imparcial das investigações". O ex-presidente permanece "à inteira disposição das autoridades competentes para prestar todos os esclarecimentos necessários e apresentar toda a documentação apta a comprovar a regularidade de sua gestão e de sua atuação no âmbito do clube".
O ex-presidente Duílio Monteiro Alves foi procurado para se manifestar sobre as acusações, mas até o momento não houve retorno. A publicação será atualizada caso ele decida emitir um posicionamento.
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