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Dívidas de Corinthians, Santos, Grêmio, Atlético-MG ao Cuiabá | Futebol Brasileiro

Por Redação FuTimão em 06/06/2025 12:32

A cena do futebol brasileiro, muitas vezes marcada por cifras expressivas e negociações milionárias, esconde uma faceta menos glamorosa: a inadimplência. Recentemente, o presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch, trouxe à tona uma situação preocupante, detalhando débitos que superam a marca dos R$ 40 milhões.

Essa quantia, devida por quatro das mais tradicionais agremiações do país ? Corinthians, Santos, Grêmio e Atlético-MG ?, representa um entrave significativo para a estabilidade financeira do clube mato-grossense, atualmente na Série B. Não é a primeira vez que o dirigente expressa seu descontentamento; desde o ano anterior, as manifestações têm sido constantes, culminando na intervenção da Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) em todas as pendências.

A Cobrança do Cuiabá: Um Alerta Financeiro

A revelação de Dresch, feita em uma entrevista exclusiva, ilumina um problema sistêmico no esporte nacional. A incapacidade de clubes de grande porte honrarem seus compromissos financeiros com equipes de menor poderio econômico gera um desequilíbrio que afeta diretamente o planejamento e a saúde financeira dos credores.

O atraso nos repasses, conforme o dirigente, compromete diretamente a saúde financeira do clube mato-grossense, que disputa a Série B. A situação é tão grave que o Cuiabá tem sido forçado a acionar a CNRD para garantir seus direitos, evidenciando a falta de resoluções amigáveis e a necessidade de intervenção de uma instância superior.

Dívidas de Corinthians, Santos, Grêmio, Atlético-MG ao Cuiabá | Futebol Brasileiro
Foto: (TVCA)

O Enigma Atlético-MG: Confiança Abalada

A controvérsia envolvendo o atacante Deyverson e o Atlético-MG também foi pauta das declarações de Dresch. O presidente do Cuiabá revelou que o desfecho judicial para este caso é aguardado com expectativa para o segundo semestre de 2024.

? Temos o caso do Deyverson, que também é uma situação emblemática com o Atlético Mineiro. A gente espera ? e tive uma informação da CNRD ? que, no máximo em setembro ou outubro, haverá uma sentença. O Atlético deve ser condenado a nos pagar.

A frustração do dirigente com a postura do clube mineiro é palpável, especialmente considerando a base da negociação. Dresch lamentou a quebra de confiança, que se baseava na credibilidade dos envolvidos:

? Como eu disse no caso do Atlético Mineiro: nós vendemos parcelado, confiando na credibilidade da família Menin, grandes empresários do estado de Minas Gerais. Não vimos problema em vender um jogador a prazo. Mas chega o dia do pagamento... e você não recebe.

A tentativa de contato com o Atlético-MG por parte da imprensa não obteve resposta até o momento da publicação desta matéria, mas a expectativa é por um posicionamento futuro. O caso, ainda sob análise, destaca a vulnerabilidade de acordos baseados apenas na reputação.

A Questão Grêmio: Repasses Questionáveis

A situação com o Grêmio, conforme pontuado por Dresch, é particularmente irritante, caracterizada por uma suposta falha no repasse de valores. O clube gaúcho teria recebido uma parcela de uma transação com o Vitória, mas não transferiu a fatia correspondente ao Cuiabá.

? Temos também a situação do Grêmio, que é ridícula ? vou usar a mesma palavra que usei em relação ao Corinthians . O Grêmio recebeu o valor do Vitória no dia 15 de março e deveria ter repassado a nossa parte. Eram cerca de 120 mil dólares, dos 300 mil que temos direito (40%), e não nos pagaram - desabafou o presidente.

Em contrapartida, o Grêmio informou que tentou um acordo de parcelamento, mas a decisão do Cuiabá de acionar a CNRD encerrou as negociações diretas. O clube agora aguarda a deliberação da Câmara para efetuar o pagamento, assim que a sentença for proferida.

O Impasse com o Santos: Diálogo Ausente

A gestão do Santos também foi alvo de severas críticas por parte do presidente do Cuiabá, que apontou uma ausência de comunicação para resolver pendências. A dívida, expressiva, remete a negociações de jogadores importantes.

? O Santos nos deve R$ 16,3 milhões, aproximadamente. Esse valor se refere à última parcela da venda do Joaquim, além das parcelas relativas à negociação com o Tigres, do México. Eles deveriam ter nos pagado em janeiro. Não pagaram. Tentamos várias vezes um acordo, mas não conseguimos nenhum retorno do Santos. Por isso, acionamos a CNRD.

O clube da Vila Belmiro, por sua vez, confirmou a existência do débito, inclusive com registro em seu balanço patrimonial, mas indicou que a quitação só será possível após o desdobramento do processo judicial, evidenciando a complexidade do cenário financeiro santista.

Corinthians e a Dívida Expressiva

Entre os devedores, o Corinthians figura com o maior montante, uma quantia que se aproxima dos R$ 18,5 milhões. Este valor está atrelado à negociação de um atleta e possui um cronograma de pagamento já estabelecido pela CNRD.

? Nós temos hoje quatro clubes que nos devem. O Corinthians deve R$ 18 milhões ? quase R$ 18,5 milhões ? para o Cuiabá. Está previsto para nos pagar em julho, no dia 17. Vence a primeira parcela do plano coletivo que eles fizeram na CNRD ? afirmou Cristiano.

A imprensa tentou contato com o Corinthians para obter um esclarecimento, mas até o momento da publicação, o clube não havia se manifestado, mantendo o silêncio diante das acusações do dirigente do Cuiabá.

Panorama das Dívidas: Um Quadro Preocupante

Para ilustrar a dimensão do problema, segue um resumo das dívidas detalhadas pelo presidente do Cuiabá:

Clube Devedor Jogador Envolvido Valor da Dívida (Aproximado)
Corinthians Raniele R$ 18,5 milhões
Santos Joaquim R$ 16,3 milhões
Atlético-MG Deyverson R$ 4,6 milhões
Grêmio Pepê R$ 700 mil

Implicações Futuras: A Política de Transferências

A situação de inadimplência dos grandes clubes levanta questionamentos profundos sobre a dinâmica do mercado de transferências no futebol brasileiro. O presidente do Cuiabá, em uma postura irredutível, questionou a lógica de futuras negociações com agremiações devedoras, indicando uma mudança na estratégia do clube.

? Como eu vou vender jogador para um clube que me deve? Isso nem tem cabimento. Acho que a gente tem outras opções, clubes sérios, organizados. Cito, por exemplo, o Red Bull Bragantino. Mas é uma realidade que o Cuiabá vai enfrentar por muitos anos. O Cuiabá é um clube que está crescendo, e a venda de atletas ? seja pela formação, captação ou compra para revenda, como nos casos que acabamos de citar, jogadores que o Cuiabá comprou e vendeu ? é a única forma que vai fazer o clube crescer e mudar de patamar.

A venda e revenda de jogadores, conforme Dresch, é a principal alavanca para o desenvolvimento e ascensão do Cuiabá, um clube em franca expansão. A dependência desse modelo de negócio torna a inadimplência dos compradores um obstáculo ainda maior para o crescimento do Dourado.

A Desigualdade no Cenário Nacional

A disparidade entre a realidade do Cuiabá e a aparente ostentação de gastos dos clubes devedores é, para Dresch, motivo de profunda irritação. Enquanto o Cuiabá luta para honrar seus compromissos, os grandes clubes seguem contratando e investindo, como se as dívidas fossem um problema menor.

? O que causa isso? irritação. A gente ouve todo dia que esses clubes estão contratando, gastando, investindo... E nós aqui, numa realidade de Série B, muito difícil, precisando do dinheiro, tendo que recorrer ao mercado financeiro para poder honrar o nosso fluxo de caixa.

Essa situação obriga o clube mato-grossense a buscar alternativas no mercado financeiro para manter suas operações, enquanto seus devedores parecem desfrutar de uma liberdade econômica que contrasta com a seriedade de suas obrigações, configurando um cenário de profunda desigualdade no futebol brasileiro.

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Patrícia

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Comentado em 06/06/2025 17:11 Amanhã é um novo jogo! Vai Brasil!
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Comentado em 06/06/2025 15:41 Vamos lá, fiel! Acredita que esse problema vai ser resolvido logo e vamos fazer história!
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Comentado em 06/06/2025 14:11 Isso é piada! Cadê o dinheiro, mulekada? Tem que pagar, vai Corinthians!
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