Corinthians: Stabile Recruta Nomes Antigos para Desafios Financeiros Monumentais

A realidade financeira do Sport Club Corinthians Paulista, marcada por uma dívida que se aproxima dos R$ 2,5 bilhões, impõe um cenário de urgência e complexidade sem precedentes. A nova administração, em seus primeiros dias, deparou-se com uma escassez alarmante de recursos em caixa, evidenciando a necessidade de arcar com aproximadamente R$ 30 milhões em pagamentos de curtíssimo prazo. Este panorama sublinha a fragilidade econômica que assola o Parque São Jorge, exigindo decisões estratégicas e assertivas.

Diante dessa conjuntura crítica, o presidente interino, Osmar Stabile, elegeu o departamento financeiro como o pilar central de sua gestão. A reestruturação e o fortalecimento dessa área são vistos como imperativos para a estabilização e eventual recuperação da saúde econômica do clube, um desafio monumental que exige experiência e discernimento.

A estratégia adotada por Stabile, que se estende para além das finanças, parece pautar-se na reintrodução de figuras com notório histórico no Corinthians . Essa escolha, que evoca um retorno a rostos conhecidos, sinaliza uma tentativa de buscar estabilidade e um conhecimento aprofundado das engrenagens internas do clube em um período de tamanhas incertezas.

Nomes Chave na Reorganização Financeira

Para liderar o vital departamento financeiro, o convite foi estendido a Emerson Piovensan, que reassume a posição de diretor. Conselheiro vitalício e uma voz influente na política alvinegra por décadas, Piovensan já havia desempenhado essa função durante a presidência de Roberto de Andrade, no período entre 2015 e 2017, o que lhe confere familiaridade com os desafios da pasta.

A conexão de Piovensan com Paulo Garcia, uma figura política de peso no Corinthians que readquire considerável influência com a ascensão de Stabile, não passa despercebida. Essa proximidade sugere uma articulação de forças que pode moldar as futuras decisões financeiras do clube, indicando um alinhamento estratégico entre diferentes esferas de poder.

Embora ainda não oficialmente sacramentado, Roberto Gavioli é cotado para integrar a equipe de Piovensan. Gavioli, um profissional de mercado com vasta experiência no cotidiano do departamento financeiro corintiano, colaborou com ex-presidentes como Roberto de Andrade, Andrés Sanchez e Duílio Monteiro Alves. Sua saída, após seis meses da gestão de Augusto Melo, precede seu provável retorno.

Adicionalmente, especula-se que o ex-diretor Rozallah Santoro possa oferecer sua colaboração à gestão financeira, mesmo sem ocupar um cargo formal na estrutura. Sua expertise, portanto, poderá ser aproveitada de forma consultiva.

Foto: (Bruno Cassucci)

A Estratégia de Retorno de Veteranos

A nomeação de Piovensan não é um caso isolado na administração Stabile. A abordagem de reintroduzir figuras com passagens anteriores pelo clube é uma constante em diversas áreas da cúpula corintiana, refletindo uma filosofia de gestão que valoriza a experiência prévia e o conhecimento institucional.

No setor jurídico, por exemplo, a liderança foi confiada a Leonardo Pantaleão, que já atuou como diretor na gestão de Augusto Melo. No marketing, Vinicius Manfredi foi recontratado como superintendente, um mês após sua demissão do mesmo cargo, indicando um rápido reconhecimento de seu valor para a equipe.

Essa aposta em "velhos conhecidos" reflete uma filosofia de gestão que busca no passado a experiência para enfrentar os desafios do presente, especialmente considerando a complexidade da dívida e a necessidade premente de reestruturação. Resta observar se essa estratégia de reciclagem de quadros será suficiente para equacionar os profundos problemas financeiros que afligem o Corinthians .