Dívida Raniele: Cuiabá Expõe Corinthians em Cobrança Pública e Levanta Questões Financeiras

O cenário financeiro do Sport Club Corinthians Paulista ganhou contornos de constrangimento público na última semana, quando o Cuiabá Esporte Clube, em um movimento inusitado e incisivo, utilizou a plataforma X (antigo Twitter) para vocalizar sua insatisfação. A mensagem, carregada de sarcasmo, evidencia a paciência esgotada do clube mato-grossense diante de uma pendência que se arrasta por longo período.

A publicação do Dourado, que rapidamente repercutiu entre os torcedores e a imprensa, expressava: "Faltam 3 horas e 54 minutos para o fim do dia 17 de Julho e até agora NADA. Estamos aguardando?Já faz mais de 365 dias que estamos aguardando!!!". Essa admoestação pública direcionada ao Timão sublinha não apenas a insatisfação, mas também a persistência de um débito que atravessou um ano completo de expectativa não atendida.

A essência da queixa do clube mato-grossense reside na pendência financeira referente à aquisição do volante Raniele pelo Alvinegro, transação concretizada em 2024. O prazo limite para a quitação da parcela inicial da dívida, estipulado para o encerramento do dia 17 de julho, foi flagrantemente ignorado pelo clube paulista, intensificando o atrito entre as duas agremiações.

O Impasse da Dívida por Raniele

A transação que trouxe Raniele ao Parque São Jorge envolvia um montante considerável. A dívida alegada pelo Cuiabá atinge a cifra de R$ 18 milhões, um valor que, segundo o presidente do clube do Centro-Oeste, Cristiano Dresch, deveria ter sido tratado com mais seriedade e agilidade. A falta de cumprimento dos acordos iniciais tem sido a principal fonte de atrito, levando o Cuiabá a buscar meios alternativos para pressionar por uma resolução.

Em declarações anteriores, datadas de abril, o presidente Cristiano Dresch já havia manifestado sua profunda indignação com a forma como o Corinthians estava conduzindo a questão. A renegociação proposta pelo clube paulista, que dilui o pagamento em um prazo extenso e desvantajoso, foi a gota d'água para o dirigente do Dourado.

"A nossa indignação é que o valor que temos a receber, que é de R$ 18 milhões, vai ser dividido em 24 parcelas trimestrais, descumprindo todo o acordo que havia sido feito inicialmente com o Corinthians. O jogador comprado por eles em 2024 (o volante Raniele), vai ter terminado de pagar somente em 2031, sem juros. Isso não existe. Esse valor total é irrisório perto do que o Corinthians fatura e continua contratando"

A Perspectiva do Cuiabá e o Futuro da Cobrança

A declaração de Dresch revela um cenário preocupante para o Cuiabá, que vê um montante significativo para suas finanças ser parcelado de forma alongada e sem correção monetária, estendendo-se por sete anos após a chegada do atleta. A comparação entre o faturamento do Corinthians e a magnitude da dívida, considerada "irrisória" pelo presidente do Cuiabá, ressalta a percepção de descaso e a falta de prioridade na quitação do débito.

A publicização da cobrança, embora não seja o caminho tradicional para resolver impasses financeiros entre clubes, demonstra o nível de frustração do Cuiabá. Resta saber quais serão os próximos passos do Corinthians diante dessa exposição e se a pressão pública resultará em uma solução mais célere e justa para ambas as partes, evitando que a disputa se prolongue ainda mais e afete a imagem da instituição.