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Coronado Fora? R$ 10 Milhões em Luvas Ameaçam Futuro no Corinthians

Por Redação FuTimão em 26/06/2025 16:52

O cenário administrativo atual no Sport Club Corinthians Paulista parece ser um terreno fértil para impasses financeiros, e a situação do meio-campista Igor Coronado surge como um dos mais emblemáticos reflexos dessa realidade. O atleta, que não encontrou o espaço desejado na equipe, agora se vê no centro de uma disputa por valores contratuais significativos, sinalizando uma provável saída do Parque São Jorge.

A Complexa Saída de Igor Coronado

A chegada de Igor Coronado ao Alvinegro em fevereiro de 2024 foi marcada por um robusto acerto financeiro: um montante de R$ 27 milhões em "luvas" de contratação, estrategicamente parcelado ao longo de seu contrato de duas temporadas. Contudo, a gestão liderada por Augusto Melo falhou em honrar esses pagamentos, acumulando uma pendência atual de R$ 10 milhões. Desse total, a parcela de R$ 8 milhões é devida diretamente ao jogador, enquanto os R$ 2 milhões restantes são destinados ao seu representante, Rafael Brandino.

Esta situação, somada à insatisfação do atleta com sua utilização tática, culminou em um pedido formal para a rescisão de seu vínculo com o clube.

Desempenho Aquém e o Custo-Benefício Questionável

A falta de oportunidades sob o comando técnico de Dorival Júnior, aliada à morosidade nos repasses financeiros, impulsionou Coronado a solicitar, via seu estafe, um encerramento amigável de seu contrato. Curiosamente, a diretoria não apenas se mostra receptiva à ideia, mas a vê como uma oportunidade. A percepção interna é de que o desempenho do atleta esteve aquém das expectativas, e sua saída liberaria um considerável espaço na folha de pagamentos, estimada em cerca de R$ 2 milhões mensais.

Em sua passagem pelo Corinthians , o meio-campista participou de 67 confrontos, iniciando 31 deles, com um registro de sete gols e cinco assistências, números que, para a cúpula corintiana, não justificam o investimento.

Negociações em Ponto Crítico e Riscos Legais

As discussões entre o clube e os representantes de Coronado prosseguem, visando um desfecho que minimize os prejuízos para ambas as partes. A complexidade da situação reside não apenas nos R$ 10 milhões já em atraso, mas também nos R$ 17 milhões restantes referentes às "luvas" que ainda seriam devidos. Encontrar um ponto de equilíbrio para a dissolução do contrato é o desafio atual.

A morosidade nos pagamentos de tais obrigações expõe o Corinthians a um cenário jurídico delicado. Embora premiações como as "luvas" não sejam explicitamente listadas pela FIFA ou pela Lei Geral do Esporte como fundamento para uma rescisão indireta, a jurisprudência pode interpretá-las como parte da remuneração total do atleta, especialmente quando, como no caso de Coronado, são diluídas ao longo do período contratual. Uma situação diferente seria se o acerto fosse feito de forma avulsa.

Assim, o clube se encontra em uma posição frágil para contestar legalmente uma eventual demanda, o que poderia, inclusive, implicar em riscos para o próprio jogador, caso a dívida fosse incorporada ao Regime Centralizado de Execuções (RCE) em negociação na Justiça.

Um Padrão Preocupante de Inadimplência

O caso de Igor Coronado , contudo, não é um incidente isolado, mas um sintoma de um problema financeiro mais amplo que assola o Corinthians . A atual administração tem enfrentado uma série de acúmulos de débitos. Além das pendências com Coronado e Memphis Depay, o clube atrasou premiações cruciais: a do time feminino pela histórica conquista da Libertadores no ano anterior, e as destinadas à equipe masculina pela qualificação para a Libertadores deste ano e pelo triunfo no Campeonato Paulista, ocorrido há poucos meses.

Adicionalmente, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) do elenco também esteve em atraso, uma questão que, felizmente, foi regularizada apenas recentemente.

A Posição da Gestão Augusto Melo

Diante do cenário de débitos acumulados e da crescente insatisfação, a assessoria de Augusto Melo, contatada pela Gazeta Esportiva, emitiu um comunicado oficial. O próprio presidente reconheceu os atrasos nos pagamentos, mas argumentou que os setores Jurídico e Financeiro do clube mantinham "contato diário" com todos os envolvidos na busca por uma solução para as pendências.

"As premiações do futebol feminino estavam negociadas e sendo pagas de forma parcelada, não era o certo, mas foi a condição que o Departamento Financeiro conseguiu para arcar com essa dívida com as Brabas que honram a camisa do Timão de forma espetacular.

Sobre a premiação do Memphis já esclarecemos ontem, estava sendo conversado, como por exemplo dia 20 de maio, em que os responsáveis pelo futebol estiveram em reunião presencial com eles para acertar, tanto que as imagens foram quitadas.

Sobre o Coronado, o financeiro estava em contato com o staff para negociar o que estava em atraso, o valor representam as luvas acertadas no começo do contrato.

O Departamento Financeiro e Jurídico da gestão Augusto Melo estavam em diário contato para que as pendências fossem arcadas e acertadas, em todos os casos houve conversas e confiança entre as partes."

O comunicado oficial, embora reconhecendo as dificuldades, parece mais um atestado da complexidade e da falta de planejamento financeiro que permeia a atual administração, levantando sérias questões sobre a capacidade do clube de honrar seus compromissos e manter a estabilidade em um momento tão crucial.

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