Análise Tática: A Dependência do Corinthians em Garro e o Futuro de Ramón Díaz

O Declínio Tático do Corinthians: Uma Análise Pós-Derrota

Após a derrota do Corinthians para o Fluminense, por 2 a 0, na Neo Química Arena, o futuro do técnico Ramón Díaz é colocado em xeque. A partida expôs a fragilidade tática da equipe, que demonstra uma alarmante dependência de Rodrigo Garro, seu principal armador. A ausência do jogador argentino tem sido um fator determinante no desempenho do time, que acumula resultados negativos desde a conquista do Campeonato Paulista.

O jogo contra o Fluminense escancarou as dificuldades do Corinthians em criar jogadas e manter o controle da partida. Apesar de um primeiro tempo relativamente equilibrado, a equipe não conseguiu resistir à pressão do adversário na etapa final, sofrendo dois gols que selaram a derrota. Um dos gols foi originado de um "pênalti tolo de José Martínez ", evidenciando a falta de concentração e a fragilidade defensiva do time.

A falta de alternativas para suprir a ausência de Garro é um problema central. A ausência de Igor Coronado, outro jogador com características criativas, agrava ainda mais a situação. Diante desse cenário, Ramón Díaz tem recorrido a um esquema tático com três atacantes, que se mostrou ineficaz em diversas ocasiões, especialmente quando o time precisa propor o jogo contra um adversário mais fechado.

Foto: ( Ettore Chiereguini/AGIF)

Estratégias Falhas e a Dependência de Garro

A opção pelo 4-3-3, com Breno Bidon e Carrillo incumbidos da criação, tem comprometido a capacidade do Corinthians de explorar suas principais virtudes, como a conexão entre Yuri Alberto e Memphis Depay. Centralizado, Yuri Alberto se torna um alvo fácil para a marcação, especialmente quando a equipe carece de alternativas ofensivas além dos cruzamentos na área.

O desempenho abaixo do esperado de jogadores como Carrillo, Matheuzinho e Angileri também contribuiu para a derrota. A falta de criatividade e a pouca efetividade nas laterais dificultaram a construção de jogadas e a criação de oportunidades de gol.

Na tentativa de reverter a situação, Ramón e Emiliano Díaz promoveram mudanças táticas durante a partida, como a entrada de Talles Magno e Romero pelos lados e a escalação de Héctor Hernández ao lado de Yuri e Memphis no ataque. No entanto, essas alterações não surtiram o efeito desejado, e o Corinthians não conseguiu reagir à desvantagem no placar.

A Crítica Estrangeira e a Necessidade de Mudanças

Após a partida, a análise mais contundente veio de Memphis Depay. O atacante holandês criticou o espaçamento excessivo entre os jogadores e os problemas táticos da equipe, apontando para a falta de evolução do time. Depay externou que o time precisa de uma reestruturação urgente para voltar a vencer.

"Algo precisa ser feito"

Os números da partida refletem o equilíbrio inicial, mas também a queda de rendimento do Corinthians ao longo do jogo:

• Posse de bola: 54% x 46%
• Finalizações: 10 x 8
• Finalizações no alvo: 2 x 4
• Passes completos: 445 x 319
• Desarmes: 21 x 14

O Futuro do Corinthians: Garro é a Solução?

Embora a volta de Rodrigo Garro seja crucial para o Corinthians , a melhora do time não depende exclusivamente do jogador argentino. É fundamental que a comissão técnica encontre alternativas táticas para suprir sua ausência e que a equipe apresente um desempenho mais consistente e equilibrado em todas as posições. A diretoria do clube tem a responsabilidade de analisar o trabalho de Ramón Díaz e tomar decisões que visem o futuro do Corinthians .

A dependência de Garro é um sintoma de um problema mais profundo, que envolve a falta de planejamento, a ausência de peças de reposição e a dificuldade em implementar um esquema tático eficiente. Para superar a crise, o Corinthians precisa de uma reformulação completa, que envolva a contratação de reforços, a valorização da base e a definição de uma identidade de jogo clara e consistente.