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Corinthians: Tuma e Melo em Duelo de Acusações e Visões para o Clube
Por Redação FuTimão em 02/08/2025 23:44
O Sport Club Corinthians Paulista, em meio a um período de intensa turbulência institucional, viu-se palco de um acalorado embate de declarações entre figuras proeminentes de sua diretoria. A divergência de visões sobre o presente e o futuro da agremiação alvinegra veio à tona com veemência, expondo as profundas fissuras que marcam a gestão atual.
A tensão atingiu seu ápice quando Augusto Melo, atual presidente afastado do Corinthians , reagiu com extrema indignação a comentários proferidos por Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo. A resposta de Melo, dada durante um evento de inauguração, não poupou críticas à postura de Tuma Júnior, acusando-o de buscar autopromoção e desqualificando suas palavras com termos incisivos.
O Incêndio das Declarações: Flamengo como Parâmetro?
A declaração que incendiou os ânimos partiu de Romeu Tuma Júnior em uma coletiva de imprensa no Parque São Jorge. Em sua fala, o conselheiro defendeu a urgência de uma profunda metamorfose no clube, chegando a traçar um paralelo entre o modelo organizacional do Corinthians e o do Flamengo, clube carioca notório por seu sucesso esportivo e estrutural nos últimos anos. Tuma Júnior expressou um desejo de renovação radical para o Timão:
"Eu não vou fechar o caixão. O Corinthians precisa virar a página e renascer das cinzas. Quero voar com águia, queremos ser o Flamengo e vamos ser".
Essa comparação, vista por Tuma como um ideal a ser alcançado, foi duramente rechaçada por Augusto Melo. Para o presidente afastado, a menção ao rival carioca e a própria fala de Tuma Júnior denotavam um propósito egocêntrico e uma completa falta de respeito à grandiosidade do Corinthians . A réplica de Melo foi categórica e carregada de desdém:
"Patética, né? Então ele que vá para o Flamengo, porque aqui ele é um presidente estatutariamente afastado. Um absurdo. O Corinthians é muito maior que o Flamengo. É o maior da América Latina e um dos maiores do mundo. Patético, ridículo".
Acusações Financeiras e o Alerta Judicial
Além da polêmica comparação, Tuma Júnior também abordou abertamente as complexas questões administrativas, os escândalos financeiros e os inquéritos que envolvem antigos dirigentes do clube. Em sua manifestação, o presidente do Conselho Deliberativo apontou Augusto Melo como o responsável por desvios que, conforme apuração do Ministério Público, poderiam ultrapassar a marca de R$ 40 milhões. A Justiça, vale ressaltar, já acatou a denúncia, tornando Melo réu no processo.
A cobrança de Tuma Júnior sobre a responsabilidade financeira foi direta e incisiva, questionando a disparidade no tratamento de dívidas dentro da instituição:
"A polícia disse que o cara (Augusto) roubou, o Ministério Público pediu que ele fosse réu e a Justiça aceitou a denúncia. Quando o presidente vai devolver os R$ 40 milhões que o Ministério Público exige que ele devolva para o clube? Estamos cobrando o cara que deve R$ 10 mil e o cara que deve R$ 40 milhões não?".
O Debate sobre a SAF e o Futuro Institucional
Outro ponto de intensa discordância levantado por Tuma Júnior foi a possibilidade de o Corinthians aderir ao modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF). O conselheiro expressou veemente oposição a essa transformação, alertando para a potencial influência de interesses externos e empresários na gestão do clube. Tuma Júnior chegou a mencionar que a SAFiel, empresa ligada ao modelo, teria contribuído financeiramente para a campanha eleitoral de Augusto Melo, classificando a SAF como um formato inadequado para a rica história do Corinthians .
O desfecho para essa intrincada teia de acusações e visões divergentes está agendado para a próxima sexta-feira, dia 8. Nesse dia, o Parque São Jorge sediará a Assembleia Geral dos sócios, que ocorrerá das 9h às 17h (horário de Brasília). O ponto central da pauta será a votação do impeachment de Augusto Melo, um momento decisivo para a definição dos rumos do clube.
O Impeachment e a Estabilidade do Timão
Romeu Tuma Júnior, ao comentar sobre o cenário pós-assembleia, alertou para o risco de um ciclo de instabilidade caso o presidente afastado retorne ao cargo. A preocupação com a continuidade das disputas internas e a paralisia administrativa é palpável na sua análise, que projeta um futuro de incertezas se a página não for virada de forma definitiva:
"Temos seis impeachments ainda para votar. Aí vai ser: afasta, volta, afasta, volta. Ou a gente vira a página dia 9, ou esquece, fecha isso aqui e vamos embora".
A próxima Assembleia Geral representa, portanto, um divisor de águas na história recente do Corinthians , com a decisão dos sócios moldando não apenas a liderança imediata, mas também a estabilidade e a direção estratégica do clube nos próximos anos.
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