Corinthians: Voto do Fiel Torcedor em Pauta na Reforma Estatutária | Entenda as Propostas

Ampliando a Voz da Fiel: O Debate sobre o Voto do Sócio-Torcedor

Em um momento crucial para o futuro administrativo do Sport Club Corinthians Paulista, uma audiência pública realizada na Neo Química Arena nesta sexta-feira marcou um avanço significativo. Diversos representantes, incluindo conselheiros, associados e membros da torcida, convergiram na defesa de um princípio fundamental: a concessão do direito a voto para sócios-torcedores nas vindouras eleições presidenciais do clube.

Os participantes apresentaram diversas sugestões para a formulação do artigo 21 da reforma estatutária. Houve um entendimento coletivo de que, diferentemente da regra atual, os integrantes do programa Fiel Torcedor deveriam ser agraciados com o poder de voto.

Apesar da unanimidade quanto à necessidade de permitir a participação eleitoral dos membros do Fiel Torcedor, as propostas apresentadas para a redação do artigo 21 da reforma estatutária revelaram pontos de discordância. Os debates se concentraram em aspectos cruciais como os valores de contribuição exigidos, o período mínimo de filiação ao programa de sócios-torcedores, e a natureza da elegibilidade ? especificamente, se a medida teria caráter retroativo, beneficiando os atuais participantes.

Desafios na Regulamentação: Critérios e Elegibilidade em Pauta

Paralelamente, surgiu a sugestão de incluir como critério uma frequência mínima de presença em jogos do Corinthians na Neo Química Arena. Contudo, essa proposição encontrou resistência, inclusive por parte do presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, que manifestou preocupação de que tal exigência pudesse, paradoxalmente, restringir a abrangência da participação da torcida.

Além da questão do voto para presidente e vice-presidente, proposta pelo anteprojeto em discussão, alguns oradores argumentaram que os sócios-torcedores deveriam ter o direito de eleger também os conselheiros. Essa ampliação do poder de voto adicionou outra camada de complexidade às discussões.

A audiência desta sexta-feira demonstrou um engajamento superior à anterior, realizada na segunda-feira no Parque São Jorge, reunindo aproximadamente 100 pessoas. O aumento da participação reflete a crescente importância do tema para a comunidade corintiana.

O Cronograma da Reforma Estatutária e a Intervenção Externa

Originalmente agendada para 24 de novembro, a votação da reforma estatutária no Conselho Deliberativo foi postergada. A decisão visou permitir mais tempo para discussões aprofundadas, uma vez que o texto apresentado por Tuma em outubro não havia angariado o apoio necessário entre os conselheiros.

Ficou estabelecido um ciclo de audiências públicas, estendendo-se do final deste ano até o início de 2026, com o objetivo de debater os diversos pontos da reforma. A expectativa é que a votação final no Conselho Deliberativo ocorra em fevereiro do próximo ano.

Ainda durante a sessão, o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, aproveitou a ocasião para expressar uma veemente crítica à possibilidade de uma intervenção judicial no clube, um tema que tem ganhado destaque no Ministério Público. Tuma Júnior, que já havia abordado o assunto publicamente, reiterou sua posição:

Os corintianos que sempre dizem que estão preocupados com os interesses do clube deveriam começar a se manifestar.

Tem muita gente que participa das audiências, manda proposta e tenta implementar ideias e, ao mesmo tempo, manda documento propondo intervenção judicial. Isso é muito contraditório. É conflitante ver pessoas preocupadas com o clube buscando instituições judiciais para tentar prejudicar o clube enquanto órgãos internos estão funcionando.

Dinâmica das Audiências Públicas: Participação e Transparência

O cronograma detalhado das audiências públicas, que abordará uma gama de temas relevantes para a reforma estatutária, está estruturado da seguinte forma:

Conforme documento divulgado pelo clube, as audiências ocorrerão no teatro do Parque São Jorge, com início previsto para as 18h e duração aproximada de quatro horas.

Os interessados em contribuir para o debate devem encaminhar um e-mail para o Corinthians (estatuto@sccorinthians.com.br) com até três horas de antecedência ao início das sessões. Cada inscrito terá um limite de dez minutos para apresentar sua exposição. Ao término de cada encontro, a Comissão da Reforma do Estatuto compromete-se a divulgar um resumo didático, detalhando as principais modificações propostas no anteprojeto.