Instabilidade Aérea Defensiva Abalando o Corinthians: Análise e Perspectivas

Renovada Instabilidade Defensiva Aérea Assombra o Corinthians

Após a conquista do Campeonato Paulista, o Corinthians se vê novamente atormentado por uma vulnerabilidade que parecia superada: a defesa em jogadas aéreas. Nos dois confrontos que se seguiram ao título estadual ? as estreias no Brasileirão e na Copa Sul-Americana ? o time sofreu três gols originados ou finalizados pelo alto, reacendendo um sinal de alerta na equipe.

Desde o início da temporada, a meta corintiana foi violada em 23 oportunidades, com 8 desses gols resultantes de falhas no jogo aéreo. Esse número expressivo demonstra uma persistente dificuldade em neutralizar investidas pelo alto, expondo uma fragilidade que precisa ser urgentemente corrigida.

Breve Estabilidade e o Retorno das Falhas Aéreas

É importante ressaltar que, na fase final do Campeonato Paulista, o alvinegro havia encontrado uma solidez defensiva notável. Entre as decisões do Paulistão contra o Palmeiras e a vitória sobre o Barcelona de Guayaquil na pré-Libertadores, o Corinthians conseguiu manter sua meta inviolada por três partidas consecutivas. Essa sequência positiva gerou uma expectativa de que os problemas defensivos haviam sido solucionados.

No entanto, a conquista do título estadual parece ter coincidido com o desmantelamento dessa solidez defensiva. A equipe, que vinha de três jogos sem sofrer gols, viu sua defesa ser vazada logo na estreia do Brasileirão, em um empate contra o Bahia, em Salvador. O gol de Gilberto, após cruzamento de Luciano Juba, expôs a fragilidade da marcação aérea corintiana.

A situação se repetiu na partida seguinte, a estreia na Copa Sul-Americana, com uma derrota em casa para o Huracán, da Argentina. Os dois gols da equipe argentina tiveram origem em jogadas aéreas, o primeiro em um escanteio e o segundo em uma falha de Gustavo Henrique no corte de um cruzamento. Esses lances evidenciaram a persistência dos problemas defensivos no jogo aéreo.

Técnico Reconhece o Problema e Busca Soluções

Após a derrota para o Huracán, o técnico Ramón Díaz admitiu a fragilidade da equipe no jogo aéreo e prometeu trabalhar para corrigir o problema. Segundo ele: "Nos últimos tempos, temos trabalhado muito para tentar melhorar. O adversário vem, ganha. No primeiro gol, eles anteciparam e fizeram um grande gol. Não foi casualidade. Temos trabalhado muito a bola parada, mas o adversário também joga. São virtudes das outras equipes, dos argentinos. Veja o Fortaleza, foram cinco escanteios e três gols. É preciso mudar, ter mais atenção, trabalho e vamos fazer isso."

Trocas na Zaga e a Dificuldade de Encaixe

As constantes mudanças na escalação da zaga podem ser um fator que contribui para a dificuldade de encontrar um encaixe no jogo aéreo defensivo. A dupla atual, formada por Félix Torres e Gustavo Henrique , começou a atuar junta somente a partir das quartas de final do Campeonato Paulista, contra o Mirassol. Ao longo da temporada, o Corinthians já utilizou pelo menos três combinações diferentes na zaga.

A equipe iniciou o ano com André Ramalho e Cacá na linha de defesa. Posteriormente, João Pedro Tchoca assumiu a vaga de Cacá. Com o retorno de Gustavo Henrique após lesão, Félix Torres foi promovido à titularidade, substituindo André Ramalho . Essas mudanças constantes dificultam a criação de um entrosamento e a consolidação de uma defesa consistente.

Nesse contexto, todos os jogadores que atuaram na zaga receberam críticas por falhas, erros de marcação e até mesmo de postura em campo. Tchoca foi o alvo principal dessas críticas, especialmente por lances considerados "juvenis" em partidas da pré-Libertadores. A pressão sobre os defensores aumenta a instabilidade e dificulta a correção dos problemas.

Próximo Desafio e Possíveis Mudanças na Equipe

Devido ao desgaste muscular de Gustavo Henrique , a dupla de zaga pode sofrer novas alterações. O jogador foi substituído no segundo tempo da derrota para o Huracán, com dores na posterior da coxa direita. A incerteza sobre sua condição física abre a possibilidade para o retorno de André Ramalho à equipe titular.

O Corinthians volta a campo hoje para enfrentar o Vasco, buscando a primeira vitória no Brasileirão. A partida será disputada na Neo Química Arena, e a expectativa é de que a equipe apresente uma melhora no desempenho defensivo, especialmente no jogo aéreo.

A provável escalação do Corinthians para o confronto é: Matheus Donelli; Matheuzinho, Félix Torres, Gustavo Henrique (André Ramalho) e Fabrizio Angileri (Matheus Bidu); Raniele, José Martínez e André Carrillo; Romero (Igor Coronado); Memphis Depay e Yuri Alberto.