Dorival Transforma Defesa do Corinthians: Entenda a Nova Tática e a Busca pela Libertadores

A recente vitória por 2 a 0 sobre o Grêmio, em confronto válido pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro na Neo Química Arena, consolidou um momento promissor para o Corinthians. Além de representar o terceiro triunfo consecutivo da equipe, o resultado marcou uma sequência notável: três partidas seguidas sem que a retaguarda alvinegra fosse vazada na competição nacional.

Por trás dessa consistência defensiva, reside uma mudança tática implementada pelo técnico Dorival Júnior. O comandante optou por manter a formação com três zagueiros, um esquema que vinha sendo aprimorado e já havia sido testado em embates anteriores, como contra o Vitória. Na ocasião mais recente, frente ao Grêmio, a linha de defesa foi composta por Gustavo Henrique, João Pedro e Angileri. Em confronto prévio contra o time baiano, a composição incluiu Raniele no lugar do defensor argentino.

Dorival, ao comentar o desempenho de sua equipe, expressou satisfação com a evolução observada, especialmente considerando o desafio de manter a estabilidade sem uma escalação fixa. "Hoje, mais uma vez, passamos uma partida sem tomar gol. São 34 jogos, em metade deles não sofremos gols. Isso é um fato importante, porque em momento nenhum consegui repetir de uma partida para a outra a escalação. Fico feliz com o crescimento que vem tendo", declarou o treinador.

A Nova Estrutura Defensiva do Timão

A adoção dessa nova estrutura tática não se limita a oferecer uma maior solidez ao setor defensivo; ela também expande significativamente o leque de opções disponíveis para o técnico Dorival Júnior na hora de montar sua linha de zaga. A versatilidade se tornou um pilar fundamental da estratégia.

Um aspecto notável dessa flexibilidade tática tem sido a utilização de jogadores fora de sua posição de origem para compor o trio de zagueiros. Nos dois últimos compromissos, por exemplo, o treinador optou por um atleta com características diferentes para preencher essa função. Contra o Grêmio, o lateral-esquerdo Angileri foi escalado como um dos defensores centrais, mesmo com a presença de zagueiros de ofício como Félix Torres, André Ramalho e Cacá no banco de reservas, que não chegaram a entrar em campo. Dorival justificou a escolha com base na dinâmica que a alteração proporciona.

O técnico explicou a lógica por trás de tais improvisações, destacando a capacidade de alternar o sistema tático durante o jogo. "É uma função que você poder alternâncias dentro da partida. Trabalhamos algumas variações que podem ser executadas por jogadores com esse perfil. Quando tenho Angileri pelo lado campo, posso adiantar Bidu como ponta. Angileri foi muito importante, porque não permitiu nenhuma situação que se consumasse pelos lados do campo. Fez uma marcação impecável em cima do Alisson."

A Versatilidade Tática de Dorival Júnior

Aprofundando em sua análise tática, Dorival Júnior ressaltou como essa adaptabilidade permite ao time manter uma boa saída de bola e, ao mesmo tempo, assegurar um posicionamento defensivo robusto. Ele citou exemplos de outros atletas que já desempenharam papéis similares em diferentes formações. "Tínhamos saída de bola ao mesmo tempo que estávamos bem posicionados no sistema defensivo. Já fizemos isso com Raniele , com três zagueiros, com Hugo, nós já tivemos Matheuzinho. Isso são alternâncias que você provoca na partida. Simples sinal você altera por completo o sistema, justamente pela ambientação e pelo entendimento dos jogadores do que a gente quer", detalhou o comandante.

É importante contextualizar que, antes de consolidar essa sequência de dois jogos com três zagueiros e sem sofrer gols, o esquema já havia sido testado por Dorival. Contudo, em uma primeira tentativa, na derrota para o Santos na Vila Belmiro, o desempenho não foi satisfatório, o que levou o treinador a retomar o tradicional esquema com a linha de quatro defensores na partida seguinte, contra o Atlético-MG.

A solidez defensiva alcançada neste momento pode ser um fator determinante para as ambições do Corinthians na temporada. O clube busca uma vaga na próxima edição da Conmebol Libertadores. Atualmente, o Timão ocupa a décima posição na tabela do Brasileirão, somando 42 pontos, e se encontra a cinco pontos da zona de classificação para o torneio continental.

O Impacto Defensivo na Busca pela Libertadores

Além da disputa pelo Campeonato Brasileiro, o Corinthians tem outra rota para a Libertadores: a Copa do Brasil. Em dezembro, o time enfrentará o Cruzeiro nas semifinais da competição, buscando uma vaga na grande decisão ? o título do torneio nacional garante automaticamente um lugar na principal competição sul-americana do próximo ano. Os confrontos contra a equipe mineira estão agendados para os dias 10 e 14 de dezembro.

A performance da equipe tem gerado comentários positivos, como o de Careca, que celebrou a postura em campo. "

Corinthians faz um bom jogo. Um jogo seguro

— Careca (@carecaoficial) November 6, 2023

", afirmou. Essa nova fase defensiva, aliada à busca por objetivos grandiosos, reacende o otimismo na Fiel Torcida.