Eleição Corinthians: Bastidores, Candidatos e o Futuro Pós-Impeachment

A destituição de Augusto Melo da presidência, aprovada pelos sócios no último sábado, acendeu um novo capítulo na intrincada política interna do Sport Club Corinthians Paulista. Os bastidores do Parque São Jorge, já efervescentes com as articulações para a eleição que definirá o comando do clube até o final de 2026, agora operam em ritmo acelerado, marcando a intensificação de movimentos estratégicos.

Até o presente momento, a única figura a formalizar sua postulação ao cargo é o atual presidente interino, Osmar Stabile. Sua campanha encontra eco em aliados e em personalidades de peso dentro do Corinthians , que defendem a tese de uma candidatura unificada como caminho para serenar os ânimos internos e facilitar uma transição administrativa mais fluida. Contudo, a arena política do clube raramente se contenta com um único protagonista, e outros nomes já sinalizam a intenção de entrar na disputa.

Presidente interino do Corinthians, Osmar Stabile, vota no processo de impeachment de Augusto Melo ? Foto: José Manoel Idalgo/SCCP

No cenário atual, um dos mais fortes oponentes a Stabile surge na figura de Antonio Roque Citadini. Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Citadini possui um histórico relevante no clube, tendo exercido a vice-presidência do Timão entre 2001 e 2004, durante a gestão de Alberto Dualib.

Articulações e Desafios dos Candidatos à Presidência do Corinthians

Recentemente, o jurista tem se dedicado a encontros com influentes lideranças de diversas correntes políticas corintianas, visando angariar apoios. Sua influência é notável entre os conselheiros vitalícios, grupo que, paradoxalmente, também constitui a base de sustentação de Stabile. Apesar de enfrentar considerável resistência tanto dos defensores de Augusto Melo quanto dos correligionários de Andrés Sanchez ? duas das mais significativas forças nos subterrâneos do Corinthians ?, Citadini demonstra firmeza em prosseguir com sua intenção de concorrer.

Ao ser questionado por nossa reportagem, Citadini enfatizou a necessidade de aguardar a definição da data da eleição antes de cravar sua candidatura. A expectativa é que o dia do pleito seja oficialmente divulgado ainda nesta quinta-feira.

Antonio Roque Citadini pode concorrer à presidência do Corinthians ? Foto: Bruno Cassucci

A última eleição, ocorrida no final de 2023, conferiu às chapas ligadas ao ex-presidente Andrés Sanchez a maioria no Conselho, conquistando quatro das oito vagas. Contudo, a coesão desse bloco é questionável, e ainda não há uma definição sobre a apresentação de uma candidatura própria.

André Castro, eleito pela chapa "Preto no Branco", já manifestou sua aspiração de entrar na disputa, embora sua real viabilidade eleitoral seja posta em xeque. Outro nome que circulou nos bastidores foi o de Sergio Janikian, ex-diretor de futebol e integrante do grupo "Renovação e Transparência", mas ele demonstra relutância em se lançar neste momento, inclinando-se a apoiar Osmar Stabile. Pedro Luis Soares, representante do "Fiéis Mosqueteiros", também foi ventilado como possível concorrente e busca ativamente apoio para consolidar sua postulação.

O Mapa Político e as Alianças no Conselho Corinthiano

Nesta quinta-feira, o "Movimento Corinthians Grande" tem agendada uma reunião crucial para decidir se lançará uma candidatura própria ou se unirá à campanha de Osmar Stabile. Caso o grupo opte por participar do pleito com um nome próprio, o advogado Sérgio Alvarenga desponta como o favorito para ser o representante.

As facções ligadas a Augusto Melo, embora fragilizadas pelo recente desfecho, ainda detêm certo peso no Conselho. Por essa razão, seus apoios são avidamente disputados tanto por Stabile quanto pelos demais nomes que cogitam a disputa. A probabilidade de uma candidatura própria por parte desse grupo, no entanto, é considerada remota.

É fundamental recordar que o próximo presidente do Corinthians será eleito exclusivamente pelos conselheiros do clube, um corpo composto por 200 membros eleitos e 99 conselheiros vitalícios. Caso Osmar Stabile não seja o escolhido, ele retornará à sua posição de vice-presidente, ao lado de Armando Mendonça. O vencedor desta eleição extraordinária terá o direito de participar do próximo pleito, agendado para o final do ano vindouro.