Eleição no Corinthians: O Destino da Direção de Futebol e Fabinho Soldado em Jogo

O cenário de liderança no departamento de futebol do Sport Club Corinthians Paulista está à beira de uma transformação significativa, impulsionada pela eleição presidencial agendada para a próxima segunda-feira. Desde a saída de Rubens Gomes, conhecido como Rubão, do posto de diretor estatutário de futebol em maio do ano anterior, as principais decisões foram centralizadas na figura do executivo Fabinho Soldado. Contudo, essa estrutura pode ser reconfigurada de forma drástica, dependendo do nome que assumir a presidência até o final de 2026.

Fabinho Soldado, ciente da efervescência política e do interesse crescente de membros do conselho em exercer uma influência mais direta sobre o departamento de futebol, mantém-se, por enquanto, amparado para prosseguir com suas atribuições. A indefinição sobre a futura composição da cúpula do futebol alvinegro adiciona uma camada de incerteza à gestão esportiva do clube.

Os Rumos do Futebol na Visão dos Candidatos

A disputa pela presidência do Corinthians apresenta, até o momento, três pré-candidatos, cada um com uma perspectiva distinta sobre a gestão do futebol profissional. A forma como cada um deles pretende conduzir o setor mais visado do clube é um dos pilares de suas propostas.

Para facilitar a compreensão das diferentes visões, apresentamos um panorama das intenções de cada pré-candidato em relação ao departamento de futebol:

Foto: (Rodrigo Coca / Ag.Corinthians)

A Visão de André Castro para o Departamento

André Castro, o primeiro a protocolar sua candidatura (ainda pendente de validação pela comissão eleitoral do Conselho Deliberativo), expressa a intenção de reintroduzir o cargo de diretor estatutário. Contudo, ele ainda não divulgou quem seria o escolhido para essa função vital. Sua justificativa para a dualidade de comando é pautada na busca por múltiplas perspectivas.

Eu acho importante a gente ter as duas visões. Um clube como Corinthians não pode estar dependente de uma opinião só. Eu acho que é com um conjunto de opiniões que a gente consegue caminhar melhor. Acho importante, sim, uma pessoa estatutária que venha com o pulso firme para a gente conseguir ter opiniões, mas que a gente consiga fazer o Corinthians caminhar melhor. Eu sou favorável.

Em um primeiro momento, André Castro não considera a imediata remoção de Fabinho Soldado do clube. Ele enfatiza o desejo de aprofundar o conhecimento sobre o trabalho do profissional antes de implementar quaisquer alterações significativas.

As Intenções de Antônio Roque Citadini

Antônio Roque Citadini, que já ocupou a vice-presidência de futebol na gestão de Alberto Dualib (2001-2004), afirma possuir um profundo entendimento da gestão esportiva e manifesta a intenção de estar à frente das deliberações mais relevantes. Em uma entrevista ao canal "Boletim Corinthiano", Citadini sinalizou a provável saída de Fabinho Soldado e a contratação de um ex-atleta do Corinthians para assumir a posição de diretor executivo. O candidato promete conferir autonomia a este profissional, ao mesmo tempo em que exigirá resultados.

Entre as propostas de Citadini, destaca-se também a formação de um grupo de apoio. Este colegiado, composto por um número restrito de indivíduos sem remuneração, teria a função de orientá-lo na tomada de decisões em diversas esferas, incluindo o futebol.

Osmar Stabile e a Continuidade Cautelosa

O presidente interino, Osmar Stabile, optou por não alterar a estrutura do departamento de futebol após o afastamento de Augusto Melo. A única modificação perceptível foi a intensificação da participação do vice-presidente Armando Mendonça no cotidiano do CT Joaquim Grava. Desde que assumiu a liderança do clube, no final de maio, Stabile tem mantido uma relação direta e cordial com Fabinho Soldado, com conversas diárias sobre as questões do departamento. Na ausência do presidente em reuniões ou compromissos, Armando Mendonça assume seu lugar.

Embora aliados de Stabile tenham direcionado críticas ao diretor executivo nas últimas semanas, particularmente após a transferência do jovem Kauê Furquim para o Bahia, a demissão de Fabinho Soldado não está em pauta. Stabile avalia positivamente o desempenho do dirigente e percebe que ele desfruta de boa aceitação entre os atletas. A nomeação de um diretor estatutário foi sugerida por seus apoiadores, mas o presidente interino rejeita a ideia de usar o cargo como barganha política, preferindo resguardar a equipe das turbulências do ambiente político. Embora não tenha prometido o cargo a ninguém, Stabile não descarta a possibilidade de nomear um diretor no futuro, buscando aconselhamento com figuras influentes na política alvinegra, como Fran Papaiordanou e Paulo Garcia. Stabile optou por não conceder entrevistas antes do pleito, prometendo manifestar-se somente após a eleição de segunda-feira.